quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A ARTE DE ESCREVER

“Escrever é uma prática social que consiste, em boa medida, em escrever contra, sobre, a favor, ou, mais simplesmente, a partir de outros textos. Não há escrita sem polémica, retomada, citação, alusão etc. Ninguém escreve a partir do nada, ou a partir de si mesmo. (Artigo Primeiras Palavras Cintia Barretos, UNICAMP, 2001).”


MELHORAR A LEITURA E A ESCRITA

A leitura e a escrita pode ser melhorada partir do princípio pelo qual foi criado o exercício, ous seja, quanto mais você exercita, mais você vai melhorando sua performance. Os pais, professores e educadores devem trabalhar com seus filhos e alunos exercitando-os a ler e escrever regularmente. O método "céu e inferno" é muito útil, para o estimulo do aprediz. Recompensa por ter feito a lição e castigo como forma de reprovação pela preguiça de não ter feito exercício.

PRODUÇÃO DE TEXTO PROFISSIONAL

Muitos podem alegar que não precisam aprender tanto a dominar a língua, porque não pretende ser escritor. Puro engodo.. Pois a maioria das empresas e atividades exigem produção de textos, seja na comunicação interna na empresa, seja na produção de documentos, contratos, acordos, emissões de notas fiscais, recibos, cartas, mala-direta, boletos, expedientes, despachos, ordens, circulares, mandados, decretos, sentenças, portarias, e tantos outros textos.


CURSO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Na maioria dos cursos de nível superior deveria ser obrigatório o estudo da língua portuguesa, pois a prática de redação e o domínio das normas cultas são fundamentais para os que trabalham ou irão trabalhar em setores da sociedade em que o uso da língua é primordial como exemplo podemos citar:

JORNALISMO
LICENCIATURAS
DIREITO

"Por outro lado, em inúmeras faculdades, o que se vê são pessoas, quase formadas, com dificuldade de escrever um texto. Esta dificuldade se explicita, quando o profissional tem de fazer uma pós-graduação, em que o exercício de escrita é uma constante; ou quando ele é solicitado a escrever um relatório, uma declaração, ou um outro documento na empresa. No momento em que estes questionamentos se colocam, pensamos por que estas pessoas, formadas por uma instituição, não conseguem escrever com certa tranqüilidade e atender às necessidades exigidas pelo mercado de trabalho ou pelas instituições de pós-graduação."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)

COMODIDADE

Hoje em dia, boa parte dos textos são produzidos na forma de digitação e não mais na escrita manual, são iphone, celulares, notebook, computadores e muitos destes aparelhos eletrônicos com corretor ortográficos que têm dado a comodidade dos produtores de textos em "relaxar" e deixar o computador corrigir os erros. Mas devemos lembrar que nem sempre o corretor ortográfico consegue identificar todos os erros, além do que nem sempre este recurso esta ativado em todos os editores de textos. O MSN tem sido um show à parte, ali o escrever errado, sem coerência é o "legal". Quando estas pessas saem dos chats e do MSN e vão produzir textos de documentos, relatórios e redações escolares e universitárias, ai se vê a desgraça...

" Por que muitas frases parecem estar desconexas? Por que os erros de pontuação, de ortografia e de acentuação são freqüentes no nível universitário? Será por causa da pouca, ou nenhuma, leitura extra-escolar? Será pelas facilidades do computador, com seu corretor ortográfico e seus softwares de concordância e regência? Será pelo relaxamento dos chats e e-mails, que sucumbem as vírgulas, os acentos e fazem uso de neologismos?."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)




CONCURSOS PÚBLICOS

A arte de escrever bem, obedecendo as normas da língua é tão importante que praticamente em todos os concursos públicos se exige dos candidatos conhecimentos da língua nacional. Pois muitas profissões, cargos e empregos estão vinculados com ouso contante da linguagem escrita como forma de comunicação.

ELABORAR TEXTOS


Os educadores de unma forma geral deve estimular o habito do aprendiz em elaborar texto. A medida que vai se passando lição aos alunos, sempre contendo textos para leitura, deve-se exigir do aluno como resposta a produção de um texto. Seja para o aluno fazer um comentario ou um resumo da obra que ele leu.

COESÃO E COERÊNCIA

"O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios. (BECHARA, 2001)

Escrever, exige da pessoa que esta redigindo que ela consiga criar unidade no texto, sequencia das idéais, que as frases e orações tenham sentido. Um texto pode estar gramaticalmente correto, mas sem coesão alguma. São palavras sem sentido.


