quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FALAR BEM É FALAR CORRETAMENTE

Estive lendo esta matéria abaixo publicado no no VOXTOPIA e aprendi sobre o uso do verbo no final da frase com o pronome da primeira pessoa do singular. (Escriba Valdemir Mota de Menezes)

http://www.voxtopia.net/2008/03/falar-bem-falar-corretamente.html

Falar bem é falar corretamente



Para se dar bem profissionalmente um dos requisitos imprescindíveis (pelo menos eu considero, mas, infelizmente algumas empresas não se preocupam muito com isso) é falar bem. Mais importante ainda, falar de forma correta.
Algumas pessoas têm o hábito de copiar expressões de políticos ou celebridades sem ter a menor noção de que são verdadeiros absurdos que desrespeitam nosso idioma. Portanto, se você é uma celebridade, cuidado na hora de falar para não dar mau exemplo.
Procure evitar o famoso gerúndio, um vício de centrais de tele atendimento. Exemplos:
“Eu vou estar verificando a informação”.
O correto é: “Eu vou verificar a informação”.
Já ouvi pessoas, pasmem, de nível universitário dizer de forma insistente frases como: “Tem muito trabalho para mim fazer”. Quando o correto é: “... para eu fazer”.
Sempre que a frase for concluída com um verbo usa-se a primeira pessoa do singular, quando não, usa-se o “mim”. Exemplo: “Tem muito trabalho para mim”.
Ou se a palavra que conclui a frase não for um verbo pode-se dizer: “Há um conflito entre mim e a empresa”.
Algumas pessoas ainda confundem o uso das palavras mais e mas.
MAIS significa soma, adição. Exemplo: “Por favor, pegue o relatório de hoje mais duas cópias e entregue ao diretor”.
MAS é sinônimo de porém, entretanto. Exemplo: “Não posso ir ao trabalho hoje, mas, mandarei um substituto”.
Certas formas de falar possuem conotação pejorativa. Exemplo: “Neste estabelecimento aceitamos qualquer cartão de crédito”.
Neste caso a palavra “qualquer” causa a impressão de depreciação do referido cartão de crédito, como se o de um determinado cliente fosse melhor do que o de outro. Parece bobagem, mas algumas pessoas se ofendem com isso.
O melhor seria dizer algo como: “Aceitamos todos os cartões de crédito”. Desta forma a frase muda de sentido, dá uma impressão de status.
Expressões repetitivas como: tá, tipo assim, aí né, ok também causam má impressão e tiram a objetividade da locução.
Evite também o pleonasmo. Expressões do tipo: subir para cima, entrar para dentro, etc.
Gírias também não causam boa impressão no ambiente de trabalho, principalmente se for uma entrevista para decidir se você será admitido ou não.
Para falar bem e de forma correta procure ler bastante, ouvir bastante (com cuidado, pois, como foi dito acima, não significa que a frase esteja correta pelo fato de a pessoa ser importante) e se tiver dúvidas sobre determinadas palavras, não se acanhe de consultar um dicionário ou livros de ortografia e gramática.
Não fique se preocupando em ser eloqüente sem saber o que está falando, o mais importante é falar o português correto.
PS: Se eu escrevi algo errado, por favor, me corrijam.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RESUMO: A NORMA NBR 6028

O escriba Valdemir Mota de Menezes leu a Norma NBR 6028 e aprendeu mais um pouco sobre como fazer um resumo e melhor sua redação. RESUMO: A NORMA NBR 6028 A Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação sucinta, compacta, dos pontos mais importantes de um texto. Esta definição pode, no entanto, ser melhorada: resumo é uma apresentação sintética e seletiva das idéias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais idéias do autor do texto. O resumo abrevia o tempo dos pesquisadores; difunde informações de tal modo que pode influenciar e estimular a consulta do texto completo. Deve destacar: o assunto do trabalho; o objetivo do texto; a articulação das idéias; as conclusões do autor da obra resumida; ser redigido em linguagem objetiva; não apresentar juízo crítico; ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original); evitar a repetição de frases inteiras do original; respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados. Para o pesquisador o resumo é um instrumento de trabalho. Um resumo pode ter variadas formas: apresentar apenas um sumário das idéias do autor, narrar as idéias mais significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original. Os procedimentos para realizar um resumo incluem, em primeiro lugar, descobrir o plano da obra a ser resumida. Em segundo lugar, a pessoa que está realizando-o deve responder, no resumo, a duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto? Em terceiro lugar, deve-se ater às idéias principais do texto e a sua articulação. Muito importante nesta fase é distinguir as diferentes partes do texto. A fase seguinte é a de identificação de palavras-chaves. Finalmente, passa-se à redação do resumo. EXEMPLO DE RESUMO: ROCCO, Maria Thereza Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 184 p. Estudo realizado sobre redações de vestibulandos da FUVEST. Examina os textos com base nas novas tendências dos estudos da linguagem, que buscam erigir uma gramática do texto, uma teoria do texto. São objeto de seu estudo a coesão, o clichê, a frase feita, o "não-texto" e o discurso indefinido. Parte de conjecturas e indagações, apresenta os critérios para a análise, o candidato, o texto e farta explicação. ROCCO, Maria Thereza Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 284 p. Examina 1.500 redações de candidatos a vestibulares (1978), obtidas da FUVEST. O livro resultou de uma tese de doutoramento apresentada à USP em maio de 1981. Objetiva caracterizar a linguagem escrita dos vestibulandos e a existência de uma crise na linguagem escrita, particularmente desses indivíduos. Escolheu redações de vestibulandos pela oportunidade de obtenção de um corpus homogêneo. Sua hipótese inicial é a da existência de uma possível crise da linguagem e, através do estudo, estabelecer relações entre os textos e o nível de estruturação mental de seus produtores. Entre os problemas, ressaltam-se a carência de nexos, de continuidade e quantidade de informações, ausência de originalidade. Também foram objeto de análise condições externas como família, escola, cultura, fatores sociais e econômicos. Um dos critérios utilizados para a análise é a utilização do conceito de coesão. A autora preocupa-se ainda com a progressão discursiva, com o discurso tautológico, as contradições lógicas evidentes, o nonsense, os clichês, as frases feitas. Chegou à conclusão de que 34,8% dos vestibulandos demonstram incapacidade de domínio dos termos relacionais; 16,9% apresentam problemas de contradições lógicas evidentes. A redundância ocorreu em 15,2% dos textos. O uso excessivo de clichês e frases feitas aparece em 69,0% dos textos. Somente em 40 textos verificou-se a presença de linguagem criativa. Às vezes o discurso estrutura-se com frases bombásticas, pretensamente de efeito. Recomenda a autora que uma das formas de combater a crise estaria em se ensinar a refazer o discurso falho e a buscar a originalidade, valorizando o devaneio. Segundo a NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, deve-se evitar o uso de parágrafos no meio do resumo. Portanto, o resumo é constituído de um só parágrafo. ESTILO E EXTENSÃO O resumo deve salientar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho. Não é desejável que se esqueça de apresentar os objetivos e os assuntos do texto original, bem como os métodos e técnicas de abordagem, mas sempre de forma concisa. Também será objeto do resumo a descrição das conclusões, ou seja, as conseqüências dos resultados. A norma da ABNT recomenda que o resumo tenha até 100 palavras se for de notas e comunicações breves. Se se tratar de resumo de monografias e artigos, sua extensão será de até 250 palavras. Resumo de relatórios e teses podem ter até 500 palavras. Quanto ao estilo, deve ser composto com frases concisas, evitando-se enumerar tópicos. A primeira frase explica o assunto do texto. Em seguida, indica-se a categoria do tratamento. Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação? Preferencialmente, serão escritos os resumos em terceira pessoa do singular e com verbos na voz ativa. Resumo é, pois, uma apresentação concisa de elementos relevantes de um texto; um procedimento de reduzir um texto sem destruir-lhe o conteúdo. Constitui-se em forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas. TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE RESUMO O resumo deve destacar: Elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica: Sobrenome do autor, nome. Título da obra. Local de publicação do texto. Editora. Ano. Páginas. Tipo de texto, o gênero a que se filia (literário, didático, acadêmico). Resumo do conteúdo: assunto do texto, objetivo, métodos, critérios utilizados, conclusões do autor da obra resumida. A elaboração de resumos exige mais habilidade de leitura que de escrita. O resumo permite melhor compreensão das idéias expostas, uma vez que, para realizá-lo, é necessário apreender a estrutura do parágrafo. Não cabem no resumo comentários ou julgamentos apreciativos. E ainda acrescentam que a dificuldade de resumir um texto pode advir da complexidade do texto (vocabulário, estrutura sintática, relações lógicas), bem como da competência do leitor. Para reduzir as dificuldades de elaboração de resumos, recomenda-se ler o texto do começo ao fim, sem interrupções. Nesta fase inicial, responde-se à questão: de que trata o texto? Na segunda leitura, decodificam-se frases complexas, recorre-se ao dicionário para solução do vocabulário. Em terceiro lugar, segmenta-se o texto, dividindo-o em blocos temáticos, de idéias (ou de espaço, ou de tempo, ou de personagens) que tenham unidade de significação. Finalmente, redige-se o resumo com as próprias palavras.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

