quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A ARTE DE ESCREVER

“Escrever é uma prática social que consiste, em boa medida, em escrever contra, sobre, a favor, ou, mais simplesmente, a partir de outros textos. Não há escrita sem polémica, retomada, citação, alusão etc. Ninguém escreve a partir do nada, ou a partir de si mesmo. (Artigo Primeiras Palavras Cintia Barretos, UNICAMP, 2001).”


MELHORAR A LEITURA E A ESCRITA

A leitura e a escrita pode ser melhorada partir do princípio pelo qual foi criado o exercício, ous seja, quanto mais você exercita, mais você vai melhorando sua performance. Os pais, professores e educadores devem trabalhar com seus filhos e alunos exercitando-os a ler e escrever regularmente. O método "céu e inferno" é muito útil, para o estimulo do aprediz. Recompensa por ter feito a lição e castigo como forma de reprovação pela preguiça de não ter feito exercício.

PRODUÇÃO DE TEXTO PROFISSIONAL

Muitos podem alegar que não precisam aprender tanto a dominar a língua, porque não pretende ser escritor. Puro engodo.. Pois a maioria das empresas e atividades exigem produção de textos, seja na comunicação interna na empresa, seja na produção de documentos, contratos, acordos, emissões de notas fiscais, recibos, cartas, mala-direta, boletos, expedientes, despachos, ordens, circulares, mandados, decretos, sentenças, portarias, e tantos outros textos.


CURSO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Na maioria dos cursos de nível superior deveria ser obrigatório o estudo da língua portuguesa, pois a prática de redação e o domínio das normas cultas são fundamentais para os que trabalham ou irão trabalhar em setores da sociedade em que o uso da língua é primordial como exemplo podemos citar:

JORNALISMO
LICENCIATURAS
DIREITO

"Por outro lado, em inúmeras faculdades, o que se vê são pessoas, quase formadas, com dificuldade de escrever um texto. Esta dificuldade se explicita, quando o profissional tem de fazer uma pós-graduação, em que o exercício de escrita é uma constante; ou quando ele é solicitado a escrever um relatório, uma declaração, ou um outro documento na empresa. No momento em que estes questionamentos se colocam, pensamos por que estas pessoas, formadas por uma instituição, não conseguem escrever com certa tranqüilidade e atender às necessidades exigidas pelo mercado de trabalho ou pelas instituições de pós-graduação."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)

COMODIDADE

Hoje em dia, boa parte dos textos são produzidos na forma de digitação e não mais na escrita manual, são iphone, celulares, notebook, computadores e muitos destes aparelhos eletrônicos com corretor ortográficos que têm dado a comodidade dos produtores de textos em "relaxar" e deixar o computador corrigir os erros. Mas devemos lembrar que nem sempre o corretor ortográfico consegue identificar todos os erros, além do que nem sempre este recurso esta ativado em todos os editores de textos. O MSN tem sido um show à parte, ali o escrever errado, sem coerência é o "legal". Quando estas pessas saem dos chats e do MSN e vão produzir textos de documentos, relatórios e redações escolares e universitárias, ai se vê a desgraça...

" Por que muitas frases parecem estar desconexas? Por que os erros de pontuação, de ortografia e de acentuação são freqüentes no nível universitário? Será por causa da pouca, ou nenhuma, leitura extra-escolar? Será pelas facilidades do computador, com seu corretor ortográfico e seus softwares de concordância e regência? Será pelo relaxamento dos chats e e-mails, que sucumbem as vírgulas, os acentos e fazem uso de neologismos?."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)




CONCURSOS PÚBLICOS

A arte de escrever bem, obedecendo as normas da língua é tão importante que praticamente em todos os concursos públicos se exige dos candidatos conhecimentos da língua nacional. Pois muitas profissões, cargos e empregos estão vinculados com ouso contante da linguagem escrita como forma de comunicação.

ELABORAR TEXTOS


Os educadores de unma forma geral deve estimular o habito do aprendiz em elaborar texto. A medida que vai se passando lição aos alunos, sempre contendo textos para leitura, deve-se exigir do aluno como resposta a produção de um texto. Seja para o aluno fazer um comentario ou um resumo da obra que ele leu.

