sexta-feira, 27 de abril de 2012

INTERIM OU ÍNTERIM

Tenho repetido este erro constantemente. Quando digitava no editor de texto, o corretor ortográfico acusou como errado e ao pesquisar sobre o assunto, olha o que achei... (Por Valdemir Mota de Menezes, o Escriba)


Interim ou ínterim

Ínterim é a forma correta de escrita da palavra. A palavra interim está errada. Sempre que quisermos referir um intervalo de tempo, compreendido entre dois acontecimentos, devemos utilizar o substantivo masculino ínterim.

Exemplos:
Estava esperando uma ligação, mas tive que ir abrir a porta. Nesse ínterim o telefone tocou e não consegui atender.
É nesse ínterim, entre a hora do lanche e do jantar, que fico com mais fome.

A palavra ínterim é proparoxítona. Assim, deverá ser acentuada e pronunciada corretamente com a tonicidade na sílaba ín. Na língua portuguesa, uma das regras de acentuação é que todas as palavras proparoxítonas deverão ser acentuadas.

Fique sabendo mais!
Existe uma parte da fonética que trata da acentuação tônica das palavras. Chama-se prosódia. Erros de prosódia são comuns. No caso de ínterim, erradamente se transforma uma palavra proparoxítona em oxítona.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

15 ERROS COMUNS DE PORTUGUÊS

15 erros de português… que talvez você cometa diariamente

Quando se fala de livros de gramáticos, há que se separar o joio do trigo. Ou seja, os bons conselhos daquilo que é meramente transtorno obsessivo-compulsivo. Também distinguir o que são erros de portuguêserros gramaticais propriamente ditos – daquilo que é meramente preconceito linguístico.

No entanto, gosto muito do Luiz Antonio Sacconi, que não faz nenhuma questão de parecer simpático, como tem sido moda depois do surgimento do professor Pasquale Cipro Neto.

Sacconi é radical em alguns pontos e seu aparente mau-humor chega a ser divertido. Seus livros, de fato, são fáceis de ler e abordam os problemas cotidianos. Recomendo sobretudo o Não Erre Mais.

Sabendo-se obter de seus livros – como este 1000 erros de português – os pontos mais úteis para a vida prática, o autor pode ajudar em muito na escrita e nas conversas mais formais do dia-a-dia. Ou seria dia a dia?

Separei alguns erros de diferentes naturezas que, em uma primeira folheada, chamaram-me mais a atenção, ou por sua curiosidade ou por sua freqüência diária:

  1. Super-interessante
    Na famosa revista está grafada a palavra Super- acima de -interessante. Dado o desconto por tratar-se de um nome, uma marca, deve-se chamar a atenção: a palavra superinteressante escreve-se sem hífen. E, portanto, não teria essa divisão silábica, mas esta: su-pe-rin-te-res-san-te.
  2. Um agravante, um atenuante
    Agravante e atenuante são palavras femininas. Portanto, uma agravante, uma atenuante. Sempre.
  3. Todo mundo
    Todo o mundo erra essa. Todo o mundo precisa saber que o correto é “todo o mundo” em qualquer situação.
  4. Qualidade que você gosta
    Outro erro comum nos reclames diários. Quem gosta, gosta de alguma coisa, portanto, a marca de que você gosta
  5. O banco que você confia
    Quem confia, confia em alguma coisa. Portanto, o banco em que você confia.
  6. A janta está na mesa
    A janta está quase consagrada pelo uso, como se costuma dizer nos meios gramáticos. Mas, se você preferir uma forma mais correta, diga sempre que o jantar está na mesa.
  7. Desculpe a nossa falha
    Se você der alguma informação errada em seu blog, não diga “desculpe a nossa falha”. Quem desculpa, desculpa alguém de (ou por) alguma coisa. Então: desculpe-nos pela falha.

