Nest blog faço anotações dos meus estudos sobre a língua portuguesa. Não tenho intenção de ser melhor do que ninguém. Faço constantes referências de textos que já li de bons autores da nossa gramática portuguesa e quem sabe possa ajudar alguém que esteja perdido na internet a procura de conteúdo para estudar.(Toda glória seja dada a Deus -pelo escriba Valdemir Mota de Menezes)
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terça-feira, 27 de julho de 2010
sexta-feira, 5 de junho de 2009
CRASE
Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra.
Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe:
• Aonde (preposição a + advérbio onde)
• Ao (preposição a + artigo o)
Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:
• da ( preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)
Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao”, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”.Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.
À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.
Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
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Crase com horas - À uma hora -Marcado para as 12 horas - Até a/ à
M. T. Piacentini
Crase com horas
Na maioria absoluta dos casos coloca-se o acento indicativo de crase diante das horas, isto é, escreve-se às na indicação de determinado horário:
Os bancos abrem às 10 horas.
Às 21h30 começará a ser servido o jantar.
O enlace matrimonial se realizará às dezoito horas do dia vinte de maio.
Precisamente às 20h43min teve início o espetáculo.
À uma hora
Sabe-se que não existe crase diante de artigo indefinido, como em:
Falou a uma multidão.
Entreguei o papel a uma das secretárias.
A revisão do passado não é tarefa restrita a uma nação arrependida.
No caso de ‘uma hora’, todavia, o à precedente configura uma crase porque aí se trata não do artigo indefinido mas do numeral ‘uma’, que acompanha e determina a primeira hora como o fazem os numerais até 24 [as duas horas, as três horas etc.]. Portanto:
O eclipse da Lua poderá ser apreciado melhor à uma hora da madrugada.
Marcado para as 12 horas
Sendo a crase a fusão da preposição a com o artigo a, não se poderá acentuar o ‘as’ das horas quando se empregar outra preposição no lugar do ‘a’. São quatro as possibilidades: para, desde, após e entre. Com elas é proibido usar o ‘as’ craseado, para que não haja uma superposição de preposições. Exemplos:
A conferência foi marcada para as 10 horas da noite.
Desde as duas estou te esperando!
Não atendemos após as 18 h de sábado.
A Celesc avisa que faltará luz na Serrinha entre as 20 h e as 22h.
Reafirmando: este ‘as’ não leva crase porque é puro artigo. No último exemplo pode-se verificar mais claramente tratar-se de artigo ao se trocar ‘as 20 h’ por um horário do gênero masculino: "A Celesc avisa que faltará luz na Serrinha entre o meio-dia e as 22 h".
Até as/às 23 h
Os portões permanecerão abertos até as 23 horas.
Os portões permanecerão abertos até às 23 horas.
Embora tenhamos dito acima que a crase é proibida depois de uma preposição, é possível - embora desnecessário - usá-la junto com ‘até’ na frente da hora. Ocorre que a preposição ‘até’, excepcionalmente e por motivo de clareza, pode ser seguida da preposição ‘a’. Sendo assim, escrever até as 23 h ou até às 23 h é indiferente, porque neste caso não há o perigo de confusão com a "partícula inclusiva" (ver abaixo).
Até a / à
A partir do séc. XVII começou-se a usar as preposições ‘até’ e ‘a’ combinadas para dar maior clareza ao pensamento, uma vez que ‘até’ tem igualmente o sentido de inclusão ("mesmo, inclusive, ainda, também"). Mudança de significado pode ocorrer em frases do tipo
(1) Queimou todo o cabelo até a raiz - inclusive a raiz;
(2) Queimou todo o cabelo até à raiz - até junto à raiz.
(3) Rabiscou tudo até a porta - a porta também;
(4) Rabiscou tudo até à porta - dá a noção de limite: parou na porta.
Naturalmente nas frases 1 e 3 a ambigüidade poderia ser evitada com uma vírgula: Queimou todo o cabelo, até a raiz; Rabiscou tudo, até a porta.
Sobre a autora:
Maria Tereza de Queiroz Piacentini é catarinense, professora de Inglês e Português, revisora de textos e redatora de correspondência oficial há mais de vinte anos. Em 1989 foi responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina e no ano seguinte publicou artigos sobre questões vernáculas em diversos jornais. Retoma agora a publicação de colunas semanais com temas atualizados, em vista da experiência adquirida e das inúmeras consultas que lhe têm feito pessoas de todo o País depois que lançou o livro Só Vírgula - Método fácil em 20 lições (UFSCar, 1996, 164p.). Também teve publicados, em 1986, dez módulos da Instituição Técnica Programada - ITP, Português para Redação, edição esgotada.
Hompege: www.linguabrasil.com.br
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Matéria publicada em 01/11/2000 - Edição Número 15
Gramática Por Gramática Online
contato@gramaticaonline.com.br
Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.
Fomos à piscina
à artigo e preposição
Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.
Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)
3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)
Não ocorre a Crase
a) antes de verbo
Voltamos a contemplar a lua.
b) antes de palavras masculinas
Gosto muito de andar a pé.
Passeamos a cavalo.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.
d) antes de pronomes em geral:
Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão a esta aluna.
e) em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.
f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:
Não falo a pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor a empresários.
Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino:
Refiro-me à (a) Juliana.
2. Antes de pronome possessivo feminino:
Dirija-se à (a) sua fazenda.
3. Depois da preposição até:
Dirija-se até à (a) porta.
Casos particulares
1. Casa
Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase.
Exemplos:
Regressaram a casa para almoçar
Regressaram à casa de seus pais
2. Terra
Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Regressaram a terra depois de muitos dias.
Regressaram à terra natal.
3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.
Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.
Exemplos:
Está é a nação que me refiro.
(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)
Ocorre também a crase
a) Na indicação do número de horas:
Chegamos às nove horas.
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:
Usam sapatos à (moda de) Luís XV.
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Chegou à tarde (tempo).
Falou à vontade (modo).
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...
OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui há seis anos
A - indica tempo futuro e distância.
Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.
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Segunda-feira, 20 de Abril de 2009
CRASE ANTES DE HORAS
Na maioria das vezes, há crase no "a" que precede horas:
Os supermercados abrem às 7h.
O jogo será à 1h da madrugada.
À 0h do dia 1.º de janeiro, começará a queima de fogos.
Em cinco casos, porém, não há crase nesse "a" que acompanha horas: quando antes dele há as preposições "até", "após", "desde", "entre" e "para". Veja:
Os ingressos serão vendidos até as 18h.
Os portões serão fechados após as 7h30.
O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira.
Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h.
A sessão estava marcada para as 20h.
Regra prática – Substitua a hora por "meio-dia": se der "ao meio-dia", há crase; se não der, esqueça a crase.
Observe: A transmissão começa às 6h30, com crase, porque A transmissão começa ao meio-dia.
Mas: O erro foi identificado pela reportagem após as 19h de ontem, sem crase, porque O erro foi identificado pela reportagem após o meio-dia de ontem.
Postado por Laércio Lutibergue às 05:57
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http://www.ufv.br/tutoria/portugues/crase.htm
A crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...)
Novo dicionário básico da língua portuguesa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não? Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano em que usou-se o acento grave. Você saberia dizer quantas frases estão corretas?
· Entregamos à domicílio.
· Vendas à prazo com planos especiais.
· 15 sabores à escolher.
· Prestações à perder de vista.
..........Fácil? Então, quantas das frases acima estão corretas?
.....Entregamos à domicílio
É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.
.............Vendas à prazo
É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria: vendas ao prazo.
..................à escolher
Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa
à perder de vista
Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.
O TEXTO ABAIXO FOI EXTRAÍDO DA GRAMÁTICA DE PASQUALE CIPRO NETO
COMPLEMENTO: O USO DO ACENTO INDICADOR DE CRASE
Crase é palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de língua
portuguesa, e o nome que se dá à fusão de duas vogais idênticas. Tem particular
importância a crase da preposição a com o artigo feminino a(s), com o pronome
demonstrativo a(s), com o a inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo e com o a
do relativo a qual (as quais). Em todos esses casos, a fusão das vogais idênticas é
assinalada na escrita por um acento grave. O uso apropriado do acento grave, ou acento
indicador de crase, depende essencialmente da compreensão desse fenômeno. Aprender
a colocar o acento consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome.
Verificar a existência de uma preposição é, antes de mais nada, aplicar os
conhecimentos de regência verbal e nominal que você acaba de obter. Observe:
Conheço a diretora.
Refiro-me à diretora.
No primeiro caso, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), portanto não
existe preposição e não pode ocorrer crase. No segundo caso, o verbo é transitivo
indireto (referir-se a algo ou a alguém) e rege a preposição a, portanto a crase é possível,
desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino a ou um dos
pronomes já especificados.
Para verificar a existência de um artigo feminino ou de um pronome demonstrativo após
uma preposição a, podem-se utilizar dois expedientes práticos. O primeiro deles
consiste em colocar um termo masculino de mesma natureza no lugar do termo
feminino a respeito do qual se tem dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do
termo feminino. Observe:
Conheço o diretor. /Conheço a diretora.
Refiro-me ao diretor. /Refiro-me à diretora.
Prefiro o quadro da direita ao da esquerda. /Prefiro a tela da direita à da esquerda.
O outro recurso prático é substituir o termo regente da preposição a por um que reja
outra preposição (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou
seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase. Observe:
Refiro-me a você. - Gosto de você. Penso em você. Apaixonei-me por você.
Começou a gritar. - Gosta de gritar. Insiste em gotar. Optou por gritar.
Tome muito cuidado com esses "macetes". Não se esqueça de que é preciso olhar para
os dois lados. Não basta provar que existe a preposição a, ou que existe o artigo a. E
preciso provar que existem os dois.