COESÃO E COERÊNCIA

"O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios. (BECHARA, 2001)

Escrever, exige da pessoa que esta redigindo que ela consiga criar unidade no texto, sequencia das idéais, que as frases e orações tenham sentido. Um texto pode estar gramaticalmente correto, mas sem coesão alguma. São palavras sem sentido.


" A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto."(Koch, 2001, p.21)






CLAREZA DE IDÉIAS

Parece que a primeira razão para esse "sofrimento" está naquilo que é, ao mesmo tempo, causa e efeito da crise em que se encontra a comunicação escrita: a pouca eficácia do ensino de redação nas escolas e a falta de treinamento específico para a redação científica, decorrentes de total desprestígio em que caiu a língua escrita como meio eficiente de comunicação. Hoje, "falam" os números, os dados estatísticos, as fotos, os gráficos, os VTs. (Feitosa, 1991, p.12 )


O bom aluno deve aprender a expressar-se com clareza ao colocar suas idéias no papel em forma de texo. Vivemos em uma cultura audio-visual onde estes tipos de recursos tem propiciado novas formas de comunicações, mas não podemos esquecer de dominar os fundamentos da comunicação que é a clareza de idéias na produção de textos e no diáologo oral.

DOMÍNIO DA GRAMÁTICA

A arte de escrever exige o conhecimento da gramática, e dominar a gramática protugesa não é tarefa simples. Levamos a vida inteira estudando gramatica, desde a tenra idade até o final do ensino médio. A complexidade da nossa língua e a infinidade das palavras e seus sentidos, requer um estudo periódico e contínuo da nossa gramatica.

"Não se pode deixar de lembrar que o estudo gramatical é importante para a elaboração de um "bom" texto. Assim, para se escrever "bem" o texto deve-se saber utilizar, corretamente, os sinais de pontuação, deve-se saber ortografia, acentuação; deve-se saber o uso da crase; deve-se fazer as concordâncias verbal e nominal; deve-se saber regências verbal e nominal; além de se fazer um texto com os dois elementos mais importantes: coesão e coerência. Sem estes dois elementos, o texto perde a intenção de comunicação, ou melhor, de intercomunicação."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)


LER PARA ESCREVER

Não adianta querer escrever sobre o que não sabe. Escrever é um ato de exteriorizar, enquanto a leitura é o ato de absorver, sugar, se alimentar intelectualmente. Ao meu ver, toda literatura é aproveitavel, porque mesmo que o texto seja inaproveitável, pelo menos serviu para exercitar nossa mente e a capaicadade de analisar as idéias do escritor.

Costumo lê até as fórmulas de shampoo, tudo que lemos devemos levar para o compartimento de triagem cerebral: Onde ali passa pelo crivo das seguintes perguntas:

- É verdade o que esta escrito?
- O que isto significa?
- Isso serve-me para quê?
- Por quê o autor escreveu isso?

A leitura exercita nossa capacidade de raciocinar e discernir as coisas. Acredito que para cada linha que escrevemos de um texto qualquer sobre qualquer assunto, tenhamos gasto uma hora lendo e ouvindo sobre aquilo. Só escreve quem já leu...

Harold Bloom disse:

Uma das funções da leitura é nos preparar para uma transformação, e a transformação final tem caráter universal. Considero aqui a leitura como hábito pessoal, e não como prática educativa. A maneira como lemos hoje, quando o fazemos sozinhos, manifesta uma relação contínua com o passado, a despeito da leitura atualmente praticada nas academias. Meu leitor ideal (e herói preferido) é Samuel Johnson, que bem conhecia e tão bem expressou as vantagens e desvantagens da leitura constante. Conforme qualquer outra atividade mental, a leitura, para Johnson, devia atender a uma preocupação central, ou seja, algo que "nos diz respeito, e que nos é útil". Sr. Francis Bacon, gestor de algumas da idéias postas em prática por Johnson, ofereceu o célebre conselho: "Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para refletir e avaliar". A Bacon e Johnson eu acrescentaria um terceiro sábio da leitura, inimigo ferrenho da História e de todos os Historicismos, Emerson, que afirmou: "Os melhores livros levam-nos à convicção de que a natureza que escreveu é a mesma que lê". Proponho uma fusão de Bacon, Johnson e Emerson, uma fórmula de leitura: encontrar algo que nos diga respeito, que possa ser utilizado como base para avaliar, refletir, que pareça ser fruto de uma natureza semelhante à nossa, e que seja livre da tirania do tempo. (2001, p. 17-8)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PRONOME OBLÍQUO



