quarta-feira, 13 de abril de 2011

PLAGIARISM

PLAGIARISM
The standard penalty for violations of academic integrity in this course will be an F
grade for the course. Such violations include cheating on an exam, helping someone else to cheat, resubmitting a paper written for another class, and plagiarism. Be warned: GSIs are quite experienced at detecting such deception.


Plagiarism is the representation of someone else’s words or ideas as one’s own.
Students and others often misunderstand what plagiarism is, and its seriousness as
academic misconduct. The most egregious cases of plagiarism are easy to avoid because
they are so obviously dishonest:

♦ Wholesale copying of passages from works of others into one’s homework, essay,
term paper, or dissertation without acknowledgment.
♦ Using the views, opinions, or insights of another without acknowledgment.
♦ Paraphrasing another person’s characteristic or original phraseology, metaphor, or
other literary device without acknowledgment.
♦ Turning in someone else’s paper as your own
♦ Allowing someone else to turn in a copy of your paper as his or her own
♦ Downloading a paper from the internet and altering it a little to fit the class
♦ Employing a “research service”
Other cases of plagiarism are more subtle. Sometimes students plagiarize
unwittingly, out of carelessness or ignorance of the standards for attributing ideas to their sources. However, ignorance is no excuse. You are responsible for knowing the standards
and taking care to follow them.
Whenever you make use of another’s words or ideas in a paper, you must give
proper credit. Usually this means inserting a footnote or a parenthetical reference. If you’re not sure how to give a proper reference, consult a style guide or your GSI. Your GSI can also answer questions about when you must give a reference. If in doubt, play it safe.


You must provide a reference not only when you use the exact words of another, but
also when you paraphrase her words, summarize her ideas, or borrow her metaphors. When you do use someone’s exact words, be sure to mark them as such, either by putting them in quotation marks or by setting them off from the main text and indenting them on both sides. Be careful not to change the wording at all in a direct quotation; if you must change it, use square brackets to indicate your changes.
When you paraphrase, state the author’s ideas in your own words. Don’t just
rearrange the words in the sentence and replace some of the words with synonyms.


Note:
even though you’re using your own words, you still need to give a reference, since the idea is not yours. Finally, if you work with another student on your paper, acknowledge this in a footnote.


source
Near Eastern Studies | Introduction to Egyptology
Carol Redmount | Fall 2005
University of California, Berkeley

RECURSOS LINGUISTICOS

RECURSOS LINGUISTICOS

(O texto abaixo faz parte do Curso de Licenciatura em História da Unimes-Santos)

Nesta unidade, tratamos dos recursos lingüísticos que garantem
a coesão referencial e seqüencial dos textos.
A coesão referencial é a que possibilita a recuperação de termos de um
texto, evitando repetições; ela pode ser obtida por meio de:
• Anafóricos: elementos lingüísticos que recuperam (ou que se referem
a) algo que foi dito anteriormente;
• Catafóricos: elementos lingüísticos que anunciam algo que será dito.
A coesão seqüencial é a que possibilita a ordenação das idéias num encadeamento
lógico entre as partes de um texto, fazendo-o progredir. Para
que isso aconteça, devemos organizá-lo em orações, períodos, parágrafos,
usando elementos de ligação para “costurar” esses segmentos.
Um caso particular e muito comum de estrutura frasal é o paralelismo
(ou estrutura paralelística ou ainda paralelismo de construção), que é uma
construção sintática que se repete, fazendo o texto progredir de forma precisa,
clara. Os dois (ou mais) segmentos devem ser, portanto, constituídos
da mesma estrutura frasal, de palavras da mesma classe gramatical e da
correta correlação de tempos e modos.
A coerência é o ponto de partida da interpretabilidade e da compreensão
de qualquer texto: é ela que garante o “sentido” que um autor quer
passar para um leitor, o qual, por sua vez, terá condições de atribuir um
sentido ao que leu.
Portanto, um texto é coerente quando é possível interpretá-lo, entendê-lo,
tanto em suas partes, quanto no seu todo.
Coerência externa: entende-se por coerência externa a compatibilidade
ou não-contradição entre os dados, fatos e conceitos apresentados em um
texto e aqueles tidos como verdadeiros dentro do quadro de referências
em que esse texto se inscreve.
Coerência interna: por coerência interna entende-se a compatibilidade de
idéias entre as partes que compõem o texto.
A coerência está intimamente relacionada com a verossimilhança. Isto
é, a história contada em um texto, mesmo que seja fruto da imaginação
do autor, deve dar ao leitor uma idéia de realidade, de possibilidade. A
verossimilhança, portanto, é um aspecto interno à narrativa. Mas como
o ponto de partida de qualquer história são os elementos da realidade, a
adequação do texto a eles garante a verossimilhança externa.
Enfim, ao redigir, devemos estar atentos a todos os elementos de um texto.