Você vai ver agora alguns casos em que são comuns as dúvidas relativas ao emprego do
acento indicador de crase. Note que o que vem a seguir consiste na aplicação prática dos
conceitos e dos expedientes estudados.
A crase obviamente não ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de
artigo feminino. É o caso:
dos substantivos masculinos:
Tenho um fogão a gás. Não compro a prazo. Fui a pé. Assisti a jogos memoráveis.
Dos verbos:
Disponho-me a colaborar. Cheguei a insistir.
Começou a chorar. Pôs-se a gritar.
e da maioria dos pronomes:
Mostre a ela. Parabéns a você.
Disse a mim. Refiro-me a Vossa Excelência.
Isso não interessa a ninguém.
a nenhuma pessoa aqui presente.
a qualquer um de nós.
Quero falar a todos.
a poucas pessoas.
a alguns amigos.
a essas poucas pessoas.
a qualquer pessoa.
Os poucos casos de pronomes que admitem artigo podem ser facilmente detectados pela
aplicação dos métodos descritos há pouco:
Estou-me referindo à mesma pessoa. (ao mesmo homem) à própria Luisa. (ao próprio
Luís)
Informe o preço à senhora Sílvia. (ao senhor Sílvio)
Como você já viu no capítulo destinado aos pronomes, antes dos possessivos, o artigo
definido é optativo. Portanto, se o termo antecedente reger a preposição a, o acento
grave será optativo:
Refiro-me a minha velha amiga. /Refiro-me a meu velho amigo. Refiro-me à minha
velha amiga. /Refiro-me ao meu velho amigo.
de palavras femininas no plural precedidas de um a:
A pesquisa não se refere a mulheres casadas.
O prêmio só foi concedido a cantoras estrangeiras.
É um assunto relativo a jornalistas especializadas.
Nesses casos, o a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido
genérico. Quando são usados em sentido específico, passam a ser precedidos do artigo
as; ocorrera, então, a crase. Compare as frases seguintes:
O estudo não se aplica a pessoas de índole nervosa.
O estudo não se aplica às pessoas de que estávamos falando.
Você está se referindo a secretárias?
Você está se referindo às secretárias desta empresa?
Com as expressões adverbiais de lugar formadas por nomes de cidades, países, estados,
deve-se fazer a verificação da ocorrência da crase por meio da troca do termo regente:
Vou à Bahia. Vim da Bahia. /Estou na Bahia.
Vou à Itália. - Vim da Itália. /Estou na Itália.
Vou a Florença. - Vim de Florença. /Estou em Florença.
Vou à deslumbrante Florença. - Vim da deslumbrante Florença. / Estou na deslumbrante
Florença.
Tome cuidado! Não se esqueça de verificar os dois lados. Não basta constatar que surge
da ou na antes de Itália, por exemplo. Isso não é garantia de acento indicador de crase; é
garantia apenas de que existe artigo antes de Itália. Para que ocorra crase, é preciso que
o termo anterior peça a preposição a. No caso de "Visitei a Itália", por exemplo, não há
crase, já que visitar é verbo transitivo direto.
Observe com atenção o comportamento das palavras casa e terra nestas expressões:
Cheguei a casa. - Venho de casa. /Estou em casa. (casa designa a residência de quem
fala ou escreve)
Cheguei à casa do diretor. - Venho da casa do diretor. /Estou na casa do diretor. A
tripulação do cargueiro desceu a terra. - A tripulação do cargueiro está em terra.
(terra se opõe à noção de "estar em alto-mar")
A aeromoça chegou à terra de seus pais. - A aeromoça está na terra de seus pais.
O acento indicador de crase é usado nas expressões adverbiais, nas locuções
prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas:
à tarde, à chave, à noite,
à escuta, à direita, à deriva,
às claras, às avessas, às escondidas
às moscas, à toa, à revelia
à beça, à luz, à esquerda
à larga, às vezes, às ordens
às ocultas, às turras,à beira de
à sombra de, à exceção de , à força de
à frente de, à imitação de, à procura de,
à semelhança de, à proporção que, à medida que
Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas:
à meia-noite às duas horas
à uma hora às três e quarenta
Não confunda com as indicações não especificadas:
Isso acontece a qualquer hora.
Estarei lá daqui a uma hora.
.
Merece destaque a expressão à moda de, que pode estar subentendida:
Pedimos uma pizza à moda da casa.
Atrevia-se a escrever à (moda de) Drummond.
Pedimos arroz à (moda) grega.
A expressão adverbial que indica as horas recebe acento indicador de crase: "das 8 às 10
da manhã".
Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras femininas repetidas:
cara a cara
gota a gota
face a face
frente a frente
É fácil perceber por quê. Basta usar expressões formadas por palavras masculinas:
corpo a corpo
lado a lado
passo a passo
dia a dia
A crase é facultativa diante dos nomes próprios femininos e após a preposição até que
antecede substantivos femininos, desde que o termo antecedente reja preposição a:
Enviei as flores a Sílvia. / Enviei as flores a Pedro.
À Sílvia. ao Pedro.