As informações abaixo foram extraídas do site:

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

PRONOME OBLÍQUO
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal, ou seja, objeto direto ou objeto indireto.
Sendo um pronome ele carrega consigo as características próprias a essa classe gramatical, ou seja, é uma palavra que pode:
Substituir um nome
Qualificar um nome
Determinar a pessoa do discurso
Em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação na forma do pronome indica tão somente a função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento verbal da oração.


Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que possuem. Dessa forma eles podem ser:
Pronome oblíquo átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos cuja acentuação tônica é fraca.
Os pronomes oblíquos apresentam flexão de número, gênero e pessoa, sendo essa última a principal flexão porque marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:


- 1ª pessoa do singular (eu):me
- 2ª pessoa do singular (tu):te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós):nos
- 2ª pessoa do plural (vós):vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes


O lhe é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome o ou a e preposição a ou para. Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Os demais pronomes átonos em geral funcionam como objeto direto.
Pronome oblíquo tônico

São chamados tônicos os pronomes oblíquos cuja acentuação tônica é forte.
Os pronomes oblíquos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão porque marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:

- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

Os pronomes oblíquos tônicos sempre acompanham uma preposição, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse motivo os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração.

Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
A forma contraída dos pronomes tônicos (comigo, contigo, conosco e convosco) é obrigatória na construção dos pronomes de 1ª e 2ª pessoas do singular e do plural. As terceiras pessoas do singular e plural, por possuírem uma forma iniciada por vogal (ele, por exemplo), se apresentam separadas da preposição "com" (com ele, com elas e etc.).

Os pronomes oblíquos tônicos contraídos (contigo, por exemplo) freqüentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia (ex.: Ele carregava este nome consigo).

Formas especiais do pronome oblíquo
O pronome oblíquo, quando exerce a função de objeto direto, adquire formas especiais conforme a posição que ocupa na sentença. Isso, porém, só é válido para os pronomes oblíquos de terceira pessoa do singular e do plural.
Quando o pronome oblíquo estiver antes do verbo (próclise, as formas utilizadas são as padrões: o, a, os, as.

Quando o pronome oblíquo estiver depois do verbo (ênclise), as formas do pronome variam de acordo com o verbo que acompanham. São duas as terminações verbais que comandam a forma do pronome oblíquo enclítico:
1. verbos terminados em -r, -s ou –z acrescenta-se "-l" antes da forma do pronome (-lo, -la, -los, -las).
Exemplo:

Todos podiam fazer o exercício em casa.
Todos podiam fazer-o em casa. [Inadequado]
Todos podiam fazê-lo em casa. [Adequado]

2. verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão e -õe) acrescenta-se "-n" antes da forma do pronome (-no, -na, -nos, -nas).
Exemplo:

Eles tinham aquela criança como filha rebelde.
Eles tinham-a como filha rebelde. [Inadequado]
Eles tinham-na como filha rebelde. [Adequado]

O pronome em início de sentenças
O pronome reto (eu, tu, ele e etc.) ocupa sempre a posição de sujeito da oração. Já o pronome oblíquo (me, te, o, se e etc.) exerce a função de objeto da oração, complementando o verbo transitivo. Como é papel do sujeito iniciar uma sentença, o pronome oblíquo não deve ocupar essa posição inicial.
Embora seja correto o emprego do pronome oblíquo antes do verbo (próclise), se o verbo estiver iniciando sentença é aconselhável o emprego do pronome depois do verbo (ênclise).
Exemplos:

Te censuraram em público. [Inadequado]
Censuraram-te em público. [Adequado]
Me passa o sal, por favor!. [Inadequado]
Passa-me o sal, por favor!. [Adequado]
O pronome e o objeto direto

O objeto direto é formado por um nome, em geral um substantivo. Esse nome pode vir substituído por um pronome. Quando isso ocorre, o pronome empregado deve ser o pronome oblíquo (me, te, o, se e etc.).
O pronome reto (eu, tu, ele e etc) ocupa sempre a posição de sujeito da oração. Cabe, portanto, ao pronome oblíquo exercer a função de objeto da oração, complementando o verbo transitivo.

Exemplos:

Ela queria o prêmio para si.
Ela queria ele para si. [Inadequado]
Ela o queria para si. [Adequado]

...[ela = pronome reto = sujeito da oração]
...[o = pronome oblíquo = objeto direto da oração]
Chamaram Maria de santa.
Chamaram ela de santa. [Inadequado]
Chamaram-na de santa. [Adequado]
...[sujeito indeterminado do verbo "chamar"]
...[na = pronome oblíquo = objeto direto da oração]





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As informações abaixo foram extraídas do site:
Fonte: www.interaula.com
Fonte: www.graudez.com.br

OBJETO REPRESENTADO POR PRONOME OBLÍQUO

Os pronomes pessoais oblíquos, como foi visto no estudo da morfologia, são indicados para uso sintático de objetos.
Os pronomes o, a, os, as são utilizados para substituir o objeto direto. Já os pronomes lhe, lhes substituem o objeto indireto. Os demais pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos e vos) tanto podem ser empregados para substituir objeto direto quanto indireto. Neste último caso, deve-se analisar a transitividade verbal para classificar o complemento.
Exemplos

Emprestei-o / O assunto interessa-lhe / Telefonou-me / Convidaram-nos
Cabe também destacar que com a utilização dos pronomes como objeto indireto a preposição não aparece, dificultando um pouco a análise.
Exemplos
Comprei um presente a ela = comprei-lhe um presente

sábado, 3 de outubro de 2009

SOTAQUE

ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS

Marcos Bagno em um trecho diz:

"As pessoas que dizem Cráudia, praca, pranta pertencem a uma classe social desprestigiada, marginalizada, que não tem acesso à educação formal e aos bens culturais da elite, e por isso a língua que elas falam sofre o mesmo preconceito que pesa sobre elas mesmas, ou seja, sua língua é considerada ‘feia’, ‘pobre’,‘carente’, quando na verdade é apenas diferente da língua falada na escola" (p.39).




MARCOS BAGNO




Não concordo com o autor de que se trata de marginalização. É verdade que a maioria das pessoas que falam errado são pessoas de baixo poder aquisitivo, que tiveram pouco acesso a escola e a educação. Ao meu vê as pessoas que falam errado, possui uma linguagem verdadeiramente feia, pobre e carente.Isso não quer dizer que devemos menosprezar estas pessoas, mas quem fala "Cráudia, praca, pranta" com certeza não tem a formação educacional da elite e percebe-se que não possuem doutorado pela PUC..


O regionalismo da língua cria umas distinções linguísticas no Brasil, são os "sotaques regionais" de maneira que podemos citar alguns mais detacados como: paulista, carioca, mineiro, nordestino, e gaúcho. Essas diferenças servem para uma "gozação" que muitas vezes são preconceituosas, talves aqui tenha um "que" de preconceito. Em São Paulo ninguém quer dá emprego em um shopping para uma vendedora que fale com sotaque arrastado e forte do agreste nordestino. Neste ponto acho que existe preconceito.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Estudo extraído da gramática do professor Pasquale Cipro Neto:

- nota da ledora: anúncio da Adidas. Fotografia de uma perna, e um pé, dando destaque
ao pé descalço, pintado com as três listras que são marca registrada da Adidas, e o
seguinte texto: - 26 ossos, 200 músculos, 320 km/h na troca de mensagem com o
cérebro. Para ficar perfeito, só lhe faltam três listras.
- fim da nota.
Neste capítulo, você vai estudar um dos aspectos mais ricos da sintaxe portuguesa: a
concordância.
Você ja aprendeu nos capítulos destinados à analise dos termos essenciais da oração que
o verbo e o sujeito estão sempre ligados pelo mecanismo de concordância, mesmo que o
sujeito venha posposto ao verbo, como no anúncio ao lado (o sujeito "três listras" esta
em relação de CONCORDÂNCIA com o verbo faltavam). De acordo com essa
relação, verbo e sujeito concordam em número e pessoa:
Assumo meus inúmeros erros: sujeito da primeira pessoa do singular (eu),Assumimos
nossos inúmeros erros: sujeito da primeira pessoa do plural (nós)
Toda pessoa sensata assume os próprios erros: sujeito da terceira pessoa do singular
Pessoas sensatas assumem os próprios erros: sujeito da terceira pessoa do plural

REGRAS BÁSICAS: SUJEITO COMPOSTO

Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a CONCORDÂNCIA se faz no
plural:
Pai e filho conversaram longamente. Pais e filhos devem conversar com frequência.

Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância no
plural obedece ao seguinte esquema: a primeira pessoa prevalece sobre a segunda
pessoa, que, por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu/ tomaremos a decisão. primeira pessoa do plural
Tu e teus irmãos/ tomareis a decisão. segunda pessoa do plural
Pais e filhos/ precisam respeitar-se. terceira pessoa do plural

Quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da
terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural, como se vê em muitos
de nossos bons escritores. É possível, pois, aceitar a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a
decisão.", ja legitimada por grande parte dos gramáticos.


Você percebeu que, até agora, todos os exemplos trouxeram o sujeito anteposto ao
verbo. No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova
possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do
sujeito, o verbo pode estabelecer CONCORDÂNCIA com o núcleo do sujeito mais
próximo. Convém insistir em que isso é uma opção, e não uma obrigação. Essa dupla
possibilidade se estende aos demais casos de CONCORDÂNCIA entre verbo e sujeito
composto que você estudara mais adiante.
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
Pouco falaram o presidente e os ministros.
Pouco falou o presidente e os ministros.
Quando ocorre idéia de reciprocidade, no entanto, a CONCORDÂNCIA é feita
obrigatoriamente no plural:
Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.


CASOS DE SUJEITOS SIMPLES QUE MERECEM DESTAQUES
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante
hesitar no momento de estabelecer a CONCORDÂNCIA com o verbo. Em alguns
desses casos, a CONCORDÂNCIA puramente gramatical é contaminada pelo
significado de expressões que nos transmitem noção de plural apesar de terem forma de
singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado algumas delas.
Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o
grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de) seguida de um
substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural:
A maioria dos jornalistas aprovou/aprovaram a idéia.
Metade dos candidatos não apresentou /apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento se aplica aos casos dos coletivos, quando especificados:
Um bando de vândalos destruiu/destruíram o monumento.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma
plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de,
mais de, menos de, perto de) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o
substantivo. Observe:
Cerca de mi/pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
Quando a expressão mais de um se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o
plural é obrigatório:
Mais de um deputado se ofenderam na tumultuada sessão de ontem.
Quando se trata de nomes próprios, a CONCORDÂNCIA deve ser feita levando-se em
conta a ausência ou presença de artigo.
Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve
ficar no plural. Observe:
Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica no mundo.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

- nota da ledora:

OBSERVAÇÃO
Com nome de obra no plural, com artigo no plural, o verbo ser pode ficar no singular,
desde que o predicativo do sujeito esteja no singular: "Os sertões é a obra máxima de
Euclides da Cunha".
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.
Os sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos,
alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido de de nós ou de vós, o verbo pode
concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome
pessoal. Observe:
Quais de nós são/somos capazes?
Alguns de vós sabiam/sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Observe que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do
emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos.", está-se incluindo no grupo de omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou
escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma
denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no
singular:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.