Pronúncia

Os erros de pronúncia são vários. Algumas palavras ficam até esquisitas se pronunciadas da maneira correta e você corre o risco de ser considerado uma criatura exótica, mas – fazer o quê? – vamos a alguns deles:

  1. Um xeróx
    Tire sempre uma xérox (o acento, nos dois casos, é ilustrativo). Na dúvida, peça uma fotocópia.
  2. Féche a porta
    A pronúncia correta é fêche a porta, com o e fechado (o acento é ilustrativo).
  3. Incêsto
    A pronúncia correta é incésto (o acento também é ilustrativo).
  4. Toráxico
    Escreva e pronuncie torácico.
  5. Aerosol
    Escreva e pronuncie aerossol.
  6. Comprar no Éxtra
    O “e” é fechado. Faça compras no Êxtra (novamente, acento meramente ilustrativo). Acho que nas propagandas a pronúncia usada é com o e aberto.
  7. Sintaxe pronunciada sintakse
    Essa é para os programadores de plantão. O seu código não está com problemas de “sintakse”, está com problemas de “sintásse“. As grafias entre aspas são meramente ilustrativas. A grafia correta é sintaxe.
  8. Subzídio
    Escreve-se subsídio e pronuncia-se subcídio.

Bem, agora vou ali dar uma revisada nos artigos passados, pois certamente eles estão cheios de erros. Adimito. Digo, admito.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

VERBO ATENTAR

atentar

Significado de Atentar

v.t. Cometer um atentado: atentar contra a vida de alguém.
Reparar em, observar, prestar atenção, refletir: atente nas consequências do seu ato.

Sinônimos de Atentar

Sinônimo de atentar: constatar, notar e reparar

Definição de Atentar

Classe gramatical de atentar: Verbo transitivo
Tipo do verbo atentar: regular
Separação das sílabas de atentar: a-ten-tar



Exemplos com o verbo atentar na imprensa

A oposição acusa o governo de atentar contra a liberdade de expressão por uma milionária multa que impôs ao canal há algumas semanas e por levar adiante vários inquéritos por supostas violações de leis de telecomunicações. Folha de São Paulo, 16/07/2009
Ele terá agora de ser julgado por atentar contra a segurança nacional. Folha de São Paulo, 19/07/2009

Outras informações sobre o verbo Atentar

Possui 7 letras
Possui as vogais: a e
Possui as consoantes: n r t
O verbo Atentar escrito ao contrário: ratneta

Conjugação do verbo atentar

Tipo do Verbo: regular
Infinitivo: atentar
Gerúndio: atentando
Particípio Passado: atentado

Indicativo
  • Presente do Indicativo
    eu atento
    tu atentas
    ele atenta
    nós atentamos
    vós atentais
    eles atentam
  • Pretérito Imperfeito do Indicativo
    eu atentava
    tu atentavas
    ele atentava
    nós atentávamos
    vós atentáveis
    eles atentavam
  • Pretérito Perfeito do Indicativo
    eu atentei
    tu atentaste
    ele atentou
    nós atentamos
    vós atentastes
    eles atentaram
  • Mais-que-perfeito do Indicativo
    eu atentara
    tu atentaras
    ele atentara
    nós atentáramos
    vós atentáreis
    eles atentaram
  • Futuro do Pretérito do Indicativo
    eu atentaria
    tu atentarias
    ele atentaria
    nós atentaríamos
    vós atentaríeis
    eles atentariam
  • Futuro do Presente do Indicativo
    eu atentarei
    tu atentarás
    ele atentará
    nós atentaremos
    vós atentareis
    eles atentarão

Subjuntivo
  • Presente do Subjuntivo
    que eu atente
    que tu atentes
    que ele atente
    que nós atentemos
    que vós atenteis
    que eles atentem
  • Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
    se eu atentasse
    se tu atentasses
    se ele atentasse
    se nós atentássemos
    se vós atentásseis
    se eles atentassem
  • Futuro do Subjuntivo
    quando eu atentar
    quando tu atentares
    quando ele atentar
    quando nós atentarmos
    quando vós atentardes
    quando eles atentarem

Imperativo
  • Imperativo Afirmativo
    atenta tu
    atente ele
    atentemos nós
    atentai vós
    atentem eles
  • Imperativo Negativo
    não atentes tu
    não atente ele
    não atentemos nós
    não atenteis vós
    não atentem eles

Infinitivo
  • Infinitivo Pessoal
    por atentar eu
    por atentares tu
    por atentar ele
    por atentarmos nós
    por atentardes vós
    por atentarem eles

Rimas com atentar

  • esmagar
  • meditar
  • pelejar
  • alongar
  • agradar
  • revelar
  • brincar
  • manejar
  • avistar
  • farejar
  • ajuntar
  • acalmar
  • esfolar
  • aceitar
  • arrumar
  • ordenar
  • confiar
  • cogitar