Referências Bibliográficas
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 12ª ed. SP: Ática, 2004.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico. Nova Fronteira da
Língua Portuguesa. 2ª ed., 8ª impressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1997.
D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. 2ª ed. S.P.:
Atlas, 2000.
FIORIN, José Luiz, PLATÃO SAVIOLI, Francisco. Para Entender o texto:
Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1997.
GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação: o que é preciso
saber para bem escrever. São Paulo, Martins Fontes, 2002.
MAZAROTTO, Luiz F et al. Manual de redação: guia prático da língua
portuguesa. SP: Difusão Cultural do Livro, 2004.

GOSTO PELA LEITURA

O gosto pela leitura
Como começar a gostar de ler, eis a questão
Uma das teorias a respeito do assunto diz que é preciso encontrar um livro arrebatador e, a partir daí, nasce o prazer

Motoko Rich, do The New York Times


Talvez a história recente mais fantástica não seja Harry Potter e as Relíquias da Morte, mas The Uncommon Reader (O Leitor Incomum), romance de Alan Bennet, que imagina a rainha da Inglaterra tornando-se repentinamente, no fim da vida, uma leitora voraz. Numa época em que os livros parecem empreender uma árdua batalha contra as forças do MySpace, do You Tube e do American Idol, a idéia de uma pessoa conseguir, tão rapidamente, passar da indiferença literária para uma paixão devoradora é, infelizmente, algo improvável.
O problema foi ressaltado no fim do ano passado, quando o National Endowment for the Arts divulgou a solene notícia (novidade pra quem?) de que os americanos - especialmente adolescentes e jovens adultos - estão lendo menos a título de diversão. Ao mesmo tempo, entre aqueles que lêem menos, a quantidade de leitura também está diminuindo. E entrevistados em cargos de chefia revelaram que seus subordinados são cada vez mais fracos quando se trata de citar uma leitura básica ou da compreensão de um assunto.
O que fazer diante dessas constatações? Perdemos toda a esperança ou as pessoas um dia ainda voltarão a ser atraídas para a paisagem literária? E, exatamente, o que leva alguém a amar tanto um livro que decide querer mais e mais leituras?
Não existe uma resposta empírica. Se houvesse, mais livros seriam vendidos tão bem quanto a série de Harry Potter ou o Código Da Vinci. A gestação de um leitor fiel e comprometido é, em alguns aspectos, um processo mágico, formado em parte pelas forças externas, mas também por uma centelha dentro da imaginação. Ter pais que lêem muito ajuda, mas não garante. Professores e livreiros devotados também podem influir. Mas, apesar da proliferação de grupos de leitura e blogs literários, no final das contas ler é um ato pessoal. "Por que as pessoas lêem e o que elas preferem são questões bem pessoais", diz Sara Nelson, editora-chefe da revista especializada Publishers Weekly.
Em alguns casos, pedir para alguém explicar por que lê é um convite a uma refinada racionalização. Junot Diaz, autor de The Brief Wondrous Life of Oscar Wao (A breve e assombrosa vida de Oscar Wao), recorda vividamente ter tropeçado numa biblioteca ambulante logo após sua família emigrar da Republica Dominicana para Nova Jersey, quando tinha 6 anos de idade. Nessa biblioteca, ele folheou um livro ilustrado de Richard Scarry, uma coleção de pinturas de regiões selvagens americanas no século 19 e uma versão do Sign of Four, de Arthur Conan Doyle. O que havia nessas três obras que o tornaram, a partir daí, uma pessoa louca por livros? "Consigo relatar o mito criador do meu arrebatamento pela leitura, mas explicar é um mistério", diz Diaz.