EXERCÍCIOS DE PORTUGUÊS COM GABARITO

Estes exercícios de português fizeram parte das questões do concurso público para preechimento de vagas para o cargo de Oficial de Justiça, em 1999 em Venceslau/SP (por Valdemir Mota de Menezes)








Tribunal de Justiça – SP
Comarca de Venceslau
Concurso para Oficial de Justiça - 1999
11. Dentre as palavras sugeridas nos parênteses, escolha a que mais se adeqüe ao contexto e assinale a opção correta.
1. Aquela mulher sempre agia com muita ____________. (descrição / discrição )
2. Guardei todos os alimentos na _______________. (despensa / dispensa)
3. Achei que o juiz não _______________ aquele réu. (absolveria / absorveria)
4. No último _____________ descobriu-se que somos mais de cem milhões. (censo / senso)
a ( ) discrição _ despensa _ absorveria _ senso
b ( ) descrição _ dispensa _ absolveria _ censo
c ( ) descrição _ dispensa _ absorveria _ senso
d ( ) discrição _ despensa _ absolveria _ censo
e ( ) discrição _ dispensa _ absolveria _ censo
12. Os períodos abaixo representam diferenças de pontuação. Assinale a opção que corresponde ao período de pontuação correta:
a ( ) Uns optaram, pelo partido rosa, outros pelo azul, houve quem preferisse, o amarelo mas vermelho não podia ser.
b ( ) Uns optaram pelo partido rosa, outros pelo azul houve quem, preferisse o amarelo, mas vermelho não podia ser.
c ( ) Uns optaram pelo partido rosa outros pelo azul houve, quem preferisse o amarelo, mas vermelho não podia ser.
d ( ) Uns optaram pelo partido rosa, outros pelo azul, houve quem preferisse o amarelo, mas vermelho não podia ser.
e ( ) Uns, optaram pelo partido, rosa outros pelo azul, houve quem preferisse, o amarelo mas vermelho não podia ser.
13. Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente:
1. "Eu, quando via Josefina, já não queria ver ______ nada,....." (Cecília Meireles)
2. "Vocês cometeram um erro terrível, __________ meu inglês acabou". (Roberto Benigni)
3. "Ele é candidato a líder do partido no ano que vem. ________ eu não vou dar mole". (Fax Brasília / Isto É 31/03/99)
4. "Além disso, os fanáticos por doces e massas não levam muita vantagem. É fácil entender _______".
(Isto É 31/03/99)
a ( ) mais _ porque _ mas _ por quê
b ( ) mais _ por que _ mais _ porquê
c ( ) mas _ porquê _ mais _ por que
d ( ) mas _ por quê _ mais _ porque
e ( ) mais _ por que _ mas _ por quê
14. Indique a alternativa onde os verbos indicados estão flexionados adequadamente:
1. Naquele dia ___________ vários alunos à aula de revisão. ( faltar )
2. Amanhã ___________ trinta anos que nos conhecemos. ( fazer )
3. __________ dez pessoas para concluir a obra. ( bastar )
4. Os Estados Unidos ____________ várias mercadorias. ( exportar )
a ( ) faltaram _ fazem _ bastam _ exporta
b ( ) faltaram _ faz _ bastam _ exportam
c ( ) falta _ faz _ bastam _ exportam
d ( ) faltara _ fazem _ basta _ exportam
e ( ) faltaram _ faz _ basta _ exportarão
15. A concordância verbal está incorreta na opção:
a ( ) Obedeceu-se aos pedidos do ator.
b ( ) Dão-se aulas de matemática.
c ( ) Há de haver sérios problemas.
d ( ) Algum de nós entregarão o prêmio.
e ( ) Qual de nós aceitará a decisão ?
Em cada conjunto de orações nas questões de 16 a 19, assinale a incorreta.
16. a ( ) Alugam-se apartamentos mobiliados.
b ( ) Evitemos as meias palavras.
c ( ) É preciso que todos estejam alertas.
d ( ) O bom profissional deve estar quite com seus deveres.
e ( ) Nem todos se sentem bem quando estão sós.
17. a ( ) Podem existir algumas surpresas.
b ( ) Assiste-se a bons espetáculos.
c ( ) Temo que não haja soluções.
d ( ) Três metros é menos do que preciso.
e ( ) Nunca houveram tantos inscritos no concurso.
18. a ( ) Amanhã irão V. Exa e ele.
b ( ) Amanhã irei tu e eu.
c ( ) Deve haver muitas pessoas fora do estádio.
d ( ) Mais de um veículo chocaram-se.
e ( ) O Amazonas fica longe do São Francisco.
19. a ( ) Os concursados visam a um cargo gratificante.
b ( ) Chegarei em casa muito tarde porque preciso fazer hora-extra.
c ( ) Esqueci-me do presente que prometi.
d ( ) A mãe quer muito à filha.
e ( ) "Assistia à primeira aula e saía logo(....)"
20. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas abaixo.
1. Se todos __________ a herança, eu não precisaria __________ no testamento.
2. Se eu _________ minha idéia, todos ____________ uma maneira de pô-la em prática.
a ( ) reouvesse _ intervir _ impuserem _ encontrará
b ( ) reouvesse _ interveio _ impuserem _ encontrarão
c ( ) reouvessem _ interviu _ impuseram _ encontrarão
d ( ) reouvessem _ intervir _ impuser _ encontrarão
e ( ) reavesse _ intervir _ impuser - encontraram


gabarito

11 – D 12 – D 13 –A 14-B 15-D 16-C 17-E 18-B 19-B 20-D

domingo, 10 de julho de 2011

SEMÂNTICA

O escriba Valdemir Mota de Menezes leu e aprendeu mais sobre SEMANTICA NO SITE:
www.analisedetextos.com.br/.../o-que-e-campo-semantico.html


SEMÂNTICA




SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Trata-se, em verdade, da semântica, à qual podemos somar a denotação e a conotação.
I) Campos semânticos
As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto.
Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz -> partes do corpo humano
azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás - cores
martelo, serrote, alicate, torno, enxada -> ferramentas
batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba -> legumes
Observações
a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas a associação entre elas é evidente.
b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora, citada há pouco. Ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras.


II) Polissemia



É a capacidade que as palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto. Não se trata de homonímia, que estudaremos adiante.
Ex.: Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele executivo só anda de avião. Meu relógio não anda mais.
O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inúmeros significados em português, dos quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, de uma mesma palavra, de uso diverso na língua. Nas frases do exemplo, significa, respectivamente, caminhar, estar, viajar e funcionar.