Vou até a escola. / Vou até o colégio.
à escola. ao colégio.
Fui até as últimas conseqüências. /Fui até os últimos motivos.
às últimas conseqüências. aos últimos motivos.
A crase não ocorrerá se o nome de pessoa for usado em situação formal, ou se se tratar
de personalidade pública. Nesses casos, não se usa artigo:
Envie a proposta a Sílvia de Araújo. /Envie a proposta a Sílvio de Araújo.
Fez referências elogiosas a Clarice Lispector. /Fez referências elogiosas a Machado de
Assis.
A ocorrência da crase com os pronomes aquele(s), aquela(s) e aquilo depende apenas da
verificação da presença da preposição que antecede esses pronomes:
Veja aquele monumento. aquela praça. aquilo.
ver é transitivo direto:
não há preposição
Refiro-me àquele jardim.
referir-se é transitivo indireto
àquela praça. e rege a preposição a àquilo.
A crase com o demonstrativo a(s) é detectável pelo expediente da substituição do termo
regido feminino por um termo regido masculino:
Perguntarei à que chegar primeiro. / Perguntarei ao que chegar primeiro.
Sua proposta é semelhante à dele. /Seu projeto é semelhante ao dele.
O mesmo expediente deve ser usado para detectar a crase com os pronomes a qual e as
quais:
A professora à qual devo meu aprendizado já se aposentou. / O professor ao qual devo
meu aprendizado já se aposentou.
Muitas das alunas às quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à homenagem
de ontem. /Muitos dos alunos aos quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à
homenagem de ontem.
ATIVIDADES
1. Coloque o acento indicador de crase quando for necessário.
a) Comunique nossos preços as empresas interessadas.
b) Envie dinheiro a estas instituições beneficentes.
c) Nunca disse nada a respeito disso.
d) Sempre evitei comprar a crédito.
e) O governador nada pode fazer a curto prazo.
f) Não nego minha contribuição a cultura brasileira.
g) O atendimento a pacientes conveniados está suspenso.
h) Não há mais nada a fazer.
i) Direi a vocês o que sei.
j) Diga a Sua Excelência que não tenho nada a acrescentar as palavras que já disse.
2 Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Transmita a cada um dos presentes as instruções necessárias a continuidade da
sessão.
b) Não vou a festas, não assisto a novelas e não aspiro a grandes posses. Estou fora de
moda.
c) Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair.
d) Vamos a sua casa ou a minha?
e) Vamos a Bahia ou a Santa Catarina nas próximas férias?
f) Fui a Europa e depois a Ásia.
g) Fui a Teresina e depois a Fortaleza.
h) Fui a Natal das praias inesquecíveis.
i) Finalmente, chegamos a Florianópolis das quarenta e duas praias.
j) Cheguei a casa tarde da noite ontem.
l) Os pescadores queriam chegar a terra antes do entardecer.
m) Fui a velha casa onde passei minha infância.
n) Preciso ir a terra dos meus antepassados.
3. Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Por que trazer a baila sempre as mesmas desavenças?
b) Dizem a boca pequena que ele recusou a proposta.
c) Vivo a cata de inspiração.
d) A noite, é preciso ficar a espreita.
e) Vire a esquerda depois da praça.
f) A vítima levara vários tiros a queima-roupa.
g) Tente se manter a tona.
h) Vários policiais a paisana observavam a manifestação a procura dos lideres do
movimento.
i) A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas.
j) Em Roma, Londres ou Lisboa, é possível sair a rua a meia-noite.
l) A proporção que se aproxima o fim do mês, a situação se agrava.
m) Fique a vontade. Terá tudo de que precisa a mão.
n) Traga um belo filé a parmiggiana.
o) Não é fácil jogar a moda da seleção holandesa de 1974.
4. Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Prefiro isto aquilo.
b) Entregue tudo aquele homem.
c) Transmita aquelas pessoas os meus cumprimentos.
d) A mulher a que fiz referência não esteve presente a reunião.
e) A mulher a qual fiz referência não esteve presente a cerimônia.
f) A cantora a cuja voz sempre me refiro estará entre nós neste ano.
g) Disse a candidata da direita que estava aprovada; a da esquerda disse que terá nova
oportunidade no próximo concurso.
h) Esta camisa é idêntica a que ganhei ontem.
5. Explique a diferença de sentido entre as frases seguintes.
a) Chegou à noite.
Chegou a noite.
b)Saiu à francesa.
Saiu a francesa.
c) Parecia agradável à primeira vista.
Parecia agradável a primeira vista.
d) As vencedoras enviaram felicitações.
As vencedoras enviaram felicitações.
e) À indústria nacional prejudicou o acordo.
A indústria nacional prejudicou o acordo.
f) Fez seu trabalho à máquina.
Fez seu trabalho a máquina.
g) Permanece à distância.
Permanece a distância.
CRASE
Formas corretas de empregar crase:
1 - Os candidatos estavam à espera de uma vaga.
2 - Àquele jornalista é atribuída a melhor versão do fato.
