sexta-feira, 25 de setembro de 2009

CUJO, CUJA, CUJOS, CUJAS

01.09.2008
O uso correto do cujo

O uso correto do cujo (cuja, cujos e cujas) exige três condições: a) haver antecedente (possuidor) e conseqüente (coisa possuída) diferentes; b) existir equivalência com do qual (da qual, dos quais e das quais); estar clara a idéia de posse. Exemplos: O país cuja população cresce sem parar enfrenta problemas. / Os meninos cuja mãe estava sendo operada aguardavam no corredor.
Desdobramento a explicação: a) Há antecedentes, possuidores (o país, os meninos), e conseqüentes, coisas possuídas (cuja população, cuja mãe), ambos diferentes; b) existe equivalência com do qual: o país a população do qual cresce sem parar, os meninos a mãe dos quais estava sendo operada; c) está clara a idéia de posse: a população é do país e a mãe, dos meninos.

( MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. O Estado de São Paulo. São Paulo: ed. Moderna. 2000. p.32.)









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Estas informações foram extraídas do site:

http://www.algosobre.com.br/portugues/pronome-relativo-cujo.html

Este pronome indica posse (algo de alguém).

Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)

Por exemplo nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. O substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-se a namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as) depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a = cuja; cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as duas orações, tem-se

Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

Outros exemplos:

01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.

•Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo.
•Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas orações, tem-se
•A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.
Começando pela outra oração:

•Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que ...
•Restante da outra oração = ... foi derrubada ...
•Finalização da oração que se havia iniciado = ... são venenosos
•Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos.
02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista.

•Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo.
•Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas orações, tem-se
O artista cuja obra eu falara morreu ontem.

Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é Eu falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. de desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.

03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas.

•Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo.
•Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras.
Somando as duas orações, tem-se

As pessoas cujas palavras acreditei estão presas.

O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do pronome relativo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.

Começando pela outra oração:

•Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que...
•Restante da outra oração = ... estão presas
•Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas.
Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva.






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POR PASQUALE CIPRO NETO:

Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual (ou suas flexões da qual, dos quais, das
quais), de quem. Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o
termo que especificam, atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em
algumas construções como complemento nominal.

a) adjunto adnominal: Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam
essencialmente materiais. (Não consigo conviver com pessoas / As aspirações dessas
pessoas são essencialmente materiais)

b) complemento nominal: O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos
tristes anos da ditadura. (cuja leitura = a leitura do livro)
No português falado no Brasil, esse pronome tem uso restrito às situações formais.
Mesmo as pessoas de maior grau de escolaridade têm dificuldades para empregá-lo,
optando por construções como:
A mulher que a casa foi invadida quer ir embora do bairro.
ou
A mulher que a casa dela foi invadida quer ir embora do bairro.
Essas construções são normais na língua falada informal, mas devem ser evitadas no
padrão culto da língua. Em seu lugar, deve-se usar:
A mulher cuja casa foi invadida quer ir embora do bairro.

Observe que é erro grosseiro o emprego de artigo definido depois do pronome cujo. São
erradas construções como "A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio
é professor..."; basta dizer /cuja casa" ou "cujo tio".

3 comentários:

  1. Boa noite Escrivão, gostaria de um detalhe sobre o emprego do (cujo). Ele pode ser usado com o (qual) logo em seguida, ficando (cujo qual, ou ainda cujas quais...)? Isto é correto?

    Aguardo ansioso por tua ajuda.

    jeff.psicoprado@gmail.com
    Obrigado.

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