sábado, 3 de outubro de 2009

CONCORDÂNCIA VERBAL

Estudo extraído da gramática do professor Pasquale Cipro Neto:

- nota da ledora: anúncio da Adidas. Fotografia de uma perna, e um pé, dando destaque
ao pé descalço, pintado com as três listras que são marca registrada da Adidas, e o
seguinte texto: - 26 ossos, 200 músculos, 320 km/h na troca de mensagem com o
cérebro. Para ficar perfeito, só lhe faltam três listras.
- fim da nota.
Neste capítulo, você vai estudar um dos aspectos mais ricos da sintaxe portuguesa: a
concordância.
Você ja aprendeu nos capítulos destinados à analise dos termos essenciais da oração que
o verbo e o sujeito estão sempre ligados pelo mecanismo de concordância, mesmo que o
sujeito venha posposto ao verbo, como no anúncio ao lado (o sujeito "três listras" esta
em relação de CONCORDÂNCIA com o verbo faltavam). De acordo com essa
relação, verbo e sujeito concordam em número e pessoa:
Assumo meus inúmeros erros: sujeito da primeira pessoa do singular (eu),Assumimos
nossos inúmeros erros: sujeito da primeira pessoa do plural (nós)
Toda pessoa sensata assume os próprios erros: sujeito da terceira pessoa do singular
Pessoas sensatas assumem os próprios erros: sujeito da terceira pessoa do plural

REGRAS BÁSICAS: SUJEITO COMPOSTO

Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a CONCORDÂNCIA se faz no
plural:
Pai e filho conversaram longamente. Pais e filhos devem conversar com frequência.

Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância no
plural obedece ao seguinte esquema: a primeira pessoa prevalece sobre a segunda
pessoa, que, por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu/ tomaremos a decisão. primeira pessoa do plural
Tu e teus irmãos/ tomareis a decisão. segunda pessoa do plural
Pais e filhos/ precisam respeitar-se. terceira pessoa do plural

Quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da
terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural, como se vê em muitos
de nossos bons escritores. É possível, pois, aceitar a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a
decisão.", ja legitimada por grande parte dos gramáticos.


Você percebeu que, até agora, todos os exemplos trouxeram o sujeito anteposto ao
verbo. No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova
possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do
sujeito, o verbo pode estabelecer CONCORDÂNCIA com o núcleo do sujeito mais
próximo. Convém insistir em que isso é uma opção, e não uma obrigação. Essa dupla
possibilidade se estende aos demais casos de CONCORDÂNCIA entre verbo e sujeito
composto que você estudara mais adiante.
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
Pouco falaram o presidente e os ministros.
Pouco falou o presidente e os ministros.
Quando ocorre idéia de reciprocidade, no entanto, a CONCORDÂNCIA é feita
obrigatoriamente no plural:
Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.


CASOS DE SUJEITOS SIMPLES QUE MERECEM DESTAQUES
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante
hesitar no momento de estabelecer a CONCORDÂNCIA com o verbo. Em alguns
desses casos, a CONCORDÂNCIA puramente gramatical é contaminada pelo
significado de expressões que nos transmitem noção de plural apesar de terem forma de
singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado algumas delas.
Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o
grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de) seguida de um
substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural:
A maioria dos jornalistas aprovou/aprovaram a idéia.
Metade dos candidatos não apresentou /apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento se aplica aos casos dos coletivos, quando especificados:
Um bando de vândalos destruiu/destruíram o monumento.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma
plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de,
mais de, menos de, perto de) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o
substantivo. Observe:
Cerca de mi/pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
Quando a expressão mais de um se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o
plural é obrigatório:
Mais de um deputado se ofenderam na tumultuada sessão de ontem.
Quando se trata de nomes próprios, a CONCORDÂNCIA deve ser feita levando-se em
conta a ausência ou presença de artigo.
Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve
ficar no plural. Observe:
Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica no mundo.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

- nota da ledora:

OBSERVAÇÃO
Com nome de obra no plural, com artigo no plural, o verbo ser pode ficar no singular,
desde que o predicativo do sujeito esteja no singular: "Os sertões é a obra máxima de
Euclides da Cunha".
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.
Os sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos,
alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido de de nós ou de vós, o verbo pode
concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome
pessoal. Observe:
Quais de nós são/somos capazes?
Alguns de vós sabiam/sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Observe que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do
emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos.", está-se incluindo no grupo de omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou
escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma
denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no
singular:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.