III) Sinonímia


Outro item de suma importância para a interpretação de textos. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto. Diz-se, então, que são sinônimos.
Ex.: O comprimento da sala é de oito metros.
A extensão da sala é de oito metros.
A substituição de comprimento por extensão não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos.
Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei.

IV) Antonímia

Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto.
Ex.: É um menino corajoso.
É um menino medroso.
V) Homonímia
Diz-se que há homonímia quando duas ou mais palavras possuem identidade de pronúncia (homônimos homófonos) ou de grafia (homônimos homógrafos). Em alguns casos, as palavras possuem iguais a pronúncia e a grafia (homônimos perfeitos). A classificação em si não é importante, mas sim o significado das palavras.
Ex.: ceda - seda -> homônimos homófonos
peso (é) -> peso (ê) -> homônimos homógrafos
pena - pena -> homônimos perfeitos (ou homófonos e homógrafos)
Homônimos homófonos mais importantes
acender - pôr fogo a
ascender - elevar-se
acento - inflexão da voz
assento - objeto onde se senta
asado - com asas
azado – oportuno
caçar - perseguir
cassar – anular
cegar - tirar a visão
segar - ceifar, cortar
cela - cômodo pequeno
sela – arreio
censo - recenseamento
senso – juízo
cerração - nevoeiro
Serração - ato de serrar
cheque - ordem de pagamento
xeque - lance do jogo de xadrez
cidra - certa fruta
sidra - um tipo de bebida
conserto - reparo
Concerto – harmonia
estático - firme, parado
extático - em êxtase
espiar - olhar
expiar – sofrer
estrato - camada; tipo de nuvem
extrato - que se extraiu
passo - passada
paço - palácio imperial
incerto - duvidoso
inserto – inserido
incipiente - que está no início
insipiente - que não sabe
lasso - cansado
laço - tipo de nó
remissão - perdão
remição - resgate
seda - tipo de tecido
ceda - flexão do verbo ceder
taxa - imposto
tacha - tipo de prego
viagem - jornada
viajem - flexão do verbo viajar


VI) Paronímia


Emprego de parônimos, palavras muito parecidas e que confundem as pessoas.
Ex.: O tráfego era intenso naquela estrada.
O tráfico de escravos é uma nódoa em nossa história.
As palavras tráfego e tráfico são parecidas, mas não se trata de homônimos, pois a pronúncia e a grafia são diferentes. Tráfego é movimento de veículo; tráfico, comércio. Parônimos mais importantes
amoral - sem o senso da moral
imoral - contrário à moral
apóstrofe - chamamento
apóstrofo - tipo de sinal gráfico
arrear - pôr arreios
arriar – abaixar
astral - dos astros
austral - que fica no sul
cavaleiro - que anda a cavalo
cavalheiro – gentil
comprimento - extensão
cumprimento – saudação
conjetura - hipótese
conjuntura – situação
delatar - denunciar
dilatar – alargar
descrição - ato de descrever
Discrição - qualidade de discreto
descriminar - inocentar
discriminar – separar
despercebido - sem ser notado
desapercebido – desprevenido
destratar - insultar
distratar – desfazer
docente - professor
Discente – estudante
emergir - vir à tona, sair
imergir – mergulhar
emigrar - sair de um país
imigrar - entrar em um país
eminente - importante
Iminente - que está para ocorrer
esbaforido - ofegante
espavorido – apavorado
estada - permanência de alguém
estadia - permanência de veículo
facundo – eloqüente
fecundo - fértil; criador
flagrante - evidente
Fragrante - aromático
fluir - correr; manar
fruir -desfrutar
inerme - desarmado
inerte - parado
inflação - desvalorização
infração - transgressão
infligir - aplicar pena
infringir - transgredir
intemerato - puro
intimorato - corajoso
lactante - que amamenta
lactente - que mama
lista - relação
listra - linha, risco
locador - proprietário
Locatário - inquilino
lustre - candelabro
lustro - cinco anos; brilho
mandado - ordem judicial
Mandato - procuração
pleito - disputa
preito - homenagem
preeminente - nobre, distinto
proeminente - saliente
prescrever - receitar; expirar (prazo)
proscrever - afastar, desterrar
ratificar - confirmar
retificar - corrigir
sortir - abastecer
surtir - resultar
sustar - suspender
suster - sustentar
tráfego - movimento de veículo
tráfico - comércio
usuário - aquele que
usa usurário - avarento; agiota
vultoso - grande
Vultuoso - vermelho e inchado

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

o escriba Valdemir Mota de Menezes leu o texto abaixo na GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS da PROFESSORA: DAYHANE ESCOBAR e aprendeu ainda mais as regras da língua portuguesa



10) Conjunções e locuções conjuntivas
Conjunção é a palavra que liga duas orações ou, em poucos casos, dois elementos de mesma natureza. Pode-se entender também como a palavra que introduz uma oração, que pode ser coordenada ou subordinada.
É sumamente importante para a interpretação e a compreensão de textos o conhecimento das conjunções e locuções correspondentes.
Da mesma forma que as preposições, as conjunções não têm referentes propriamente ditos. Cumpre reconhecer o valor de cada uma, para que se entenda o sentido das orações em português e, consequentemente, do texto em que elas aparecem.
Conjunções coordenativas
São as que iniciam orações coordenadas. Podem ser:
1) Aditivas: estabelecem uma adição, somam coisas ou orações de mesmo valor.
Principais conjunções: e, nem, mas também, como também, senão também, como, bem como, quanto.
Ex.: Fechou a porta e foi tomar café.
Não trabalha nem estuda.
Tanto lê como escreve.
Não só pintava, mas também fazia versos.
Não somente lavou, como também escovou os cães.
2) Adversativas: estabelecem idéias opostas, contrastantes.
Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão, que.
Ex.: Correu muito, mas não se cansou.
As árvores cresceram, porém não estão bonitas.
Falou alto, todavia ninguém escutou.
Chegamos com os alimentos, no entanto não estavam com fome.
Não o culpo, senão a você.
Peça isso a outra pessoa, que não a mim.
Observações
a) Em todas as frases há ideia de oposição. Se a pessoa corre muito, deve ficar cansada. A palavra mas introduz uma oração que contraria isso. O mesmo ocorre com as outras conjunções e suas respectivas orações.
b) Às vezes, a palavra e, normalmente aditiva, assume valor adversativo.
Ex.: Fiz muito esforço e nada consegui, (mas nada consegui)
3) Conclusivas: estabelecem conclusões a partir do que foi dito inicialmente.
Principais conjunções: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, então, assim, em vista disso.
Ex.: Chegou muito cedo, logo não perdeu o início do espetáculo.
Todos foram avisados, portanto não procedem as reclamações.
É bastante cuidadoso; consegue, pois, bons resultados.
Estava desanimado, por conseguinte deixou a empresa.
É trabalhador, então só pode ser honesto.
4) Alternativas: ligam idéias que se alternam ou mesmo se excluem.
Principais conjunções: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer.
Ex.: Faça sua parte, ou procure outro emprego.
Ora narrava, ora comentava.
“Já atravessa as florestas, já chega aos campos do Ipu.” (José de Alencar)
5) Explicativas: explicam ou justificam o que se diz na primeira oração.
Principais conjunções: porque, pois, que, porquanto.
Ex.: Chorou muito, porque os olhos estão inchados.
Choveu durante a madrugada, pois o chão está alagado.
Volte logo, que vai chover.
Era uma criança estudiosa, porquanto sempre tirava boas notas.
Observações
a) Essas conjunções também podem iniciar orações subordinadas causais, como veremos adiante.
b) Depois de imperativo, elas só podem ser coordenativas explicativas, como no terceiro exemplo.
Conjunções subordinativas
São as que iniciam as orações subordinadas. Podem ser:
1) Causais: iniciam orações que indicam a causa do que está expresso na oração principal.
Principais conjunções: porque, pois, que, porquanto, já que, uma vez que, como, visto que, visto como.
Ex.: O gato miou porque pisei seu rabo.
Estava feliz pois encontrou a bola.
Triste que estava, não quis passear.
Já que me pediram, vou continuar.
Visto que vai chover, sairemos agora mesmo.
Como fazia frio, pegou o agasalho.
2) Condicionais: introduzem orações que estabelecem uma condição para que ocorra o que está expresso na oração principal.
Principais conjunções: se, caso, desde que, a menos que, salvo se, sem que, contanto que, dado que, uma vez que.
Ex.: Explicarei a situação, se isso for importante para todos.
Caso me solicitem, escreverei uma nova carta.
Você será aprovado, desde que se esforce mais.
Sem que digas a verdade, não poderemos prosseguir.
Contanto que todos participem da reunião, os projetos serão apresentados.
Uma vez que ele tente, poderá alcançar o objetivo.
3) Concessivas: começam orações com valor de concessão, isto é, idéia contrária à da oração principal. Cuidado especial com essas conjunções! Elas são bastante cobradas em questões de provas.
Principais conjunções: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, por mais que, por menos que, suposto que, apesar de que, sem que, que, nem que.
Ex.: Embora gritasse, não foi atendido.
Perderia a condução mesmo que acordasse cedo.
Conquanto estivesse com dores, esperou pacientemente.
Posto que me tenham convidado com insistência, não quis participar.
Por mais que tentem explicar, o caso continua confuso.
Sem que tenha grandes virtudes, é adorado por todos.
Doente que estivesse, participaria da maratona.
Fale, nem que seja por um minuto apenas.
4) Comparativas: introduzem orações com valor de comparação.
Principais conjunções: como, (do) que, qual, quanto, feito, que nem.
Ex.: Ele sempre foi ágil como o pai.
Maria estuda mais que a irmã. (ou do que)
Nada o entristecia tanto quanto o sofrimento de seu povo.
Estava parado feito uma estátua.
Rastejávamos que nem serpentes.
Ele agiu tal qual eu lhe pedira.