- nota da ledora: desenho em quadrinho, na página. Primeiro quadro: dois homens, um
entregando uma mensagem ao outro, falando: - você não tem como errar, ele tem barba
e chifres. Segundo quadro: o mensageiro encontra um palhaço barbudo, com uma flor
no chapéu; um bode, e Hagar, pergunta em seguida: - quem de vocês é Hagar?
- fim da nota.
Não há como errar: pronome interrogativo no singular, verbo também (2o. quadro).


Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de
substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Observe:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o número. Veja:
25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.

Quando o sujeito é o pronome relativo que, a CONCORDÂNCIA em número e pessoa
é feita com o antecedente desse pronome. Observe:
-Fui eu que paguei a conta,
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
- nota da ledora: propaganda da valisère ; mulher deitada sobre um homem, todo de
branco, e o seguinte texto: Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de
um homem.
- fim da nota.
Com a expressão um dos que, o verbo deve assumir a forma plural:
Ademir da Guia foi um dos jogadores de futebol que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor; certamente lerá seu novo romance.

A tendência, na linguagem corrente, é a CONCORDÂNCIA no singular. O que se
ouve efetivamente é "Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da
emenda.". Faça a comparação com um caso em que se use um adjetivo. Você diria "Ela
é uma das alunas mais brilhante da sala."? Claro que não! Das alunas mais brilhantes da
sala, ela é uma. Do mesmo modo, dos deputados que mais lutaram pela aprovação da
emenda, ele é um. Então o raciocínio lógico mostra que o verbo no singular é
inaceitável.

Quando o sujeito é o pronome relativo quem, pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa
do singular ou em CONCORDÂNCIA com o antecedente do pronome.
Observe:
Fui eu quem pagou a conta.
ou
Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro.
ou
Fomos nós quem pintamos o muro.



CASOS DE SUJEITOS COMPOSTOS QUE MERECEM DESTAQUE

Há casos de sujeito composto que merecem estudo particular.
Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o
verbo pode ficar no plural ou no singular:

núcleos sinônimos

Descaso e desprezo marcam/marca seu comportamento.
Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode
ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito:

Com você, meu amor uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem/satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no singular enfatiza a unidade de sentido que há na
combinação descaso/desprezo. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último
elemento da série gradativa.
Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por ou nem, o verbo deverá ficar no
plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuida a todos os núcleos:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Se a declaração contida no predicado só puder ser atribuida a um dos núcleos do sujeito,
ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. Observe:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um.)
Com as expressões um ou outro e nem um nem outro, a CONCORDÂNCIA costuma
ser feita no singular, embora o plural também seja praticado. Com a locução um e outro,
o plural é mais freqüênte, embora também se use o singular.
Não há uniformidade no tratamento dado a essas expressões por gramáticos e escritores.
Quando os núcleos do sujeito são unidos por com, o verbo pode ficar no plural.
Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra com tem
sentido muito próximo ao de e:
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a idéia é enfatizar o primeiro
elemento:
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples.
As expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de
companhia. Na verdade, é como se, houvesse uma inversão da ordem: "O pai montou o
brinquedo com o filho." / "O governador traçou os planos para o próximo semestre com
o secretariado.".
Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como não só... mas
também; não só... como também; nao só... mas ainda; não somente... mas ainda; não
apenas... mas também; tanto... quanto, o verbo concorda de preferência no plural:
Não só a seca mas também o pouco-caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto
recapitulativo, a CONCORDÂNCIA é feita com esse termo resumidor:
Pontes, viadutos, túneis, nada disso é prioritário em uma cidade como São Paulo.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.



