TEXTO EXTRAÍDO DA GRAMÁTICA DO PROFESSOR PASQUALE CIPRO NETO.
CLASSIFICACÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
ADITIVAS
As coordenadas sindéticas aditivas normalmente indicam fatos ou acontecimentos
dispostos em sequência. A palavra aditiva é da mesma família da palavra adição, que,
como você sabe, significa "soma". Portanto, as coordenadas aditivas normalmente têm o
papel de somar, sem acrescentar outro matiz de significação. As conjunções
coordenativas aditivas típicas são e e nem (e + não):
Caetano Veloso canta e compõe muito bem.
Ela não trabalha nem estuda.
Como a conjunção nem tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a
forma e nem para introduzir orações aditivas.
A língua portuguesa dispõe também de estruturas correlativas para coordenar orações.
Essas estruturas, conhecidas como séries aditivas enfáticas, costumam ser usadas
quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração:
Caetano Veloso não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Ele não só foi o melhor do time, mas também (ou como também) fez o gol da vitória.
ADVERSATIVAS
As orações coordenadas sintéticas adversativas exprimem fatos ou conceitos que se
opõem ao que se declara na oração coordenada anterior,
estabelecendo contraste ou compensação. A palavra adversativa é da mesma família da
palavra adversário, que, como você sabe, significa "opositor".
A conjunção coordenativa adversativa típica é mas; além dela, empregam-se porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante. Observe:
"Eu queria querer-te e amar o amor construirmos dulcíssima prisão, encontrar a mais
justa adequação, tudo métrica, rima, nunca dor, mas a vida é real e de viés."
(Caetano Veloso)
O Brasil tem potencial inesgotável; sua má administração, porém, tem produzido apenas
a sociedade mais injusta do planeta.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.
Em textos clássicos, é possível encontrar a conjunção entanto, que hoje só é empregada
na locução no entanto. Quanto a esta locução, convém não imitar uma construção cada
vez mais comum tanto na língua falada como na escrita: - Lutamos muito, mas, no
entanto, não conseguimos o que queríamos. Mas e no entanto se equivalem; portanto,
- basta usar uma das duas.
ALTERNATIVAS
A palavra alternativa é da mesma família das palavras alternância, alternar. É óbvio,
pois, que as orações coordenadas sindéticas alternativas exprimem fatos ou conceitos
que se alternam ou que se excluem mutuamente. Essa relação é normalmente expressa
pela conjunção ou (que pode surgir isolada ou em pares); além dela, empregam-se os
pares ora...
ora...ora…, ja... ja..., quer... quer... Observe:
Fale agora, ou cale-separa sempre.
Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá quer você permita, quer você não permita.
Nesse último caso, o par quer... quer... está coordenando entre si duas orações que, na
verdade. expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como se dissesse "Embora
você não permita, estarei la".
OBSERVAÇÃO
Na língua culta, não se aceita construções como : - Estarei la, quer chova ou faça sol -
ou Esta sempre alegre, seja dia de trabalho ou de festa. É necessário manter o
paralelismo, repetindo a conjunção - quer chova, quer faça sol -; seja dia de festa, seja
dia de trabalho.
CONCLUSIVAS
A palavra conclusiva é da mesma família das palavras concluir, conclusão.
Evidentemente, as orações coordenadas sindéticas conclusivas expressam uma
conclusão lógica que se obtém a partir dos fatos ou conceitos expressos na oração
anterior. A conjunção mais empregada na língua falada é por isso. Na língua escrita,
aparecem outras, como logo, portanto e pois, esta obrigatoriamente posposta o verbo.
Também se usam então, assim e as locuções por conseguinte, de modo que, em vista
disso. Observe:
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
"Penso, logo existo."
Ela é paulista; é, pois, brasileira.
O time venceu, por isso está classificado.
EXPLICATIVAS
As orações coordenadas explicativas normalmente expressam a justificativa de uma
ordem, sugestão ou suposição. As conjunções mais usadas são que, porque e pois, esta
obrigatoriamente anteposta ao verbo. Observe:
" Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa " (Chico Buarque)
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
Cumprimente-o, pois hoje é seu aniversário.