Observações
a) Geralmente o verbo da oração comparativa é o mesmo da principal e fica subentendido. É o que ocorre nos cinco primeiros exemplos.
b) As conjunções feito e que nem são de emprego coloquial.
5) Conformativas: principiam orações com valor de acordo em relação à principal.
Principais conjunções: conforme, segundo, consoante, como.
Ex.: Fiz tudo conforme me solicitaram.
Segundo nos contaram, o jogo foi anulado.
Pedro tomou uma decisão consoante determinava a sua consciência.
Carlos é inteligente como os pais sempre afirmaram.




6) Consecutivas: iniciam orações com valor de conseqüência.
Principais conjunções: que (depois de tão, tal, tanto, tamanho, claros ou ocultos), de sorte que, de maneira que, de modo que, de forma que.
Ex.: Falou tão alto que acordou o vizinho.
Gritava que era uma barbaridade. (Gritava tanto...)
Eu lhe expliquei tudo, de modo que não há motivos para discussão.
7) Proporcionais: começam orações que estabelecem uma proporção.
Principais conjunções: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto (em correlações do tipo quanto mais...mais, quanto menos...menos, quanto mais...menos, quanto menos...mais, quanto maior...maior, quanto menor...menor).
Ex.: Seremos todos felizes à proporção que amarmos.
À medida que o tempo passava, crescia a nossa expectativa.
O ar se tornava rarefeito ao passo que subíamos a montanha.
Quanto mais nos preocuparmos, mais ficaremos nervosos.
Quanto menos estudamos, menos progredimos.
Quanto maior for o preparo, maior será a oportunidade.
8) Finais: introduzem orações com valor de finalidade.
Principais conjunções: para que, a fim de que, que, porque.
Ex.: Fechou a porta para que os animais não entrassem.
Trarei minhas anotações a fim de que você me ajude.
Faço votos que sejas feliz. (= para que)
Esforcei-me porque tudo desse certo. (= para que)
9) Temporais: introduzem orações com valor de tempo.
Principais conjunções: quando, assim que, logo que, antes que, depois que, mal, apenas, que, desde que, enquanto.
Ex.: Cheguei quando eles estavam saindo.
Assim que anoiteceu, fomos para casa.
Sentiu-se aliviado depois que tomou o remédio.
Mal a casa foi reformada, a família se mudou.
Hoje, que não tenho tempo, chegaram as propostas.
Estávamos lá desde que ele começou a lecionar.
Enquanto o filho estudava, a mãe fazia comida.
10) Integrantes: são as únicas desprovidas de valor semântico; iniciam orações que completam o sentido da outra; tais orações são chamadas de subordinadas substantivas.
São apenas duas: que e se
Ex.: É bom que o problema seja logo resolvido..
Veja se ele já chegou.
Obs.:As palavras que e se, nos exemplos acima, iniciam orações que funcionam, respectivamente, como sujeito e objeto direto da oração principal.
Observações finais
a) Apesar de e em que pese a são locuções prepositivas com valor de concessão. Ligam palavras dentro de uma mesma oração ou introduzem orações reduzidas de infinitivo.
Ex.: Apesar do aviso de perigo, ele resolveu escalar a montanha.
Apesar de ventar muito, fomos para a pracinha.
Em que pese a vários pedidos do gerente, o caixa não fez serão.
Em que pese a ter treinado bem, foi colocado na reserva.
b) Algumas conjunções coordenativas às vezes ligam palavras dentro de uma mesma oração.
Ex. Carlos e Rodrigo são irmãos.
Não encontrei Sérgio nem Regina.
Comprarei uma casa ou um apartamento.
Casos especiais
Você deve ter percebido que algumas conjunções têm valores semânticos diversos. Vamos destacar algumas abaixo. A classificação de suas orações depende disso, porém o mais importante é o sentido da frase. Mas
a) Coordenativa adversativa
Ex.: Pediu, mas ninguém atendeu.
b) Coordenativa aditiva (seguida de também; eqüivale a como)
Ex.: Não só dá aulas, mas também escreve. (= Dá aulas e escreve)
a) Coordenativa aditiva
Ex.: Voltou e brincou com o cachorro.
b) Coordenativa adversativa
Ex.: Leu o livro, e não entendeu nada. (= mas)
Pois
a) Coordenativa conclusiva
Ex.: Trabalhou a tarde inteira; estava, pois, esgotado. (= portanto)
b) Coordenativa explicativa
Ex.: Traga o jornal, pois eu quero ler.
c) Subordinativa causal
Ex.: A planta secou pois não foi regada.
Como
a) Coordenativa aditiva
Ex.: Tanto ria como chorava. (= Ria e chorava)
b) Subordinativa causal
Ex.: Como passou mal, desistiu do passeio. (= Porque)
c) Subordinativa comparativa
Ex.: Era alto como um poste. (= que nem)
d) Subordinativa conformativa
Ex.: Alterei a programação, como o chefe determinara. (= conforme)
Porque
a) Coordenativa explicativa
Ex.: Não faça perguntas, porque ele ficará zangado.
b) Subordinativa causal
Ex.: As frutas caíram porque estavam maduras.
c) Subordinativa final
Ex.: Porque meu filho fosse feliz, fui para outra cidade. (= para que)
Uma vez que
a) Subordinativa causal
Ex.: Fiz aquela declaração uma vez que estava sendo pressionado. (= porque)
b) Subordinativa condicional
Ex.: Uma vez que mude de hábitos, poderá ser aceito no grupo. (= Se mudar de hábitos)
Se
a) Subordinativa condicional
Ex.: Se forem discretos, agradarão a todos. (= Caso sejam discretos)
b) Subordinativa integrante
Ex.: Diga-me se está na hora.
Desde que
a) Subordinativa condicional
Ex.: Desde que digam a verdade, não haverá problemas.
b) Subordinativa temporal
Ex.: Conheço aquela jovem desde que ela era um bebê.
Sem que
a) Subordinativa condicional
Ex.: Não será possível o acordo, sem que haja um debate equilibrado. (= se não houver...)
b) Subordinativa concessiva
Ex.: Sem que fizesse muito esforço, foi aprovado no concurso. (= Embora não fizesse...)
Porquanto
a) Coordenativa explicativa
Ex.: Ele deve ter chorado, porquanto seus olhos estão vermelhos.
b) Subordinativa causal
Ex.: Ficamos animados porquanto houve progresso no
tratamento.
Quanto
a) Coordenativa aditiva
Ex.: Eles tanto criticam quanto incentivam. (= Eles criticam e incentivam)
b) Subordinativa comparativa
Ex.: Ele se preocupa tanto quanto o médico.
Que
a) Coordenativa adversativa
Ex.: Diga tal coisa a outro, que não a ele. (= mas não a ele)
b) Coordenativa explicativa
Ex.: Faça as anotações, que você estudará melhor.
c) Subordinativa causal
Ex.: Nervoso que se encontrava, não conseguiu assinar o documento.
d) Subordinativa concessiva
Ex.: Sujo que estivesse, deitaria na poltrona. (= embora)
e) Subordinativa comparativa
Ex.: É mais trabalhador que o tio.
f) Subordinativa consecutiva
Ex.: Era tal seu medo que fugiu.
g) Subordinativa final
Ex.: Ele me fez um sinal que eu não dissesse nada. (= para que)
h) Subordinativa temporal
Ex.: Agora, que já tomaste o remédio, sairemos. (= quando)
I) Subordinativa integrante
Ex.: Queria que todos fossem felizes.