- nota da ledora: desenho em quadrinho, na página. Primeiro quadro: dois homens, um
entregando uma mensagem ao outro, falando: - você não tem como errar, ele tem barba
e chifres. Segundo quadro: o mensageiro encontra um palhaço barbudo, com uma flor
no chapéu; um bode, e Hagar, pergunta em seguida: - quem de vocês é Hagar?
- fim da nota.
Não há como errar: pronome interrogativo no singular, verbo também (2o. quadro).


Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de
substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Observe:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o número. Veja:
25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.

Quando o sujeito é o pronome relativo que, a CONCORDÂNCIA em número e pessoa
é feita com o antecedente desse pronome. Observe:
-Fui eu que paguei a conta,
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
- nota da ledora: propaganda da valisère ; mulher deitada sobre um homem, todo de
branco, e o seguinte texto: Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de
um homem.
- fim da nota.
Com a expressão um dos que, o verbo deve assumir a forma plural:
Ademir da Guia foi um dos jogadores de futebol que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor; certamente lerá seu novo romance.

A tendência, na linguagem corrente, é a CONCORDÂNCIA no singular. O que se
ouve efetivamente é "Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da
emenda.". Faça a comparação com um caso em que se use um adjetivo. Você diria "Ela
é uma das alunas mais brilhante da sala."? Claro que não! Das alunas mais brilhantes da
sala, ela é uma. Do mesmo modo, dos deputados que mais lutaram pela aprovação da
emenda, ele é um. Então o raciocínio lógico mostra que o verbo no singular é
inaceitável.

Quando o sujeito é o pronome relativo quem, pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa
do singular ou em CONCORDÂNCIA com o antecedente do pronome.
Observe:
Fui eu quem pagou a conta.
ou
Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro.
ou
Fomos nós quem pintamos o muro.



CASOS DE SUJEITOS COMPOSTOS QUE MERECEM DESTAQUE

Há casos de sujeito composto que merecem estudo particular.
Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o
verbo pode ficar no plural ou no singular:

núcleos sinônimos

Descaso e desprezo marcam/marca seu comportamento.
Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode
ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito:

Com você, meu amor uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem/satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no singular enfatiza a unidade de sentido que há na
combinação descaso/desprezo. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último
elemento da série gradativa.
Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por ou nem, o verbo deverá ficar no
plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuida a todos os núcleos:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Se a declaração contida no predicado só puder ser atribuida a um dos núcleos do sujeito,
ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. Observe:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um.)
Com as expressões um ou outro e nem um nem outro, a CONCORDÂNCIA costuma
ser feita no singular, embora o plural também seja praticado. Com a locução um e outro,
o plural é mais freqüênte, embora também se use o singular.
Não há uniformidade no tratamento dado a essas expressões por gramáticos e escritores.
Quando os núcleos do sujeito são unidos por com, o verbo pode ficar no plural.
Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra com tem
sentido muito próximo ao de e:
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a idéia é enfatizar o primeiro
elemento:
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples.
As expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de
companhia. Na verdade, é como se, houvesse uma inversão da ordem: "O pai montou o
brinquedo com o filho." / "O governador traçou os planos para o próximo semestre com
o secretariado.".
Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como não só... mas
também; não só... como também; nao só... mas ainda; não somente... mas ainda; não
apenas... mas também; tanto... quanto, o verbo concorda de preferência no plural:
Não só a seca mas também o pouco-caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto
recapitulativo, a CONCORDÂNCIA é feita com esse termo resumidor:
Pontes, viadutos, túneis, nada disso é prioritário em uma cidade como São Paulo.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.