O VERBO E A PALAVRA SE
Merece destaque a CONCORDÂNCIA das estruturas verbais formadas com a
participação do pronome se. Entre as várias funções que esse pronome exerce, há duas
de particular interesse para a CONCORDÂNCIA verbal: quando é índice de
indeterminação do sujeito e quando é partícula apassivadora.
Quando é índice de indeterminação do sujeito, o se acompanha verbos intransitivos,
transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira
pessoa do singular:
Aos domingos, assiste-se a programas medonhos na televisão.
Aos sábados, costumava-se ir a bailes.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando se é consciente, luta-se pelo bem-estar social.
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Quando é pronome apassivador, o se acompanha verbos transitivos diretos e transitivos
diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve
concordar com o sujeito da oração:
Destruiu-se a base de uma sociedade igualitária.
Destruíram-se as bases de uma sociedade igualitária.
Construiu-se um posto de saúde.
Construiram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
- nota da ledora: propaganda do jornal a Folha de S. Paulo, com o seguinte texto: O
jornal que mais se compra é o que nunca se vende.
- fim da nota.
Neste anúncio, o pronome apassivador se acompanha dois verbos tansitivos diretos
(comprar e vender). Nas duas ocorrências, o sujeito é o pronome relativo que
subtituindo o jornal; por isso os verbos estão no singular.
CONCORDÂNCIA COM VERBOS DE PARTICULAR INTERESSE


HAVER E FAZER


O verbo haver, quando indica existência ou acontecimento, é impessoal, devendo
permanecer sempre na terceira pessoa do singular:
Há graves problemas sociais no país.
Havia graves problemas sociais no país.
Sempre houve graves problemas sociais no país.
Parece haver graves problemas sociais no país.
Deve ter havido graves problemas sociais no país.
Haver e fazer são impessoais quando indicam idéia de tempo (cronológico ou
meteorológico). Nesse caso, devem permanecer na terceira pessoa do singular:
Há anos não o procuro.
Faz anos que não o procuro.
Havia anos que não nos encontrávamos.
Fazia anos que não nos encontrávamos.
Deve fazer vinte anos que ela foi embora.

SER

A CONCORDÂNCIA do verbo ser é absolutamente particular, rica em detalhes. Em
várias situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o
predicativo. Em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo
que se queira enfatizar.
Quando colocado entre um substantivo comum no singular e outro no plural, o verbo ser
tende a ir para o plural, independentemente da ordem dos substantivos.
Poderá ficar no singular por motivo de ênfase:
No meio da chuva, o coração do seu carro são as palhetas e os limpadores do pára-brisa.
A cama são algumas tábuas retorcidas.
Quando colocado entre um nome próprio e um comum, o verbo ser tende a concordar
com o nome próprio. Entre um pronome pessoal e um substantivo comum ou próprio, o
verbo concorda com o pronome:
Garrincha foi as mais incríveis diabruras com a bola.
O professor sou eu.
Eu sou Pedro das Neves.
Pedro das Neves sou eu.
Quando colocado entre um substantivo e um pronome que não seja pessoaI, o verbo ser
tende a concordar com o substantivo:
Tudo eram sorrisos naquele ambiente hipócrita.
Isso são manias de quem não tem o que fazer.
Quem são os escolhidos?
Dos dois primeiros casos, encontram-se, sobretudo em textos literários, exemplos em
que se opta pela CONCORDÂNCIA com o pronome.
Nas expressões que indicam quantidade (medida, peso, preço, valor), o verbo ser é
invariável:

Cinco quilos é muito.
Mil reais é pouco para uma família viver em São Paulo.
Dez minutos é muito tempo.
Com você, duas horas é pouco.
Nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a expressão numérica mais
próxima:
É uma hora.
São duas horas.
Eram quatro e vinte.
Já é meio-dia.
Já é uma e cinqüenta e cinco.
São cinco para o meio-dia.
Hoje são trinta e um de dezembro.
(Mas, cuidado: Hoje é dia trinta e um de dezembro.)
- nota da ledora: desenhos de vários relógios mostrando diversas horas, mencionadas,
apenas como ilustração da página.
- fim da nota.