3 - Já passei por uma situação análoga à que você está vivendo atualmente.
4 - Suas previsões não deixaram de ter razão, pois à uma hora da madrugada é um perigo andar a pé, sozinho
Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe:
• Aonde (preposição a + advérbio onde)
• Ao (preposição a + artigo o)
Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja:
• da ( preposição de + artigo a)
• na (preposição em + artigo a)
Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase.
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao”, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”.Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.
À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.
Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
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Crase com horas - À uma hora -Marcado para as 12 horas - Até a/ à
M. T. Piacentini
Crase com horas
Na maioria absoluta dos casos coloca-se o acento indicativo de crase diante das horas, isto é, escreve-se às na indicação de determinado horário:
Os bancos abrem às 10 horas.
Às 21h30 começará a ser servido o jantar.
O enlace matrimonial se realizará às dezoito horas do dia vinte de maio.
Precisamente às 20h43min teve início o espetáculo.
À uma hora
Sabe-se que não existe crase diante de artigo indefinido, como em:
Falou a uma multidão.
Entreguei o papel a uma das secretárias.
A revisão do passado não é tarefa restrita a uma nação arrependida.
No caso de ‘uma hora’, todavia, o à precedente configura uma crase porque aí se trata não do artigo indefinido mas do numeral ‘uma’, que acompanha e determina a primeira hora como o fazem os numerais até 24 [as duas horas, as três horas etc.]. Portanto:
O eclipse da Lua poderá ser apreciado melhor à uma hora da madrugada.
Marcado para as 12 horas
Sendo a crase a fusão da preposição a com o artigo a, não se poderá acentuar o ‘as’ das horas quando se empregar outra preposição no lugar do ‘a’. São quatro as possibilidades: para, desde, após e entre. Com elas é proibido usar o ‘as’ craseado, para que não haja uma superposição de preposições. Exemplos:
A conferência foi marcada para as 10 horas da noite.
Desde as duas estou te esperando!
Não atendemos após as 18 h de sábado.
A Celesc avisa que faltará luz na Serrinha entre as 20 h e as 22h.
Reafirmando: este ‘as’ não leva crase porque é puro artigo. No último exemplo pode-se verificar mais claramente tratar-se de artigo ao se trocar ‘as 20 h’ por um horário do gênero masculino: "A Celesc avisa que faltará luz na Serrinha entre o meio-dia e as 22 h".
Até as/às 23 h
Os portões permanecerão abertos até as 23 horas.
Os portões permanecerão abertos até às 23 horas.
Embora tenhamos dito acima que a crase é proibida depois de uma preposição, é possível - embora desnecessário - usá-la junto com ‘até’ na frente da hora. Ocorre que a preposição ‘até’, excepcionalmente e por motivo de clareza, pode ser seguida da preposição ‘a’. Sendo assim, escrever até as 23 h ou até às 23 h é indiferente, porque neste caso não há o perigo de confusão com a "partícula inclusiva" (ver abaixo).
Até a / à
A partir do séc. XVII começou-se a usar as preposições ‘até’ e ‘a’ combinadas para dar maior clareza ao pensamento, uma vez que ‘até’ tem igualmente o sentido de inclusão ("mesmo, inclusive, ainda, também"). Mudança de significado pode ocorrer em frases do tipo
(1) Queimou todo o cabelo até a raiz - inclusive a raiz;
(2) Queimou todo o cabelo até à raiz - até junto à raiz.
(3) Rabiscou tudo até a porta - a porta também;
(4) Rabiscou tudo até à porta - dá a noção de limite: parou na porta.
Naturalmente nas frases 1 e 3 a ambigüidade poderia ser evitada com uma vírgula: Queimou todo o cabelo, até a raiz; Rabiscou tudo, até a porta.
Sobre a autora:
Maria Tereza de Queiroz Piacentini é catarinense, professora de Inglês e Português, revisora de textos e redatora de correspondência oficial há mais de vinte anos. Em 1989 foi responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina e no ano seguinte publicou artigos sobre questões vernáculas em diversos jornais. Retoma agora a publicação de colunas semanais com temas atualizados, em vista da experiência adquirida e das inúmeras consultas que lhe têm feito pessoas de todo o País depois que lançou o livro Só Vírgula - Método fácil em 20 lições (UFSCar, 1996, 164p.). Também teve publicados, em 1986, dez módulos da Instituição Técnica Programada - ITP, Português para Redação, edição esgotada.
Hompege: www.linguabrasil.com.br
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Matéria publicada em 01/11/2000 - Edição Número 15
Gramática Por Gramática Online
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Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.
Fomos à piscina
à artigo e preposição
Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.
Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)
3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)
Não ocorre a Crase
a) antes de verbo
Voltamos a contemplar a lua.
b) antes de palavras masculinas
Gosto muito de andar a pé.
Passeamos a cavalo.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.
d) antes de pronomes em geral:
Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão a esta aluna.
e) em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.
f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:
Não falo a pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor a empresários.
Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino:
Refiro-me à (a) Juliana.