O VERBO E A PALAVRA SE
Merece destaque a CONCORDÂNCIA das estruturas verbais formadas com a
participação do pronome se. Entre as várias funções que esse pronome exerce, há duas
de particular interesse para a CONCORDÂNCIA verbal: quando é índice de
indeterminação do sujeito e quando é partícula apassivadora.
Quando é índice de indeterminação do sujeito, o se acompanha verbos intransitivos,
transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira
pessoa do singular:
Aos domingos, assiste-se a programas medonhos na televisão.
Aos sábados, costumava-se ir a bailes.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando se é consciente, luta-se pelo bem-estar social.
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Quando é pronome apassivador, o se acompanha verbos transitivos diretos e transitivos
diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve
concordar com o sujeito da oração:
Destruiu-se a base de uma sociedade igualitária.
Destruíram-se as bases de uma sociedade igualitária.
Construiu-se um posto de saúde.
Construiram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
- nota da ledora: propaganda do jornal a Folha de S. Paulo, com o seguinte texto: O
jornal que mais se compra é o que nunca se vende.
- fim da nota.
Neste anúncio, o pronome apassivador se acompanha dois verbos tansitivos diretos
(comprar e vender). Nas duas ocorrências, o sujeito é o pronome relativo que
subtituindo o jornal; por isso os verbos estão no singular.
CONCORDÂNCIA COM VERBOS DE PARTICULAR INTERESSE


HAVER E FAZER


O verbo haver, quando indica existência ou acontecimento, é impessoal, devendo
permanecer sempre na terceira pessoa do singular:
Há graves problemas sociais no país.
Havia graves problemas sociais no país.
Sempre houve graves problemas sociais no país.
Parece haver graves problemas sociais no país.
Deve ter havido graves problemas sociais no país.
Haver e fazer são impessoais quando indicam idéia de tempo (cronológico ou
meteorológico). Nesse caso, devem permanecer na terceira pessoa do singular:
Há anos não o procuro.
Faz anos que não o procuro.
Havia anos que não nos encontrávamos.
Fazia anos que não nos encontrávamos.
Deve fazer vinte anos que ela foi embora.

SER

A CONCORDÂNCIA do verbo ser é absolutamente particular, rica em detalhes. Em
várias situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o
predicativo. Em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo
que se queira enfatizar.
Quando colocado entre um substantivo comum no singular e outro no plural, o verbo ser
tende a ir para o plural, independentemente da ordem dos substantivos.
Poderá ficar no singular por motivo de ênfase:
No meio da chuva, o coração do seu carro são as palhetas e os limpadores do pára-brisa.
A cama são algumas tábuas retorcidas.
Quando colocado entre um nome próprio e um comum, o verbo ser tende a concordar
com o nome próprio. Entre um pronome pessoal e um substantivo comum ou próprio, o
verbo concorda com o pronome:
Garrincha foi as mais incríveis diabruras com a bola.
O professor sou eu.
Eu sou Pedro das Neves.
Pedro das Neves sou eu.
Quando colocado entre um substantivo e um pronome que não seja pessoaI, o verbo ser
tende a concordar com o substantivo:
Tudo eram sorrisos naquele ambiente hipócrita.
Isso são manias de quem não tem o que fazer.
Quem são os escolhidos?
Dos dois primeiros casos, encontram-se, sobretudo em textos literários, exemplos em
que se opta pela CONCORDÂNCIA com o pronome.
Nas expressões que indicam quantidade (medida, peso, preço, valor), o verbo ser é
invariável:

Cinco quilos é muito.
Mil reais é pouco para uma família viver em São Paulo.
Dez minutos é muito tempo.
Com você, duas horas é pouco.
Nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a expressão numérica mais
próxima:
É uma hora.
São duas horas.
Eram quatro e vinte.
Já é meio-dia.
Já é uma e cinqüenta e cinco.
São cinco para o meio-dia.
Hoje são trinta e um de dezembro.
(Mas, cuidado: Hoje é dia trinta e um de dezembro.)
- nota da ledora: desenhos de vários relógios mostrando diversas horas, mencionadas,
apenas como ilustração da página.
- fim da nota.



