quinta-feira, 28 de maio de 2009

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

O conhecimento de um idioma ou mesmo o significado de um vocabulário se torna bem mais fácil quando possuímos alguma noção a respeito de como as palavras são formadas. Pro exemplo, ao ler a palavra “floricultura” pela primeira vez, podemos logo deduzir que é formada pelas palavras “flor” e “cultura”, já racionando que se trata assim de algo relacionado ao cuidado com as flores.

De fato se conhecermos a origem das palavras, veremos que poucas delas são desconhecidas, mas que a maioria delas tem origem em outras já conhecidas.



ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Examinemos as palavras abaixo:

Dente – dentes – dentinho – dentuça – desdenhado

Seco – seca – secante – secamente – ressecávamos

Verificamos que elas apresentam:

A – Uma parte constante em cada série: dent(na primeira) e sec ( na segunda).

B – Uma parte que varia de palavra para palavra:

- e, s, -inho, -uça, des e ado (na primeira)
- o, -ant, -mente, res e avamos (na segunda )

1 – RADICAL


As partes invariáveis dent- e sec- representam o radical de cada uma das séries. Do radical irmana as palavras da mesma família e lhes da uma base comum de significação. As outras formas resultam da ligação ao radical de certos elementos, que, como veremos, podem ser uma desinência; uma afixo ( sufixo ou prefixo) ou uma vogal temática.

2 – DESINÊNCIA

As desinências são morfemas flexionais ou flexivos que servem para indicar:

A) Nos nomes (substantivos e adjetivos) e em certos pronomes o gênero (masculino e feminino) e o número ( singular ou plural).
B) Nos verbos, o número (singular ou plural) e as pessoas (1a , 2a , 3a ).


Assim em dentes, moça e numa forma verbal como ressecávamos aparecem as seguintes desinências:

- s, para caracterizar o plural ( dentes)
- a, para caracterizar o feminino(em moça)
- mos, para expressar a 1a pessoa do plural (em ressecávamos).
- Há, por conseguinte, em português, desinências nominais e desinências verbais.




FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

AFIXOS

Os morfemas gramaticais chamados morfemas derivacionais correspondem ao que tradicionalmente se conhece pelo nome de afixos.

Aqueles que se antepõem ao radical denominam-se prefixos; os que se colocam após chama-se sufixos.

Os prefixos modificam geralmente, de maneira precisa o sentido do radical. Assim em “desdenhado”e “ressecávamos” aparecem os prefixos:

Des- que empresta ao primeiro verbo a idéia de separação, de privação.

Re – que ao segundo acrescenta o sentido de repetição de um fato.


VOGAL TEMÁTICA

Na análise da forma verbal “ressecávamos” distinguimos quatro elementos formativos:
A) – O radical: sec-
B) – A desinência, número pessoal: mos
C) - O prefixo: re-
D) – O sufixo: -v

Falta apenas identificar a vogal “a”, que aparece entre o radical sec- e o sufixo –va, vogal que encontramos também na forma do infinitivo ANDAR entre o radical and- e o sufixo –r.

Nos dois casos, vemos, ela está indicando que os verbos em causa pertencem à 1a conjugação.

- a para os verbos da 1a conjugação
- e para os verbos da 2a conjugação
- i para os verbos da 3a conjugação

VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

Se examinarmos, por exemplo, os vocabulários –gasômetro e paulada, verificamos que:

A) O primeiro é formado de dois radicais gás + metro, liado pela vogal –o- sem valor significativo.
B) O segundo é constituído pelo radical pau + o sufixo –ada, entre os quais aparece a consoante insignificante –l- para o desagradável encontro –ada.



PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS


Palavras primitivas são as que se formam de nenhuma outra e que, pelo contrário, permitem que delas se origem novas palavras no idioma, assim:

Cara
Seco
Pedra
Roupa

Denominam-se derivadas as que se formam de outras palavras da língua, mediante o acréscimo ao seu radical de um prefixo ou um sufixo. Assim temos:

Cara: careta, encarado
Seco: secura, ressecar
Pedra: pedreiro, empedrar
Roupa: rouparia, enroupar

DERIVAÇÃO PREFIXAL

Os prefixos são mais independentes que os sufixos pois se originam, em geral, de advérbios ou de preposições que tem ou tiveram vida autônoma na língua.

Façamos agora um exame dos prefixos que aparecem em palavras portuguesas. Geralmente são de origem latina ou grega.

Com o conhecimento destes prefixos à mão, é possível identificar o sentido de um grande número de palavras, não só em nosso idioma, mas também em outros.

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