2. Antes de pronome possessivo feminino:
Dirija-se à (a) sua fazenda.
3. Depois da preposição até:
Dirija-se até à (a) porta.
Casos particulares
1. Casa
Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase.
Exemplos:
Regressaram a casa para almoçar
Regressaram à casa de seus pais
2. Terra
Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Regressaram a terra depois de muitos dias.
Regressaram à terra natal.
3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.
Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.
Exemplos:
Está é a nação que me refiro.
(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)
Ocorre também a crase
a) Na indicação do número de horas:
Chegamos às nove horas.
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:
Usam sapatos à (moda de) Luís XV.
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Chegou à tarde (tempo).
Falou à vontade (modo).
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...
OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui há seis anos
A - indica tempo futuro e distância.
Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.
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Segunda-feira, 20 de Abril de 2009
CRASE ANTES DE HORAS
Na maioria das vezes, há crase no "a" que precede horas:
Os supermercados abrem às 7h.
O jogo será à 1h da madrugada.
À 0h do dia 1.º de janeiro, começará a queima de fogos.
Em cinco casos, porém, não há crase nesse "a" que acompanha horas: quando antes dele há as preposições "até", "após", "desde", "entre" e "para". Veja:
Os ingressos serão vendidos até as 18h.
Os portões serão fechados após as 7h30.
O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira.
Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h.
A sessão estava marcada para as 20h.
Regra prática – Substitua a hora por "meio-dia": se der "ao meio-dia", há crase; se não der, esqueça a crase.
Observe: A transmissão começa às 6h30, com crase, porque A transmissão começa ao meio-dia.
Mas: O erro foi identificado pela reportagem após as 19h de ontem, sem crase, porque O erro foi identificado pela reportagem após o meio-dia de ontem.
Postado por Laércio Lutibergue às 05:57
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http://www.ufv.br/tutoria/portugues/crase.htm
A crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...)
Novo dicionário básico da língua portuguesa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não? Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano em que usou-se o acento grave. Você saberia dizer quantas frases estão corretas?
· Entregamos à domicílio.
· Vendas à prazo com planos especiais.
· 15 sabores à escolher.
· Prestações à perder de vista.
..........Fácil? Então, quantas das frases acima estão corretas?
.....Entregamos à domicílio
É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.
.............Vendas à prazo
É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria: vendas ao prazo.
..................à escolher
Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa
à perder de vista
Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.
O TEXTO ABAIXO FOI EXTRAÍDO DA GRAMÁTICA DE PASQUALE CIPRO NETO
COMPLEMENTO: O USO DO ACENTO INDICADOR DE CRASE
Crase é palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de língua
portuguesa, e o nome que se dá à fusão de duas vogais idênticas. Tem particular
importância a crase da preposição a com o artigo feminino a(s), com o pronome
demonstrativo a(s), com o a inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo e com o a
do relativo a qual (as quais). Em todos esses casos, a fusão das vogais idênticas é
assinalada na escrita por um acento grave. O uso apropriado do acento grave, ou acento
indicador de crase, depende essencialmente da compreensão desse fenômeno. Aprender
a colocar o acento consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome.
Verificar a existência de uma preposição é, antes de mais nada, aplicar os
conhecimentos de regência verbal e nominal que você acaba de obter. Observe:
Conheço a diretora.
Refiro-me à diretora.
No primeiro caso, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), portanto não
existe preposição e não pode ocorrer crase. No segundo caso, o verbo é transitivo
indireto (referir-se a algo ou a alguém) e rege a preposição a, portanto a crase é possível,
desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino a ou um dos
pronomes já especificados.
Para verificar a existência de um artigo feminino ou de um pronome demonstrativo após
uma preposição a, podem-se utilizar dois expedientes práticos. O primeiro deles
consiste em colocar um termo masculino de mesma natureza no lugar do termo
feminino a respeito do qual se tem dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do
termo feminino. Observe:
Conheço o diretor. /Conheço a diretora.
Refiro-me ao diretor. /Refiro-me à diretora.
Prefiro o quadro da direita ao da esquerda. /Prefiro a tela da direita à da esquerda.
O outro recurso prático é substituir o termo regente da preposição a por um que reja
outra preposição (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou
seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase. Observe:
Refiro-me a você. - Gosto de você. Penso em você. Apaixonei-me por você.
Começou a gritar. - Gosta de gritar. Insiste em gotar. Optou por gritar.
Tome muito cuidado com esses "macetes". Não se esqueça de que é preciso olhar para
os dois lados. Não basta provar que existe a preposição a, ou que existe o artigo a. E
preciso provar que existem os dois.
Você vai ver agora alguns casos em que são comuns as dúvidas relativas ao emprego do
acento indicador de crase. Note que o que vem a seguir consiste na aplicação prática dos
conceitos e dos expedientes estudados.
A crase obviamente não ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de
artigo feminino. É o caso:
dos substantivos masculinos:
Tenho um fogão a gás. Não compro a prazo. Fui a pé. Assisti a jogos memoráveis.