FLEXÃO DO INFINITIVO
O infinitivo expressa um processo verbal sem indicação de tempo. Em português, o
infinitivo pode ser impessoal, quando o que se considera é apenas o processo verbal, e
pessoal, quando se atribui a esse processo verbal um agente. Observe:
É proibido conversar com o motorista. (impessoal)
É bom sairmos já. (pessoal, sujeito/agente nós)
O infinitivo constitui um dos casos mais discutidos da língua portuguesa.
Estabelecer regras para o uso de sua forma flexionada, por exemplo, é tarefa difícil. Em
muitos casos, a opção é meramente estilística, como você verá adiante.
Algumas recomendações, no entanto, podem ser feitas.
A forma não flexionada deve ser usada:
a) quando o verbo é usado indeterminadamente, assumindo valor substantivo:
Dormir é fundamental para repor as energias.
Viajar é a melhor alternativa de lazer.
b) quando o infinitivo tem valor imperativo:
Direita, volver!
Honrar pai e mãe.
c) quando o infinitivo, regido de preposição de, complementa um adjetivo e assume
valor passivo:
Suas constantes manifestações de desagrado são ossos duros de roer.
(= de serem roídos)
Vivi situações difíceis de esquecer. ( de serem esquecidas)
d) quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um
substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior:
Foram obrigados a ficar.
Acusaram-nos de praticar atos suspeitos.
Eu os convenci a aceitar.
Estão dispostos a colaborar.
e) quando o infinitivo surge como verbo principal de uma locução verbal:
Queiram, por gentileza, comparecer ao estacionamento.
Precisamos lutar para podermos vencer os jogos que vamos disputar.
Estão a dizer que fui eu?
f) quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa um verbo
auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou sensitivo (ver sentir, ouvir perceber) e tem
como sujeito um pronome oblíquo:
Faça-os ficar.
Não os vi entrar.
Deixaram-nos sair.
- nota da ledora: desenho ilustrativo da página - um homem, em postura de ordem, junto
a um grupo de pessoas.
- fim da nota.
A forma flexionada deve ser usada obrigatoriamente quando tem sujeito diferente do
sujeito da oração anterior:
Suponho serem eles os responsáveis.
Lembrei-me da recomendação médica de tomares sol todas as manhãs. (Pense no que
aconteceria se não se flexionasse o infinitivo neste caso.)
É hora de vocês passarem à ação.
Ouvi gritarem meu nome.
A flexão do infinitivo é optativa quando a oração reduzida que complementa um
auxiliar causativo ou sensitivo apresentar como sujeito um substantivo. Observe:
Mande os meninos entrarem. (ou entrar)
Ouvi os pássaros cantarem. (ou cantar)
Deixe os torcedores assistirem (ou assistir) ao treino.
Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior, a
flexão do infinitivo é desnecessária. Observe:
Eles irão a Brasília para apresentar sua proposta ao presidente.
Fizemos o possível e o impossível para aceitar sua indicação.
Nesse caso, a flexão do infinitivo só se justifica se existir a clara intenção e a
necessidade de enfatizar o agente do processo expresso pelo infinitivo:
Eles irão a Brasília para apresentarem sua proposta ao presidente.
Fizemos o possível e o impossível para aceitarmos sua indicação.
Os bons autores não recomendam essa flexão.
O verbo parecer pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.
Observe:
Elas parecem querer.
Elas parece quererem.
Na primeira frase, parecer é verbo auxiliar de querer. Na segunda, ocorre na verdade um
período composto. Parece é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas quererem". O
desdobramento dessa reduzida gera algo como "Parece que elas querem."
- nota da ledora: desenho de quadrinho, na página - um casal sentado à mesa, lendo um
cardápio. Texto: No lugar do amor: - o nosso amor começou em uma pizzaria em que
vibramos ao ver o baixo preço das pizzas. - casal se olhando nos olhos: - ( amar era
olhar par a mesma beleza)
- fim da nota.
Na oraçao reduzida "ao ver o baixo preço das pizzas" (1o. quadro), o infinitivo
dispensou flexão porque seu sujeito e' o mesmo da oração anterior ("em que [nós]
vibramos"). No 2o. quadro, os verbos são usados indeterminadamente, assumindo valor
substantivo; portanto mantêm-se na forma não flexionada.