Sim, é tudo misterioso e pessoal, mas o fato é que há algumas pistas do que pode transformar uma pessoa num leitor duradouro. The Uncommon Reader propõe a tese de que o livro certo no momento certo pode despertar um hábito para toda a vida. Para a rainha da história, esse livro é Pursuit of Love (Em busca de amor), de Nancy Mitford.
Esse é um ideal romântico que subsiste entre muitos amantes de livros. "É como uma droga, mas num sentido positivo", diz Daniel Goldin, gerente geral da Harry W. Schwartz Bookshops, em Milwaukee. "Se você tem o livro que faz a pessoa se apaixonar pela leitura, ela vai querer outro depois."
Esse tipo de experiência ocorre, com mais freqüência, na infância. Em The Child that Books Built (A criança que os livros criam), Francis Spufford, jornalista e crítico britânico, escreve como as marcas negras entre cada uma das capas de O Hobbit foram ficando cada vez mais fáceis de entender e libertaram um dragão de dentro dele, tornando-o um "viciado" em ler.
E o que faz com que um livro se torne a causa primordial da leitura contínua? Para alguns, é a descoberta de que o personagem da história é como você, pensa como você ou, ao menos, compartilha o mesmo sentimento. Quando recebeu o National Book Award (Prêmio Nacional do Livro) de Literatura Juvenil, por The Absolutely True Diary of a Part-Time Indian (O Diário absolutamente verdadeiro de um indígena temporário), o escritor Sherman Alexie agradeceu a Ezra Jack Keats , autor de The Snowy Day (O dia de neve), um livro clássico de histórias ilustradas para crianças . "Foi a primeira vez que folheei um livro e vi um personagem marrom, negro, bege - um personagem parecido comigo, física e espiritualmente, em toda a sua magnífica solidão e esplêndido isolamento", disse Alexie, indígena da tribo Spokane, que cresceu numa reserva.
Em uma entrevista, Alexie disse que era um leitor regular mas que, depois de The Snowy Day, transformou-se num verdadeiro maníaco por livros. "Acho que é a idade em que você encontra aquele livro com o qual se identifica plenamente que irá determinar o resto da sua vida de leitura", disse ele. "Quanto mais jovem você for, mais probabilidade terá de se tornar um leitor sério. O que é preciso, de fato, é a pessoa se achar num livro”.
Naturalmente, isso não vale para a leitura realizada em busca de informação, esclarecimento ou conselho prático. Para outras pessoas, nem é tanto essa identificação, porém abraçar o Outro é o que as atrai para a leitura. "É a emoção de tentar descobrir aquele mundo desconhecido", disse Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã, livro de memórias que se tornou best seller, sobre um grupo de leitura que ela dirigiu no Irã.
Às vezes o mundo da leitura abre-se com um livro de fácil assimilação. Bennet diz que escolheu The Pursuit of Love como o preferido da rainha da sua ficção porque foi o primeiro romance adulto que ele próprio leu por prazer. Para ele, como para a personagem do seu romance, The Pursuit of Love foi um salto para uma literatura mais vigorosa. "Existem todos os tipos de entradas que nos levam à leitura, mesmo se temos em mãos o que, à primeira vista, parece ser um lixo", declara.
(Tradução de Terezinha Martino)