Dos verbos:
Disponho-me a colaborar. Cheguei a insistir.
Começou a chorar. Pôs-se a gritar.
e da maioria dos pronomes:
Mostre a ela. Parabéns a você.
Disse a mim. Refiro-me a Vossa Excelência.
Isso não interessa a ninguém.
a nenhuma pessoa aqui presente.
a qualquer um de nós.
Quero falar a todos.
a poucas pessoas.
a alguns amigos.
a essas poucas pessoas.
a qualquer pessoa.
Os poucos casos de pronomes que admitem artigo podem ser facilmente detectados pela
aplicação dos métodos descritos há pouco:
Estou-me referindo à mesma pessoa. (ao mesmo homem) à própria Luisa. (ao próprio
Luís)
Informe o preço à senhora Sílvia. (ao senhor Sílvio)
Como você já viu no capítulo destinado aos pronomes, antes dos possessivos, o artigo
definido é optativo. Portanto, se o termo antecedente reger a preposição a, o acento
grave será optativo:
Refiro-me a minha velha amiga. /Refiro-me a meu velho amigo. Refiro-me à minha
velha amiga. /Refiro-me ao meu velho amigo.
de palavras femininas no plural precedidas de um a:
A pesquisa não se refere a mulheres casadas.
O prêmio só foi concedido a cantoras estrangeiras.
É um assunto relativo a jornalistas especializadas.
Nesses casos, o a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido
genérico. Quando são usados em sentido específico, passam a ser precedidos do artigo
as; ocorrera, então, a crase. Compare as frases seguintes:
O estudo não se aplica a pessoas de índole nervosa.
O estudo não se aplica às pessoas de que estávamos falando.
Você está se referindo a secretárias?
Você está se referindo às secretárias desta empresa?
Com as expressões adverbiais de lugar formadas por nomes de cidades, países, estados,
deve-se fazer a verificação da ocorrência da crase por meio da troca do termo regente:
Vou à Bahia. Vim da Bahia. /Estou na Bahia.
Vou à Itália. - Vim da Itália. /Estou na Itália.
Vou a Florença. - Vim de Florença. /Estou em Florença.
Vou à deslumbrante Florença. - Vim da deslumbrante Florença. / Estou na deslumbrante
Florença.
Tome cuidado! Não se esqueça de verificar os dois lados. Não basta constatar que surge
da ou na antes de Itália, por exemplo. Isso não é garantia de acento indicador de crase; é
garantia apenas de que existe artigo antes de Itália. Para que ocorra crase, é preciso que
o termo anterior peça a preposição a. No caso de "Visitei a Itália", por exemplo, não há
crase, já que visitar é verbo transitivo direto.
Observe com atenção o comportamento das palavras casa e terra nestas expressões:
Cheguei a casa. - Venho de casa. /Estou em casa. (casa designa a residência de quem
fala ou escreve)
Cheguei à casa do diretor. - Venho da casa do diretor. /Estou na casa do diretor. A
tripulação do cargueiro desceu a terra. - A tripulação do cargueiro está em terra.
(terra se opõe à noção de "estar em alto-mar")
A aeromoça chegou à terra de seus pais. - A aeromoça está na terra de seus pais.
O acento indicador de crase é usado nas expressões adverbiais, nas locuções
prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas:
à tarde, à chave, à noite,
à escuta, à direita, à deriva,
às claras, às avessas, às escondidas
às moscas, à toa, à revelia
à beça, à luz, à esquerda
à larga, às vezes, às ordens
às ocultas, às turras,à beira de
à sombra de, à exceção de , à força de
à frente de, à imitação de, à procura de,
à semelhança de, à proporção que, à medida que
Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas:
à meia-noite às duas horas
à uma hora às três e quarenta
Não confunda com as indicações não especificadas:
Isso acontece a qualquer hora.
Estarei lá daqui a uma hora.
.
Merece destaque a expressão à moda de, que pode estar subentendida:
Pedimos uma pizza à moda da casa.
Atrevia-se a escrever à (moda de) Drummond.
Pedimos arroz à (moda) grega.
A expressão adverbial que indica as horas recebe acento indicador de crase: "das 8 às 10
da manhã".
Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras femininas repetidas:
cara a cara
gota a gota
face a face
frente a frente
É fácil perceber por quê. Basta usar expressões formadas por palavras masculinas:
corpo a corpo
lado a lado
passo a passo
dia a dia
A crase é facultativa diante dos nomes próprios femininos e após a preposição até que
antecede substantivos femininos, desde que o termo antecedente reja preposição a:
Enviei as flores a Sílvia. / Enviei as flores a Pedro.
À Sílvia. ao Pedro.
Vou até a escola. / Vou até o colégio.
à escola. ao colégio.
Fui até as últimas conseqüências. /Fui até os últimos motivos.
às últimas conseqüências. aos últimos motivos.