terça-feira, 21 de junho de 2011

PREPOSIÇÕES

o escriba Valdemir Mota de Menezes leu o texto abaixo na GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS da PROFESSORA: DAYHANE ESCOBAR e aprendeu ainda mais as regras da língua portuguesa


Preposições
As preposições ligam palavras dentro de uma mesma oração. Em casos excepcionais, ligam duas orações. Elas não possuem referentes no texto, simplesmente estabelecem vínculos.
Ex.: Preciso de ajuda.
Morreu de frio.
Nas duas frases, a preposição liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto (complemento verbal com preposição exigida pelo verbo), ela é destituída de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz um adjunto adverbial, ela possui valor semântico ou nocional, uma vez que a expressão que ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os principais valores semânticos das preposições.




De causa
Ex.: Perdemos tudo com a seca.
• De matéria
Ex.: Trouxe copos de papel.
• De assunto
Ex.: Falavam de política.
• De fim ou finalidade
Ex.: Vivia para o estudo.
• De meio
Ex.: Falaram por telefone.
• De instrumento
Ex.: Feriu-se com a tesoura.
• De condição
Ex.: Ele não vive sem feijão.
• De posse
Ex.: Achei o livro de André.
• De modo
Ex.: Agiu com tranqüilidade.
• De tempo
Ex.: Retornaram de manhã.
• De companhia
Ex.: Passeou com a irmã.
• De afirmação
Ex.: Irei com certeza.
. • De lugar
Ex.: Ele veio de casa

COESÃO E COERÊNCIA

o escriba Valdemir Mota de Menezes leu o texto abaixo na GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS da PROFESSORA: DAYHANE ESCOBAR e aprendeu ainda mais as regras da língua portuguesa




COESÃO E COERÊNCIA. CONECTORES
I) Coesão e coerência

O texto é um conjunto harmônico de elementos, associados entre si por processos de coordenação ou subordinação. Os fonemas (sons da fala), representados graficamente pelas letras, se unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez, ligam-se para formar as orações, que passam a se agrupar constituindo os períodos. A reunião de períodos dá origem aos parágrafos. Estes também se unem, e temos então o conjunto final, que é o texto.

No meio de tudo isso, há certos elementos que permitem que o texto seja inteligível, com suas partes devidamente relacionadas. Se a ligação entre as partes do texto não for bem feita, o sentido lógico será prejudicado. Observe atentamente o trecho seguinte.

Levantamos muito cedo. Fazia frio e a água havia congelado nas torneiras. Até os animais, acostumados com baixas temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa caminhada matinal com as crianças.
O trecho é composto por vários períodos, agrupados em dois segmentos distintos. No primeiro, fala-se do frio intenso e suas conseqüências; no segundo, a decisão de não fazer a caminhada matinal. O que aparece para fazer a ligação entre esses dois segmentos? A locução apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo, liga duas coisas contraditórias, opostas; mas o que segue a ele é uma conseqüência do frio que fazia naquela manhã. Dessa forma, no lugar de apesar disso, deveríamos usar por isso, por causa disso, em virtude disso etc.

Conclui-se o seguinte: as partes do texto não estavam devidamente ligadas. Diz-se então que faltou coesão textual.

Conseqüentemente, o trecho ficou sem coerência, isto é, sem sentido lógico.
Resumindo, podemos dizer que a coesão é a ligação, a união entre partes de um texto; coerência é o sentido lógico, o nexo.

II) Elementos conectores

É extremamente importante, para que se penetre no texto, uma noção segura dos recursos de que a língua dispõe para estabelecer a coesão textual. Aliás, esse termo é ainda mais amplo: qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as orações, os períodos ou os parágrafos podemos chamar de coesão. Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Eis os mais importantes:

1) Pronomes pessoais, retos ou oblíquos
Ex.: Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje.
Ele = meu filho (referente)
Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.
O = memorando (referente)
2) Pronomes possessivos
Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade.
Sua = Pedro (de Pedro)
3) Pronomes demonstrativos
Os demonstrativos estão entre os mais importantes conectores da língua portuguesa. Freqüentemente se criam questões de interpretação ou compreensão com base em seu emprego. Veja os casos seguintes.
a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.
Isso = O filho está demorando.
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.
Isto = o filho está demorando.
Parecidos, não é mesmo? A diferença é que isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer referência a coisas ou fatos passados no texto. Isto (este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que ainda aparecerão. Embora se faça uma certa confusão hoje em dia, o seu emprego adequado é exatamente o que acabamos de expor.
c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente.
Aquele = homem
esta = mulher
Temos aqui uma situação especial de coesão: evitar a repetição de termos por meio do emprego de este (estes, esta, estas) e aquele (aqueles, aquela, aquelas). Não se usa, aqui, o pronome esse (esses, essa, essas). Com relação ao exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo (mulher). Semelhante correlação também pode ser feita com numerais (primeiro e segundo) ou com pronomes indefinidos (um e outro).
4) Pronomes indefinidos
Ex.: Naquela época, os homens, as mulheres, as crianças, todos acreditavam na vitória.
todos = homens, mulheres, crianças
5) Pronomes relativos
Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam.
que = pessoas
No caso do pronome relativo, o seu referente costuma ser chamado de antecedente.
6) Pronomes interrogativos
Ex.: Quem será responsabilizado? O rapaz do almoxarifado, por não ter conferido os materiais.
Quem = rapaz do almoxarifado
7) Substantivos
Ex.: José e Helena chegaram de férias. Crianças ainda, não entendem o que aconteceu com o professor.
Crianças = José e Helena
8) Advérbios
Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. Lá se tornou um homem.
Lá = faculdade

quinta-feira, 9 de junho de 2011

COERÊNCIA NARRATIVA

O escriba Valdemir Mota de Menezes copiou este texto do curso de Licenciatura em história da Unimes.


COERÊNCIA NARRATIVA


O trecho abaixo, por sua vez, tem uma palavra a mais (último) que também
o torna inadequado à realidade. Observe:

Camilla, dirigido por Deepa Metha em 1993, traz Jéssica Tandy já debilitada
pelo avanço de um câncer que acabaria por matá-la no último mês de
setembro daquele ano.
Jornal da Tarde. 1/12/1995, p.2-A

TÉCNICA DE REDAÇÃO

O escriba Valdemir Mota de Menezes considerou interessante os apontamentos feito por Lucília Helena sobre "Técnica de Redação".