Anagramas de atentar

  • tantear
FONTE: http://www.dicio.com.br/atentar/



sexta-feira, 20 de abril de 2012

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Em minha busca para aperfeiçoar a língua portuguesa e as técnicas de interpretação de texto, encontrei este texto que muito me ajudou e pode ajudar você. (Valdemir Mota de Menezes, o Escriba)

A PRÁTICA
Neste capítulo, vamos treinar um pouco, mostrando variados tipos de questões de interpretação e compreensão de texto.
Texto I
Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe haviam oferecido nada teve de abundante.
- Quando voltará a jantar conosco? - perguntou-lhe a dona da casa.
- Agora mesmo, se quiser.
(Barão de Itararé, in Máximas e Mínimas do Barão de Itararé)
1) A figura de linguagem presente no primeiro período do texto é:

a) hipérbole
b) eufemismo
c) prosopopéia
d) metonímia
e) antítese

2) Deduz-se do texto que Salustiano:

a) come pouco.
b) é uma pessoa educada.
c) não ficou satisfeito com o jantar.
d) é um grande amigo da dona da casa.
e) decidiu que não mais comeria naquela casa.

3) O adjetivo que não substitui sem alteração de sentido a palavra “abundante” é:

a) copiosa
b) frugal
c) opípara
d) lauta
e) abundosa








Respostas
1) O gabarito é a letra d. Temos aqui um tipo de metonímia. Há uma troca: ser um bom garfo / comer bem. Há muitas questões hoje em dia envolvendo as figuras de linguagem. Estude bem o segundo capítulo, onde elas aparecem. Note que este tipo de metonímia não é fácil, porém, conhecendo bem as outras figuras, dá para fazer por eliminação.
2) A resposta é a letra c. A letra a é eliminada, pois ser um bom garfo é comer muito. A letra b é errada, pois, se ele fosse realmente educado, não teria dado aquela resposta no final do texto, evidenciando a sua insatisfação. Nada no texto sugere que ele seja um grande amigo da dona da casa, o que descarta a alternativa d. A opção e pode ser desconsiderada, uma vez que, embora insatisfeito, ele não diz que jamais comerá naquela casa; aliás, chega mesmo a aceitar o novo convite. O gabarito só pode ser a letra c, pois ele era um bom garfo e a comida era pouca, o que o levou a querer repeti-la, aceitando o convite.
3) Questão de sinonímia. A palavra frugal é o oposto de abundante. As outras quatro são sinônimas de abundante. Daí o gabarito ser a letra b.










Texto II
A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama:
“Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar”.
E ele respondeu:
“Regresse. Aqui chove mais barato”.
(Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim)
1) A resposta do homem se deu por razões:

a) econômicas
b) sentimentais
c) lúdicas
d) de segurança
e) de machismo

2) Com relação à tipologia textual, pode-se afirmar que:

a) se trata de uma dissertação.
b) se trata de uma descrição com alguns traços narrativos.
c) o autor preferiu o discurso direto.
d) o segundo período é exemplo de discurso indireto livre.
e) não se detecta a presença de personagens.

3) Com relação aos elementos conectores do texto, não se pode dizer que:

a) dela tem como referente mulher.
b) o referente do pronome ele é marido.
c) a preposição de tem valor semântico de finalidade.
d) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se à anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção conquanto.
e) O advérbio aqui, em seus dois empregos, não possui os mesmos referentes
.
Respostas
1) Letra a. Ao pedir à mulher que regresse logo, ele pensava que não precisaria comprar uma capa de chuva porque eles já possuem uma, ou que gastaria menos, já que em sua cidade a capa é mais barata. O risco da questão é a presença do adjetivo lúdicas, menos conhecido. É necessário melhorar o vocabulário. Lúdicas quer dizer “relativas a jogos, brinquedos, divertimentos”.
2) A resposta só pode ser a letra c. As duas primeiras estão eliminadas, pois o texto é narrativo. Tanto a fala da mulher quanto a do marido são integrais, ou seja, exemplificam o que se conhece como discurso direto. O autor não usou o travessão, mais comum, preferindo as aspas. A letra d não tem cabimento, para quem conhece o discurso indireto livre. Não poderia ser a opção e, uma vez que o homem e a mulher são as personagens do texto.
3) Gabarito: letra d. As duas primeiras alternativas são evidentes, dispensam comentários. A letra c está perfeita, pois se trata de uma capa para chuva, ou seja, com a finalidade de proteger a pessoa da chuva. A última alternativa também está correta, pois o primeiro “aqui” refere-se à “capital”, onde ela está passeando, e o segundo à cidade do interior, onde se encontra o marido. A resposta só pode ser a letra d porque o relacionamento entre as duas orações é de causa e efeito, pedindo conjunções como pois, porque, porquanto etc. Conquanto significa embora, tem valor concessivo, de oposição. Além disso, seu emprego acarretaria erro de flexão verbal, pois o verbo deveria estar no subjuntivo (esteja), o que não ocorre no texto original.