O LIVRO E O LEITOR

O livro e o leitor
Aqui sozinho
Millôr Fernandes
Aqui sozinho, toda a história da vida e da humanidade rola diante de mim. Respiro o ar inaugural do mundo, o primeiro perfume das rosas do Paraíso ainda recendente a originalidade. Vejo as pirâmides subindo; o rosto da esfinge pela primeira vez iluminado pela lua cheia; ouço os gritos dos conquistadores avançando através dos séculos. Observo o matemático inca no orgasmo de criar a mais simples e fantástica invenção humana, o zero. Entro na banheira em Siracusa junto com Arquimedes e sinto, emocionado, meu corpo sofrendo um impulso de baixo para cima igual ao quadrado do volume do líquido por ele deslocado. Reabro feridas de traições, angústias do poder, rios de sangue correndo pela história, justos sendo condenados, injustos apoteoticamente glorificados. Sinto as frustrações neuróticas de tantos seres ansiosos, e a tentativa de supera-las com o exercício de supostas santidades. Com emoção a que nada se compara, começo a decifrar, junto com Champolion, numa pedra com uma tríplice inscrição, o que pensavam seres humanos em dias assustadoramente remotos. Acompanho um homem num desses instantes de fulgor que embelezam e justificam a humanidade pintando e repintando o teto de uma capela. Ouço o som divino que outro artista compõe e que ele próprio é incapaz de ouvir. Recomponho o rosto de maravilhosas espiãs e cortesãs, seduzindo grandes e poderosos. Conheço lindas histórias de afeto, pungentes histórias de amor, incríveis histórias de paixão. Aqui, neste recanto tranqüilo, estou envolvido numa experiência única, pessoal e profunda, com tudo que passou, que se criou, se pensou. Eu, aqui, só com minha imaginação - e um livro.
http://www2.uol.com.br/millor/aberto/dailymillor/006/042.htm. Acesso em 1º/9/2006

HISTÓRIA DE LEITURA DE GRACILIANO RAMOS

Leia a de Graciliano Ramos.
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu pai nunca se dirigia a mim. /.../ Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.
Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.
Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.
Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.
Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sonho. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.
À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.
Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.
Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.
/.../
Confessei, pois, a Emília o meu desgosto e propus-lhe que me dirigisse a leitura. Esforcei-me por interessá-la contando-lhe a escuridão da mata, os lobos, os meninos apavorados, a conversa em casa do lenhador, o aparecimento de uma sujeita que se chamava Águeda.
/.../
Emília me respondeu com uma pergunta que me espantou. Por que não me arriscava a tentar a leitura sozinho?
Longamente lhe expus a minha fraqueza mental, a impossibilidade de compreender as palavras difíceis, sobretudo na ordem terrível em que se juntavam. Se eu fosse como os outros, bem; mas era bruto em demasia, todos me achavam bruto em demasia.
Emília combateu a minha convicção, falou-me dos astrônomos, indivíduos que liam no céu, percebiam tudo quanto há no céu. Não no céu onde moram Deus Nosso Senhor e a Virgem Maria. Esse ninguém tinha visto. Mas o outro, o que fica por baixo, o do Sol, da Lua e das estrelas, os astrônomos conheciam perfeitamente. Ora, se eles enxergavam coisas tão distintas, por que não conseguiria eu adivinhar a página aberta diante dos meus olhos? Não distinguiria as letras? Não sabia reuni-las e formar palavras?
Matutei na lembrança de Emília. Eu, os astrônomos, que doidice! Ler as coisas do céu, quem havia de supor?
E tomei coragem, fui esconder-me no quintal, com os lobos, o homem, a mulher, os pequenos, a tempestade na floresta, a cabana do lenhador. Reli as folhas já percorridas. E as partes que se esclareciam derramavam escassa luz sobre os pontos obscuros. Personagens diminutas cresciam, vagarosamente me penetravam a inteligência espessa. Vagarosamente.
Os astrônomos eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com histórias tristes, em que há homens perseguidos, mulheres e crianças abandonadas, escuridão e animais ferozes.
Ramos, Graciliano. Infância. 8ª ed. São Paulo: Livraria Martins Ed., sd., p.p.214 a 218