FLEXÃO DO INFINITIVO
O infinitivo expressa um processo verbal sem indicação de tempo. Em português, o
infinitivo pode ser impessoal, quando o que se considera é apenas o processo verbal, e
pessoal, quando se atribui a esse processo verbal um agente. Observe:
É proibido conversar com o motorista. (impessoal)
É bom sairmos já. (pessoal, sujeito/agente nós)
O infinitivo constitui um dos casos mais discutidos da língua portuguesa.
Estabelecer regras para o uso de sua forma flexionada, por exemplo, é tarefa difícil. Em
muitos casos, a opção é meramente estilística, como você verá adiante.
Algumas recomendações, no entanto, podem ser feitas.
A forma não flexionada deve ser usada:
a) quando o verbo é usado indeterminadamente, assumindo valor substantivo:
Dormir é fundamental para repor as energias.
Viajar é a melhor alternativa de lazer.
b) quando o infinitivo tem valor imperativo:
Direita, volver!
Honrar pai e mãe.
c) quando o infinitivo, regido de preposição de, complementa um adjetivo e assume
valor passivo:
Suas constantes manifestações de desagrado são ossos duros de roer.
(= de serem roídos)
Vivi situações difíceis de esquecer. ( de serem esquecidas)
d) quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um
substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior:
Foram obrigados a ficar.
Acusaram-nos de praticar atos suspeitos.
Eu os convenci a aceitar.
Estão dispostos a colaborar.
e) quando o infinitivo surge como verbo principal de uma locução verbal:
Queiram, por gentileza, comparecer ao estacionamento.
Precisamos lutar para podermos vencer os jogos que vamos disputar.
Estão a dizer que fui eu?
f) quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa um verbo
auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou sensitivo (ver sentir, ouvir perceber) e tem
como sujeito um pronome oblíquo:
Faça-os ficar.
Não os vi entrar.
Deixaram-nos sair.
- nota da ledora: desenho ilustrativo da página - um homem, em postura de ordem, junto
a um grupo de pessoas.
- fim da nota.
A forma flexionada deve ser usada obrigatoriamente quando tem sujeito diferente do
sujeito da oração anterior:
Suponho serem eles os responsáveis.
Lembrei-me da recomendação médica de tomares sol todas as manhãs. (Pense no que
aconteceria se não se flexionasse o infinitivo neste caso.)
É hora de vocês passarem à ação.
Ouvi gritarem meu nome.
A flexão do infinitivo é optativa quando a oração reduzida que complementa um
auxiliar causativo ou sensitivo apresentar como sujeito um substantivo. Observe:
Mande os meninos entrarem. (ou entrar)
Ouvi os pássaros cantarem. (ou cantar)
Deixe os torcedores assistirem (ou assistir) ao treino.
Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior, a
flexão do infinitivo é desnecessária. Observe:
Eles irão a Brasília para apresentar sua proposta ao presidente.
Fizemos o possível e o impossível para aceitar sua indicação.
Nesse caso, a flexão do infinitivo só se justifica se existir a clara intenção e a
necessidade de enfatizar o agente do processo expresso pelo infinitivo:
Eles irão a Brasília para apresentarem sua proposta ao presidente.
Fizemos o possível e o impossível para aceitarmos sua indicação.
Os bons autores não recomendam essa flexão.
O verbo parecer pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.
Observe:
Elas parecem querer.
Elas parece quererem.
Na primeira frase, parecer é verbo auxiliar de querer. Na segunda, ocorre na verdade um
período composto. Parece é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas quererem". O
desdobramento dessa reduzida gera algo como "Parece que elas querem."
- nota da ledora: desenho de quadrinho, na página - um casal sentado à mesa, lendo um
cardápio. Texto: No lugar do amor: - o nosso amor começou em uma pizzaria em que
vibramos ao ver o baixo preço das pizzas. - casal se olhando nos olhos: - ( amar era
olhar par a mesma beleza)
- fim da nota.
Na oraçao reduzida "ao ver o baixo preço das pizzas" (1o. quadro), o infinitivo
dispensou flexão porque seu sujeito e' o mesmo da oração anterior ("em que [nós]
vibramos"). No 2o. quadro, os verbos são usados indeterminadamente, assumindo valor
substantivo; portanto mantêm-se na forma não flexionada.

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