--------------------

Lucília Helena do Carmo Garcez. Técnica de Redação: o
que é preciso saber para bem escrever. São Paulo, Martins
Fontes, 2002, pp.1-10.


RESUMO

Capítulo 1 – Os mitos que cercam o ato de escrever

1- Verdades e mentiras

- produção de textos: crenças inadequadas:
a) Texto péssimo;
b) Não é possível melhorar.

- produção de textos: tarefa complexa:

a) Exige envolvimento pessoal;
b) Revela características do sujeito.

- produção de textos: mitos (mentiras): escrever é
a) Um dom;
b) Um ato espontâneo;
c) Resolvido com “dicas”;
d) Um ato desligado da leitura;
e) Algo desnecessário;
f) Um ato desvinculado das práticas sociais.

- produção de textos : verdades: escrever

a) é uma habilidade

- escrita: construção social, coletiva,
- familiaridade com a escrita é determinada por: modo como aprendemos
a escrever, importância que damos ao texto escrito, nosso grupo social,
intensidade do convívio do texto escrito.

- é preciso:

• compreender que todas as pessoas podem produzir bons textos,
• identificar bloqueios,
• tentar eliminar os bloqueios.

b) é um ato que exige empenho e trabalho
- escrever exige: memória; raciocínio; agilidade mental; conhecimento do
assunto, do gênero, da situação, dos futuros leitores e da língua,
- “escrever é incompatível com a preguiça.” (p.4)

c) exige estudo sério
- “truques” tornam o texto defeituoso, truncado, artificial: fórmulas pré-fabricadas,
“dicas” isoladas, clichês, chavões, frases feitas e pensamentos
alheios,
- autoria: escolhas pessoais, que vêm de muita prática, reflexão, leitura,
envolvimento total do sujeito, conhecimentos e experiências sobre o mundo
e sobre a linguagem,
- é preciso: escrever sempre, todos os dias, com diversos objetivos, em
diversas situações.

d) articula-se com a prática da leitura
- leitura: assimilação das estruturas próprias da língua escrita; desenvolvimento
das habilidades cognitivas, dos procedimentos intelectuais, das
operações mentais (agilidade de raciocínio); eficiente forma de acesso à
informação; promoção da análise e da reflexão sobre fenômenos e acontecimentos,
da capacidade crítica e da resistência à dominação ideológica.
32

e) é necessário ao mundo moderno
- complexidade do mundo contemporâneo exige documentos escritos,
- exigência da habilidade de escrever: processos seletivos, informática
(fax, e-mail),
- máquinas = trabalhos primários,
- homem = produção de textos.

f) é um ato vinculado a práticas sociais
- escrita (sentido e função): atua no mundo, estabelece relações entre as
pessoas, permite que as pessoas se constituam como autores, sujeitos de
uma voz,
- produção de textos: reorganização do pensamento e do universo interior
do homem; compartilhamento de práticas sociais.

- produção de textos : verdades: escrever
a) é uma habilidade
- escrita: construção social, coletiva,
- familiaridade com a escrita é determinada por: modo como aprendemos
a escrever, importância que damos ao texto escrito, nosso grupo social,
intensidade do convívio do texto escrito.
- é preciso:
• compreender que todas as pessoas podem produzir bons textos,
• identificar bloqueios,
• tentar eliminar os bloqueios.
b) é um ato que exige empenho e trabalho
- escrever exige: memória; raciocínio; agilidade mental; conhecimento do
assunto, do gênero, da situação, dos futuros leitores e da língua,
- “escrever é incompatível com a preguiça.” (p.4)
c) exige estudo sério
- “truques” tornam o texto defeituoso, truncado, artificial: fórmulas pré-fabricadas,
“dicas” isoladas, clichês, chavões, frases feitas e pensamentos
alheios,
- autoria: escolhas pessoais, que vêm de muita prática, reflexão, leitura,
envolvimento total do sujeito, conhecimentos e experiências sobre o mundo
e sobre a linguagem,
- é preciso: escrever sempre, todos os dias, com diversos objetivos, em
diversas situações.
d) articula-se com a prática da leitura
- leitura: assimilação das estruturas próprias da língua escrita; desenvolvimento
das habilidades cognitivas, dos procedimentos intelectuais, das
operações mentais (agilidade de raciocínio); eficiente forma de acesso à
informação; promoção da análise e da reflexão sobre fenômenos e acontecimentos,
da capacidade crítica e da resistência à dominação ideológica.
32
e) é necessário ao mundo moderno
- complexidade do mundo contemporâneo exige documentos escritos,
- exigência da habilidade de escrever: processos seletivos, informática
(fax, e-mail),
- máquinas = trabalhos primários,
- homem = produção de textos.
f) é um ato vinculado a práticas sociais
- escrita (sentido e função): atua no mundo, estabelece relações entre as
pessoas, permite que as pessoas se constituam como autores, sujeitos de
uma voz,
- produção de textos: reorganização do pensamento e do universo interior
do homem; compartilhamento de práticas sociais.

VÍRGULA

Esta observação da ausência de vírgula foi feita pelo departamento do Curso de história da Unimes de Santos e fazia parte dos estudos da Licenciatura em História do escriba Valdemir Mota de Menezes


VÍRGULA


Leia o trecho abaixo, retirado de uma notícia de jornal, portanto,
de um relato – nele há um problema de pontuação que
compromete a adequação à realidade.
O empreiteiro Bernardo Martins Júnior, 39, foi encontrado no banco traseiro
de um carro em chamas com um tiro no pescoço anteontem, às 16h30,
em uma estrada vicinal no bairro Saudinho, em Campina do Monte Alegre,
na região de Sorocaba (SP).
Nesse trecho, a ausência de vírgulas para isolar o adjunto adverbial de
lugar faz com que possamos entender que o carro em chamas recebeu um
tiro no pescoço!

Folha de S.Paulo. 18/8/1996, p. 1-18.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PLAGIARISM

PLAGIARISM
The standard penalty for violations of academic integrity in this course will be an F
grade for the course. Such violations include cheating on an exam, helping someone else to cheat, resubmitting a paper written for another class, and plagiarism. Be warned: GSIs are quite experienced at detecting such deception.


Plagiarism is the representation of someone else’s words or ideas as one’s own.
Students and others often misunderstand what plagiarism is, and its seriousness as
academic misconduct. The most egregious cases of plagiarism are easy to avoid because
they are so obviously dishonest:

♦ Wholesale copying of passages from works of others into one’s homework, essay,
term paper, or dissertation without acknowledgment.
♦ Using the views, opinions, or insights of another without acknowledgment.
♦ Paraphrasing another person’s characteristic or original phraseology, metaphor, or
other literary device without acknowledgment.
♦ Turning in someone else’s paper as your own
♦ Allowing someone else to turn in a copy of your paper as his or her own
♦ Downloading a paper from the internet and altering it a little to fit the class
♦ Employing a “research service”
Other cases of plagiarism are more subtle. Sometimes students plagiarize
unwittingly, out of carelessness or ignorance of the standards for attributing ideas to their sources. However, ignorance is no excuse. You are responsible for knowing the standards
and taking care to follow them.
Whenever you make use of another’s words or ideas in a paper, you must give
proper credit. Usually this means inserting a footnote or a parenthetical reference. If you’re not sure how to give a proper reference, consult a style guide or your GSI. Your GSI can also answer questions about when you must give a reference. If in doubt, play it safe.


You must provide a reference not only when you use the exact words of another, but
also when you paraphrase her words, summarize her ideas, or borrow her metaphors. When you do use someone’s exact words, be sure to mark them as such, either by putting them in quotation marks or by setting them off from the main text and indenting them on both sides. Be careful not to change the wording at all in a direct quotation; if you must change it, use square brackets to indicate your changes.
When you paraphrase, state the author’s ideas in your own words. Don’t just
rearrange the words in the sentence and replace some of the words with synonyms.


