sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PONTO-E-VÍRGULA

Extraído da gramática de Pasquale Cipro Neto.


AS ORAÇÕES COORDENADAS E A PONTUAÇÃO
Separam-se por vírgula as orações coordenadas assindéticas e as orações coordenadas
sindéticas, com exceção das introduzidas pela conjunção e que não tenham sujeito
diferente do da oração anterior:
Alguns reclamam, um ou outro protesta, ninguém reivindica.
A exploração racional dos recursos naturais pode ser lucrativa, logo deve ser
incentivada num país pobre e subdesenvolvido.
A queimada de florestas nativas representa grande desperdício, mas continua a ser
praticada neste país.
No caso das orações coordenadas introduzidas pela conjugação e, devem-se anotar os
mesmos procedimentos aplicados aos termos coordenados de um período simples, ou
seja:
a) quando a conjunção surge apenas entre a penúltima e a última oração de uma
sequência, não se emprega vírgula:
Apresentei meus argumentos e fiz minhas exigências.
Participei da reunião, levei meu relatório. Apresentei meus pontos de vista e minhas
exigências.
b) quando a conjunção e é repetida, introduzindo várias orações de uma sequência, deve
ser sempre precedida de vírgula:
O menino girava em volta da mãe, e vinha, e torna a ir , e ainda mais uma vez voltava, e
se afastava, e ameaçava falar o que queria, e fazia meia volta…
c) a vírgula também deve ser usada quando a conjunção une orações que possuem
sujeitos diferentes:
O presidente convocou os ministros, e o Congresso começou a trabalhar.
Também o ponto-e-vírgula pode ser utilizado na pontuação das orações coordenadas,
especialmente com as orações adversativas e com as conclusivas:
Aja como quiser; mas não me impeça de pensar.
Os problemas se avolumam num ritmo alucinante; portanto é preciso adotar
providências cócientes com rapidez.
O uso do ponto-e-vírgula pode ocorrer também entre orações assindéticas que tenham
nítido valor adversativo ou conclusivo:
Fiz o possível para demovê- los daquela idéia; não consegui absolutamente nada.
Os livros são raros; e preciso conservá-los com todo o cuidado.
O ponto-e-vírgula é obrigatório para separar coordenadas sindéticas adversativas ou
conclusivas que não sejam iniciarias pela conjunção. Note que, nesses casos, as
conjunções deslocadas devem ser isoladas por vírgulas:
Uns lutam, criam; outros, porém, só sabem explorar.
O país investe pouco em educação; não há, portanto, perspectiva de eliminar o atraso.

Para enfatizar a oração coordenada adversativa, alguns preferem separá-la da anterior
por ponto final. Mas convém reservar esse recurso para momentos especiais, evitando
transformá-lo num cacoete lingüístico.
O ponto-e-vírgula permite organizar blocos de orações coordenadas que estabelecem
contraste:
Uns avançam os sinais vermelhos, oprimem os pedestres nas faixas de segurança,
estacionam em fila dupla e ostentam pose de bons cidadãos; outros nascem na miséria,
crescem nas ruas, vendem goma de mascar nas esquinas e acabam recebendo destaque
nas reportagens policiais.
O ponto-e-vírgula deve ser usado para separar os membros de uma enumeração:
Numa eleição, é preciso levar em conta:
a) o perfil ideológico e o programa de cada partido;
b) a atuação dos membros do partido em gestões anteriores;
c) a qualidade individual dos candidatos do partido.

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