A crase não ocorrerá se o nome de pessoa for usado em situação formal, ou se se tratar
de personalidade pública. Nesses casos, não se usa artigo:
Envie a proposta a Sílvia de Araújo. /Envie a proposta a Sílvio de Araújo.
Fez referências elogiosas a Clarice Lispector. /Fez referências elogiosas a Machado de
Assis.
A ocorrência da crase com os pronomes aquele(s), aquela(s) e aquilo depende apenas da
verificação da presença da preposição que antecede esses pronomes:
Veja aquele monumento. aquela praça. aquilo.
ver é transitivo direto:
não há preposição
Refiro-me àquele jardim.
referir-se é transitivo indireto
àquela praça. e rege a preposição a àquilo.
A crase com o demonstrativo a(s) é detectável pelo expediente da substituição do termo
regido feminino por um termo regido masculino:
Perguntarei à que chegar primeiro. / Perguntarei ao que chegar primeiro.
Sua proposta é semelhante à dele. /Seu projeto é semelhante ao dele.
O mesmo expediente deve ser usado para detectar a crase com os pronomes a qual e as
quais:
A professora à qual devo meu aprendizado já se aposentou. / O professor ao qual devo
meu aprendizado já se aposentou.
Muitas das alunas às quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à homenagem
de ontem. /Muitos dos alunos aos quais ele dedicou seus estudos estiveram presentes à
homenagem de ontem.
ATIVIDADES
1. Coloque o acento indicador de crase quando for necessário.
a) Comunique nossos preços as empresas interessadas.
b) Envie dinheiro a estas instituições beneficentes.
c) Nunca disse nada a respeito disso.
d) Sempre evitei comprar a crédito.
e) O governador nada pode fazer a curto prazo.
f) Não nego minha contribuição a cultura brasileira.
g) O atendimento a pacientes conveniados está suspenso.
h) Não há mais nada a fazer.
i) Direi a vocês o que sei.
j) Diga a Sua Excelência que não tenho nada a acrescentar as palavras que já disse.
2 Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Transmita a cada um dos presentes as instruções necessárias a continuidade da
sessão.
b) Não vou a festas, não assisto a novelas e não aspiro a grandes posses. Estou fora de
moda.
c) Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair.
d) Vamos a sua casa ou a minha?
e) Vamos a Bahia ou a Santa Catarina nas próximas férias?
f) Fui a Europa e depois a Ásia.
g) Fui a Teresina e depois a Fortaleza.
h) Fui a Natal das praias inesquecíveis.
i) Finalmente, chegamos a Florianópolis das quarenta e duas praias.
j) Cheguei a casa tarde da noite ontem.
l) Os pescadores queriam chegar a terra antes do entardecer.
m) Fui a velha casa onde passei minha infância.
n) Preciso ir a terra dos meus antepassados.
3. Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Por que trazer a baila sempre as mesmas desavenças?
b) Dizem a boca pequena que ele recusou a proposta.
c) Vivo a cata de inspiração.
d) A noite, é preciso ficar a espreita.
e) Vire a esquerda depois da praça.
f) A vítima levara vários tiros a queima-roupa.
g) Tente se manter a tona.
h) Vários policiais a paisana observavam a manifestação a procura dos lideres do
movimento.
i) A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas.
j) Em Roma, Londres ou Lisboa, é possível sair a rua a meia-noite.
l) A proporção que se aproxima o fim do mês, a situação se agrava.
m) Fique a vontade. Terá tudo de que precisa a mão.
n) Traga um belo filé a parmiggiana.
o) Não é fácil jogar a moda da seleção holandesa de 1974.
4. Este exercício é semelhante ao anterior.
a) Prefiro isto aquilo.
b) Entregue tudo aquele homem.
c) Transmita aquelas pessoas os meus cumprimentos.
d) A mulher a que fiz referência não esteve presente a reunião.
e) A mulher a qual fiz referência não esteve presente a cerimônia.
f) A cantora a cuja voz sempre me refiro estará entre nós neste ano.
g) Disse a candidata da direita que estava aprovada; a da esquerda disse que terá nova
oportunidade no próximo concurso.
h) Esta camisa é idêntica a que ganhei ontem.
5. Explique a diferença de sentido entre as frases seguintes.
a) Chegou à noite.
Chegou a noite.
b)Saiu à francesa.
Saiu a francesa.
c) Parecia agradável à primeira vista.
Parecia agradável a primeira vista.
d) As vencedoras enviaram felicitações.
As vencedoras enviaram felicitações.
e) À indústria nacional prejudicou o acordo.
A indústria nacional prejudicou o acordo.
f) Fez seu trabalho à máquina.
Fez seu trabalho a máquina.
g) Permanece à distância.
Permanece a distância.
CRASE
Formas corretas de empregar crase:
1 - Os candidatos estavam à espera de uma vaga.
2 - Àquele jornalista é atribuída a melhor versão do fato.
3 - Já passei por uma situação análoga à que você está vivendo atualmente.
4 - Suas previsões não deixaram de ter razão, pois à uma hora da madrugada é um perigo andar a pé, sozinho
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