Note:
even though you’re using your own words, you still need to give a reference, since the idea is not yours. Finally, if you work with another student on your paper, acknowledge this in a footnote.


source
Near Eastern Studies | Introduction to Egyptology
Carol Redmount | Fall 2005
University of California, Berkeley

RECURSOS LINGUISTICOS

RECURSOS LINGUISTICOS

(O texto abaixo faz parte do Curso de Licenciatura em História da Unimes-Santos)

Nesta unidade, tratamos dos recursos lingüísticos que garantem
a coesão referencial e seqüencial dos textos.
A coesão referencial é a que possibilita a recuperação de termos de um
texto, evitando repetições; ela pode ser obtida por meio de:
• Anafóricos: elementos lingüísticos que recuperam (ou que se referem
a) algo que foi dito anteriormente;
• Catafóricos: elementos lingüísticos que anunciam algo que será dito.
A coesão seqüencial é a que possibilita a ordenação das idéias num encadeamento
lógico entre as partes de um texto, fazendo-o progredir. Para
que isso aconteça, devemos organizá-lo em orações, períodos, parágrafos,
usando elementos de ligação para “costurar” esses segmentos.
Um caso particular e muito comum de estrutura frasal é o paralelismo
(ou estrutura paralelística ou ainda paralelismo de construção), que é uma
construção sintática que se repete, fazendo o texto progredir de forma precisa,
clara. Os dois (ou mais) segmentos devem ser, portanto, constituídos
da mesma estrutura frasal, de palavras da mesma classe gramatical e da
correta correlação de tempos e modos.
A coerência é o ponto de partida da interpretabilidade e da compreensão
de qualquer texto: é ela que garante o “sentido” que um autor quer
passar para um leitor, o qual, por sua vez, terá condições de atribuir um
sentido ao que leu.
Portanto, um texto é coerente quando é possível interpretá-lo, entendê-lo,
tanto em suas partes, quanto no seu todo.
Coerência externa: entende-se por coerência externa a compatibilidade
ou não-contradição entre os dados, fatos e conceitos apresentados em um
texto e aqueles tidos como verdadeiros dentro do quadro de referências
em que esse texto se inscreve.
Coerência interna: por coerência interna entende-se a compatibilidade de
idéias entre as partes que compõem o texto.
A coerência está intimamente relacionada com a verossimilhança. Isto
é, a história contada em um texto, mesmo que seja fruto da imaginação
do autor, deve dar ao leitor uma idéia de realidade, de possibilidade. A
verossimilhança, portanto, é um aspecto interno à narrativa. Mas como
o ponto de partida de qualquer história são os elementos da realidade, a
adequação do texto a eles garante a verossimilhança externa.
Enfim, ao redigir, devemos estar atentos a todos os elementos de um texto.


Referências Bibliográficas
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 12ª ed. SP: Ática, 2004.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico. Nova Fronteira da
Língua Portuguesa. 2ª ed., 8ª impressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1997.
D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. 2ª ed. S.P.:
Atlas, 2000.
FIORIN, José Luiz, PLATÃO SAVIOLI, Francisco. Para Entender o texto:
Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1997.
GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação: o que é preciso
saber para bem escrever. São Paulo, Martins Fontes, 2002.
MAZAROTTO, Luiz F et al. Manual de redação: guia prático da língua
portuguesa. SP: Difusão Cultural do Livro, 2004.

GOSTO PELA LEITURA

O gosto pela leitura
Como começar a gostar de ler, eis a questão
Uma das teorias a respeito do assunto diz que é preciso encontrar um livro arrebatador e, a partir daí, nasce o prazer

Motoko Rich, do The New York Times


Talvez a história recente mais fantástica não seja Harry Potter e as Relíquias da Morte, mas The Uncommon Reader (O Leitor Incomum), romance de Alan Bennet, que imagina a rainha da Inglaterra tornando-se repentinamente, no fim da vida, uma leitora voraz. Numa época em que os livros parecem empreender uma árdua batalha contra as forças do MySpace, do You Tube e do American Idol, a idéia de uma pessoa conseguir, tão rapidamente, passar da indiferença literária para uma paixão devoradora é, infelizmente, algo improvável.
O problema foi ressaltado no fim do ano passado, quando o National Endowment for the Arts divulgou a solene notícia (novidade pra quem?) de que os americanos - especialmente adolescentes e jovens adultos - estão lendo menos a título de diversão. Ao mesmo tempo, entre aqueles que lêem menos, a quantidade de leitura também está diminuindo. E entrevistados em cargos de chefia revelaram que seus subordinados são cada vez mais fracos quando se trata de citar uma leitura básica ou da compreensão de um assunto.
O que fazer diante dessas constatações? Perdemos toda a esperança ou as pessoas um dia ainda voltarão a ser atraídas para a paisagem literária? E, exatamente, o que leva alguém a amar tanto um livro que decide querer mais e mais leituras?
Não existe uma resposta empírica. Se houvesse, mais livros seriam vendidos tão bem quanto a série de Harry Potter ou o Código Da Vinci. A gestação de um leitor fiel e comprometido é, em alguns aspectos, um processo mágico, formado em parte pelas forças externas, mas também por uma centelha dentro da imaginação. Ter pais que lêem muito ajuda, mas não garante. Professores e livreiros devotados também podem influir. Mas, apesar da proliferação de grupos de leitura e blogs literários, no final das contas ler é um ato pessoal. "Por que as pessoas lêem e o que elas preferem são questões bem pessoais", diz Sara Nelson, editora-chefe da revista especializada Publishers Weekly.
Em alguns casos, pedir para alguém explicar por que lê é um convite a uma refinada racionalização. Junot Diaz, autor de The Brief Wondrous Life of Oscar Wao (A breve e assombrosa vida de Oscar Wao), recorda vividamente ter tropeçado numa biblioteca ambulante logo após sua família emigrar da Republica Dominicana para Nova Jersey, quando tinha 6 anos de idade. Nessa biblioteca, ele folheou um livro ilustrado de Richard Scarry, uma coleção de pinturas de regiões selvagens americanas no século 19 e uma versão do Sign of Four, de Arthur Conan Doyle. O que havia nessas três obras que o tornaram, a partir daí, uma pessoa louca por livros? "Consigo relatar o mito criador do meu arrebatamento pela leitura, mas explicar é um mistério", diz Diaz.
Sim, é tudo misterioso e pessoal, mas o fato é que há algumas pistas do que pode transformar uma pessoa num leitor duradouro. The Uncommon Reader propõe a tese de que o livro certo no momento certo pode despertar um hábito para toda a vida. Para a rainha da história, esse livro é Pursuit of Love (Em busca de amor), de Nancy Mitford.
Esse é um ideal romântico que subsiste entre muitos amantes de livros. "É como uma droga, mas num sentido positivo", diz Daniel Goldin, gerente geral da Harry W. Schwartz Bookshops, em Milwaukee. "Se você tem o livro que faz a pessoa se apaixonar pela leitura, ela vai querer outro depois."
Esse tipo de experiência ocorre, com mais freqüência, na infância. Em The Child that Books Built (A criança que os livros criam), Francis Spufford, jornalista e crítico britânico, escreve como as marcas negras entre cada uma das capas de O Hobbit foram ficando cada vez mais fáceis de entender e libertaram um dragão de dentro dele, tornando-o um "viciado" em ler.
E o que faz com que um livro se torne a causa primordial da leitura contínua? Para alguns, é a descoberta de que o personagem da história é como você, pensa como você ou, ao menos, compartilha o mesmo sentimento. Quando recebeu o National Book Award (Prêmio Nacional do Livro) de Literatura Juvenil, por The Absolutely True Diary of a Part-Time Indian (O Diário absolutamente verdadeiro de um indígena temporário), o escritor Sherman Alexie agradeceu a Ezra Jack Keats , autor de The Snowy Day (O dia de neve), um livro clássico de histórias ilustradas para crianças . "Foi a primeira vez que folheei um livro e vi um personagem marrom, negro, bege - um personagem parecido comigo, física e espiritualmente, em toda a sua magnífica solidão e esplêndido isolamento", disse Alexie, indígena da tribo Spokane, que cresceu numa reserva.
Em uma entrevista, Alexie disse que era um leitor regular mas que, depois de The Snowy Day, transformou-se num verdadeiro maníaco por livros. "Acho que é a idade em que você encontra aquele livro com o qual se identifica plenamente que irá determinar o resto da sua vida de leitura", disse ele. "Quanto mais jovem você for, mais probabilidade terá de se tornar um leitor sério. O que é preciso, de fato, é a pessoa se achar num livro”.
Naturalmente, isso não vale para a leitura realizada em busca de informação, esclarecimento ou conselho prático. Para outras pessoas, nem é tanto essa identificação, porém abraçar o Outro é o que as atrai para a leitura. "É a emoção de tentar descobrir aquele mundo desconhecido", disse Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã, livro de memórias que se tornou best seller, sobre um grupo de leitura que ela dirigiu no Irã.
Às vezes o mundo da leitura abre-se com um livro de fácil assimilação. Bennet diz que escolheu The Pursuit of Love como o preferido da rainha da sua ficção porque foi o primeiro romance adulto que ele próprio leu por prazer. Para ele, como para a personagem do seu romance, The Pursuit of Love foi um salto para uma literatura mais vigorosa. "Existem todos os tipos de entradas que nos levam à leitura, mesmo se temos em mãos o que, à primeira vista, parece ser um lixo", declara.
(Tradução de Terezinha Martino)