Texto III
“Uma nação já não é bárbara quando tem historiadores.”
(Marquês de Maricá, in Máximas)
1) O texto é:

a) uma apologia à barbárie
b) um tributo ao desenvolvimento das nações
c) uma valorização dos historiadores
d) uma reprovação da selvageria
e) um canto de louvor à liberdade

2) Só não constitui paráfrase do texto:

a) Um país já não é bárbaro, desde que nele existem historiadores.
b) Quando tem historiadores, uma nação já é civilizada.
c) Uma nação deixa de ser bárbara quando há nela historiadores.
d) Quando possui historiadores, uma nação não mais pode ser considerada bárbara.
e) Desde que tenha historiadores, uma nação já não é mais bárbara
.

Respostas
1) O gabarito é a letra c. A opção a é absurda por si mesma. A letra b não
cabe, pois o texto não fala de homenagem à nação. Não pode ser a
letra d, porque nada no texto reprova a barbárie (o leitor precisa aterse
ao texto). A última opção é totalmente sem propósito. Na realidade,
o autor valoriza os historiadores, uma vez que é a sua presença que
garante estar a nação livre da barbárie.
2) Letra b não constitui parafrase do texto




Texto IV
“A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, mesmo um desconhecido que lhe peça pouso, numa noite de chuva.”
(Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial)
1) Segundo as idéias contidas no texto, o brasileiro:

a) põe a hospitalidade acima da prudência.
b) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas.
c) dá preferência a hospedar pessoas desconhecidas.
d) não tem outra alegria senão a de hospedar pessoas, conhecidas ou não.
e) não é prudente, por aceitar hóspedes no período da noite.

2) A palavra mesmo pode ser trocada no texto, sem alteração de sentido, por:

a) certamente
b) até
c) talvez
d) como
e) não

3) A expressão “A maior alegria do brasileiro” pode ser entendida como:

a) uma personificação
b) uma ironia
c) uma metáfora
d) uma hipérbole
e) uma catacrese

4) O trecho que poderia dar seqüência lógica e coesa ao texto é:

a) Não obstante isso, ele é uma pessoa gentil.
b) Dessa forma, qualquer um que o procurar será atendido.
c) A solidariedade, pois, ainda precisa ser conquistada.
d) E o brasileiro ganhou fama de intolerante.
e) Por conseguinte, se chover, ele dará hospedagem aos desconhecidos.

Respostas
1) Letra a. Na ânsia de ser hospitaleiro, o brasileiro hospeda, imprudentemente, em sua casa, pessoas desconhecidas. A letra b condiciona a hospedagem às noites chuvosas. A opção c não tem nenhum apoio no texto, que não fala em preferências. A letra d não cabe como resposta, pois o texto nos fala de “maior alegria”, ou seja, há outras, menores. A letra e poderia realmente confundir. Na verdade a falta de prudência não existe por aceitar hóspedes durante a noite, mas aceitá-los sendo eles desconhecidos.
2) A resposta é a letra b. Mesmo é palavra denotativa de inclusão, da mesma forma que até.
3) O gabarito é a letra d. Trata-se de um evidente exagero do autor. A figura do exagero chama-se hipérbole.
4) Letra b. Na opção a, não obstante isso tem valor concessivo. Deveria ser por isso ou semelhantes. Na letra c, a conjunção pois é conclusiva, não pode estar seguida de ainda precisa, pois o texto diz que o brasileiro já conquistou a solidariedade. A alternativa d contraria inteiramente o texto. A letra e não dá seqüência ao texto, pois este não condiciona a hospedagem à chuva.