" A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto."(Koch, 2001, p.21)






CLAREZA DE IDÉIAS

Parece que a primeira razão para esse "sofrimento" está naquilo que é, ao mesmo tempo, causa e efeito da crise em que se encontra a comunicação escrita: a pouca eficácia do ensino de redação nas escolas e a falta de treinamento específico para a redação científica, decorrentes de total desprestígio em que caiu a língua escrita como meio eficiente de comunicação. Hoje, "falam" os números, os dados estatísticos, as fotos, os gráficos, os VTs. (Feitosa, 1991, p.12 )


O bom aluno deve aprender a expressar-se com clareza ao colocar suas idéias no papel em forma de texo. Vivemos em uma cultura audio-visual onde estes tipos de recursos tem propiciado novas formas de comunicações, mas não podemos esquecer de dominar os fundamentos da comunicação que é a clareza de idéias na produção de textos e no diáologo oral.

DOMÍNIO DA GRAMÁTICA

A arte de escrever exige o conhecimento da gramática, e dominar a gramática protugesa não é tarefa simples. Levamos a vida inteira estudando gramatica, desde a tenra idade até o final do ensino médio. A complexidade da nossa língua e a infinidade das palavras e seus sentidos, requer um estudo periódico e contínuo da nossa gramatica.

"Não se pode deixar de lembrar que o estudo gramatical é importante para a elaboração de um "bom" texto. Assim, para se escrever "bem" o texto deve-se saber utilizar, corretamente, os sinais de pontuação, deve-se saber ortografia, acentuação; deve-se saber o uso da crase; deve-se fazer as concordâncias verbal e nominal; deve-se saber regências verbal e nominal; além de se fazer um texto com os dois elementos mais importantes: coesão e coerência. Sem estes dois elementos, o texto perde a intenção de comunicação, ou melhor, de intercomunicação."(A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa, Cintia Barretos)


LER PARA ESCREVER

Não adianta querer escrever sobre o que não sabe. Escrever é um ato de exteriorizar, enquanto a leitura é o ato de absorver, sugar, se alimentar intelectualmente. Ao meu ver, toda literatura é aproveitavel, porque mesmo que o texto seja inaproveitável, pelo menos serviu para exercitar nossa mente e a capaicadade de analisar as idéias do escritor.

Costumo lê até as fórmulas de shampoo, tudo que lemos devemos levar para o compartimento de triagem cerebral: Onde ali passa pelo crivo das seguintes perguntas:

- É verdade o que esta escrito?
- O que isto significa?
- Isso serve-me para quê?
- Por quê o autor escreveu isso?

A leitura exercita nossa capacidade de raciocinar e discernir as coisas. Acredito que para cada linha que escrevemos de um texto qualquer sobre qualquer assunto, tenhamos gasto uma hora lendo e ouvindo sobre aquilo. Só escreve quem já leu...

Harold Bloom disse:

Uma das funções da leitura é nos preparar para uma transformação, e a transformação final tem caráter universal. Considero aqui a leitura como hábito pessoal, e não como prática educativa. A maneira como lemos hoje, quando o fazemos sozinhos, manifesta uma relação contínua com o passado, a despeito da leitura atualmente praticada nas academias. Meu leitor ideal (e herói preferido) é Samuel Johnson, que bem conhecia e tão bem expressou as vantagens e desvantagens da leitura constante. Conforme qualquer outra atividade mental, a leitura, para Johnson, devia atender a uma preocupação central, ou seja, algo que "nos diz respeito, e que nos é útil". Sr. Francis Bacon, gestor de algumas da idéias postas em prática por Johnson, ofereceu o célebre conselho: "Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para refletir e avaliar". A Bacon e Johnson eu acrescentaria um terceiro sábio da leitura, inimigo ferrenho da História e de todos os Historicismos, Emerson, que afirmou: "Os melhores livros levam-nos à convicção de que a natureza que escreveu é a mesma que lê". Proponho uma fusão de Bacon, Johnson e Emerson, uma fórmula de leitura: encontrar algo que nos diga respeito, que possa ser utilizado como base para avaliar, refletir, que pareça ser fruto de uma natureza semelhante à nossa, e que seja livre da tirania do tempo. (2001, p. 17-8)

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