O LIVRO E O LEITOR

O livro e o leitor
Aqui sozinho
Millôr Fernandes
Aqui sozinho, toda a história da vida e da humanidade rola diante de mim. Respiro o ar inaugural do mundo, o primeiro perfume das rosas do Paraíso ainda recendente a originalidade. Vejo as pirâmides subindo; o rosto da esfinge pela primeira vez iluminado pela lua cheia; ouço os gritos dos conquistadores avançando através dos séculos. Observo o matemático inca no orgasmo de criar a mais simples e fantástica invenção humana, o zero. Entro na banheira em Siracusa junto com Arquimedes e sinto, emocionado, meu corpo sofrendo um impulso de baixo para cima igual ao quadrado do volume do líquido por ele deslocado. Reabro feridas de traições, angústias do poder, rios de sangue correndo pela história, justos sendo condenados, injustos apoteoticamente glorificados. Sinto as frustrações neuróticas de tantos seres ansiosos, e a tentativa de supera-las com o exercício de supostas santidades. Com emoção a que nada se compara, começo a decifrar, junto com Champolion, numa pedra com uma tríplice inscrição, o que pensavam seres humanos em dias assustadoramente remotos. Acompanho um homem num desses instantes de fulgor que embelezam e justificam a humanidade pintando e repintando o teto de uma capela. Ouço o som divino que outro artista compõe e que ele próprio é incapaz de ouvir. Recomponho o rosto de maravilhosas espiãs e cortesãs, seduzindo grandes e poderosos. Conheço lindas histórias de afeto, pungentes histórias de amor, incríveis histórias de paixão. Aqui, neste recanto tranqüilo, estou envolvido numa experiência única, pessoal e profunda, com tudo que passou, que se criou, se pensou. Eu, aqui, só com minha imaginação - e um livro.
http://www2.uol.com.br/millor/aberto/dailymillor/006/042.htm. Acesso em 1º/9/2006

HISTÓRIA DE LEITURA DE GRACILIANO RAMOS

Leia a de Graciliano Ramos.
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu pai nunca se dirigia a mim. /.../ Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.
Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.
Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.
Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.
Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sonho. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.
À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.
Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.
Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.
/.../
Confessei, pois, a Emília o meu desgosto e propus-lhe que me dirigisse a leitura. Esforcei-me por interessá-la contando-lhe a escuridão da mata, os lobos, os meninos apavorados, a conversa em casa do lenhador, o aparecimento de uma sujeita que se chamava Águeda.
/.../
Emília me respondeu com uma pergunta que me espantou. Por que não me arriscava a tentar a leitura sozinho?
Longamente lhe expus a minha fraqueza mental, a impossibilidade de compreender as palavras difíceis, sobretudo na ordem terrível em que se juntavam. Se eu fosse como os outros, bem; mas era bruto em demasia, todos me achavam bruto em demasia.
Emília combateu a minha convicção, falou-me dos astrônomos, indivíduos que liam no céu, percebiam tudo quanto há no céu. Não no céu onde moram Deus Nosso Senhor e a Virgem Maria. Esse ninguém tinha visto. Mas o outro, o que fica por baixo, o do Sol, da Lua e das estrelas, os astrônomos conheciam perfeitamente. Ora, se eles enxergavam coisas tão distintas, por que não conseguiria eu adivinhar a página aberta diante dos meus olhos? Não distinguiria as letras? Não sabia reuni-las e formar palavras?
Matutei na lembrança de Emília. Eu, os astrônomos, que doidice! Ler as coisas do céu, quem havia de supor?
E tomei coragem, fui esconder-me no quintal, com os lobos, o homem, a mulher, os pequenos, a tempestade na floresta, a cabana do lenhador. Reli as folhas já percorridas. E as partes que se esclareciam derramavam escassa luz sobre os pontos obscuros. Personagens diminutas cresciam, vagarosamente me penetravam a inteligência espessa. Vagarosamente.
Os astrônomos eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com histórias tristes, em que há homens perseguidos, mulheres e crianças abandonadas, escuridão e animais ferozes.
Ramos, Graciliano. Infância. 8ª ed. São Paulo: Livraria Martins Ed., sd., p.p.214 a 218

domingo, 13 de março de 2011

DITADO

Le scribe Valdemir Mota de Menezes exercice est dicté à sa mère (qui avait peu scolarisés), pour ses deux filles (années 9 et 10) et son neveu Rodrigo. Nous étions heureux, étudier et jouer.

À Dieu soit la gloire!


DITADO PARTE 1




DITADO PARTE 2






DITADO PARTE 3




DITADO PARTE 4

quinta-feira, 3 de março de 2011

DICONÁRIO

DICTIONARY

Tale a funny case in which a man gives a gift to his friend a Dictionary. After some time the friend asks if the gifted was enjoying the book, he answered yes, but said the author had only one defect, changed the subject every time ....(Storyteller Valdemir Mota de Menezes)




DICIONÁRIO

Conto um caso engraçado em que um homem dá de presente a seu amigo um Dicionário. Após algum tempo o amigo pergunta se o presenteado estava gostando do livro, este respondeu que sim, mas disse que o autor só tinha um defeito, mudava toda hora de assunto....

terça-feira, 1 de março de 2011

VERBO

Fonte:

http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/verbo


2.4 Verbo:

É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da natureza.

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:

* regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação;
* irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão);

Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.

* defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos;
* abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito);
* auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais;
* certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.);
* formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós cantaríamos).

Quanto à flexão verbal, temos:

* número: singular ou plural;
* pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;
* tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo, o presente;
* voz: ativa, passiva e reflexiva;
* modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido).

As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

REDAÇÃO TÉCNICA

O que é redação técnica?

Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado:

Redação é o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias através da escrita.

Técnica é o conjunto de métodos para execução de um trabalho, a fim de se obter um resultado.

Logo, para que você escreva uma redação técnica é necessário que certos processos sejam seguidos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar o texto, dentre outros.

Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos prévios para se fazer uma redação técnica é imprescindível!

Por esse motivo, criamos esta seção, para que os internautas tenham material para servir de embasamento teórico, pois há carência desse tipo de conteúdo no universo virtual.

A redação técnica engloba textos como: ata, circular, certificado, contrato, memorando, parecer, procuração, recibo, relatório, currículo.



Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


FONTE:
http://www.brasilescola.com/redacao/redacao-tecnica.htm