É preciso tomar cuidado para não confundir explicação com causa, ou seja, não se
devem confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais
causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa é sempre
anterior à conseqüência resultante dela. Nas frases acima, é fácil perceber que não se
estão indicando causas, e sim se apresentando explicações:
no primeiro caso, alguém pede que o deixem em paz e explica por que está fazendo o
pedido; no segundo caso, alguém supõe que tenha chovido durante a noite e baseia sua
suposição no fato de as ruas estarem molhadas. Note, nesse segundo caso, que seria
absurdo pensar que as ruas molhadas são a causa da chuva - o que ocorre é exatamente
o inverso. Se o fato de as ruas estarem molhadas fosse a causa da chuva, estaria
resolvido o problema da seca no Brasil:
bastaria molhar as ruas das cidades do sertão.
- nota da ledora: desenho de quadrinhos.
1o. quadro - dois detetives observam um homem engravatado, e carregando uma pasta.
Um detetive diz ao outro: - Algo não me cheira bem, Tuminha! Vamos dar campana ao
elemento que ele deve ter culpa no cartório! - responde o outro: - positivo Tumão. Que
faro!.
2o. quadro:- Tuminha diz a Tumão: - Como é que você consegue farejar pistas deste
jeito?
3o. quadro: - Intuição Tuminha, pura intuição! - ao que responde Tuminha com um
chorinho: - snif! - complementação da nota - a intuição do Tumão advém do rastro de
pó branco que esta caindo da maleta do elemento suspeito, e deixando uma fileira de
rastro atrás dele.
- fim da nota.
No 1o. quadro, ocorre uma oração coordenada sindética explicativa: 'que ele deve ter
culpa no cartório'; infelizmente sem vírgula separando-a da oração precedente
- nota da ledora: quadro de destaque na página.
OBSERVAÇÕES
1. É preciso, no caso das coordenadas, levar em conta que a classificação depende
fundamentalmente da relação de sentido que se estabelece entre as orações. A
conjunção e, por exemplo, é sempre vista como aditiva. Num período como "Deus cura,
e o médico manda a conta.", é evidente que seu valor não é aditivo. O período, na
verdade, equivale a algo como "Deus cura, mas é o médico quem manda a conta.". Em
"Você me quer forte, e eu não sou forte mais.", ocorre o mesmo. A conjunção e equivale
a mas, portanto tem valor adversativo e assim deveria ser classificada.
Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no entanto, vale a forma. A conjunção e é aditiva e fim. Nos vestibulares mais requintados, felizmente, essa visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido efetivo.
2. Há orações coordenadas assíndéticas que possuem claramente valor de sindéticas,
porque apresentam um conectivo subentendido. Veja:
Fiz o possível para prevenir-lhes o perigo; ninguém quis ouvir-me.
Fale baixo: não sou surdo!
A terceira oração do primeiro período ("ninguém quis ouvir-me") e a segunda do
segundo ("não sou surdo"), apesar de formalmente assindéticas, já que não apresentam
conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira tem valor adversativo (equivale a
"mas ninguém quis ouvir-me"); a segunda, explicativo (equivale a "pois não sou
surdo").
Por isso convém insistir em que você se preocupe mais com o uso efetivo das estruturas
linguísticas do que com discussões às vezes intermináveis sobre questões de mera
nomeclatura. - fim do quadro.
ISSO ME AJUDOU MUITO PERDI A AULA DE PORTUGUêS
ResponderExcluirAI PEGEI O ASSUNTO PELA AKI GOSTEI BRIGADO..
Ah mto bom , ! cabulei com meu namorado e perdi a materia , ai a professoraa nem kis me explicar,
ResponderExcluirMAS AGORA NAO PRECISO , PQ JA SEI TUDOO ., !
Valeeu .
beijs
hayley x-x
muito bom gostei
ResponderExcluiro texto e otimo,bem explicativo ...........
ResponderExcluirconcordo com vc esse texto e muito bom me ajudou muito.valeu........bjsss..
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