quinta-feira, 24 de setembro de 2009

TIPOS DE SUJEITOS (SÍNTAXE)

As informações abaixo foram extraídas do Manual de língua portuguesa do professor Pasquale Cipro Neto:



O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Há
ainda orações formadas sem sujeito.
SUJEITO DETERMINADO
É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal.
Observe as orações:
Faltou-me coragem naquele momento. Sujeito ( coragem )
Música e literatura fazem bem à alma. ( música e literatura)
Na primeira oração, o sujeito determinado apresenta um único núcleo: o substantivo
coragem. E, por isso, um sujeito determinado simples. já na segunda oração, o sujeito
apresenta dois substantivos como núcleos: musica e literatura.
Os sujeitos determinados que apresentam dois ou mais núcleos são chamados sujeitos
determinados compostos.
- nota da ledora: desenho de um índio, na mata, entre duas árvores, sento que em uma
esta afixada uma seta, na outra um revólver. O índio aponta para o revólver e diz: aqui
começa a civilização.
- fim da nota.
A partir da concordância verbal, identificamos facilmente a civilização como sujeito
determinado simples (apresenta um único núcleo).
Chama-se sujeito determinado oculto ou sujeito determinado elíptico o núcleo do sujeito
determinado que se encontra implícito na forma verbal ou no contexto. É o que ocorre
quando a terminação verbal dispensa o uso do pronome pessoal correspondente, em
orações como "Sinto muito a falta dela." (sujeito: eu) ou "Levamos os livros." (sujeito:
nós). Em alguns casos, pode-se facilmente detectar o sujeito pelo contexto. Na
seqüência de orações abaixo, o sujeito da forma verbal bloquearam é o pronome eles,
implícito na terminação verbal -am. Esse pronome se refere a "os agricultores", sujeito
determinado simples do verbo da primeira oração, participaram:
Os agricultores participaram das manifestações contra a política agrária do governo.
Bloquearam a rodovia com suas máquinas.

SUJEITO INDETERMINADO


Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o predicado da oração
se refere, surge o chamado sujeito indeterminado. Em português, há duas maneiras
diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
a) o verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo
identificado anteriormente (nem em outra oração, como no caso do sujeito determinado
elíptico visto há pouco):
Procuraram você ontem à noite.
Estão pedindo sua presença lá agora.
b) o verbo surge acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação
do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto
(verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica
na terceira pessoa do singular:
Vive-se melhor fora das cidades grandes.
Precisa-se de professores de português.
Trata-se de casos delicadíssimos.
É-se muito ingênuo na adolescência.
Observe que, na primeira forma de indeterminar o sujeito, quem fala ou escreve não
participa do processo verbal mencionado. Na segunda forma, não ocorre
obrigatoriamente essa distância entre quem fala ou escreve e aquilo a que se refere.
Compare as orações de sujeito indeterminado:
Falam sobre reforma agrária.
Fala-se sobre reforma agrária.
Na primeira, é evidente que quem produz a oração não se inclui no grupo dos que falam
sobre a reforma agrária; na segunda oração, essa inclusão é perfeitamente possível, já
que quem fala ou escreve pode estar se referindo a algo que lhe é próximo ou de que
participa.

ORAÇÃO SEM SUJEITO

Nessas orações, formadas apenas pelo predicado, aparecem os chamados verbos
impessoais. Os casos mais importantes de orações sem sujeito da língua portuguesa
ocorrem com:
a) verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Anoiteceu docemente sobre a cidadezinha.
Está amanhecendo.
Choveu pouco no último mês de março.
Quando usados de forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado:
Choveram pontapés durante a partida.
Sujeito - pontapés
b) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando usados para indicar idéia de tempo ou
fenômeno natural:
Está cedo.
É tarde.
Eram nove e quinze.
Faz muito frio na Europa.
Há meses não vejo sua prima.
Faz dois anos que não recebo cartas dela.
Deve fazer alguns meses que não conversamos.
c) o verbo haver, quando exprime existência ou acontecimento:
Há boas razões para suspeitarmos dele.
Houve vários bate-bocas durante a assembléia.
Deve haver muitos interessados em livros antigos.
Com exceção do verbo ser, que, quando indica tempo, varia de acordo com a expressão
numérica que o acompanha (É uma hora / São nove horas), os verbos impessoais devem
ser usados sempre na terceira pessoa do singular. Tome cuidado principalmente com os
verbos fazer e haver usados impessoalmente. Não é possível usá-los no plural em frases
como:
- nota da ledora: quadro de destaque na página: Faz, Deve fazer - muitos anos que
conversamos.
Há, Houve, Havia, Haverá, Deve ter havido, Pode ter havido - muitas pessoas
interessadas em participar do projeto.
- fim do quadro.

ATIVIDADES

1. Aponte e classifique o sujeito das orações abaixo.
a) Naquela hora, tocou o sino.
b) Veio-me à lembrança uma imagem poética.
c) Passou-me pela memória uma velha lembrança.
d) Explodiu nova crise no Oriente Médio.
e) Surgiu um novo medicamento contra a doença.
f) Teria ele condição de enfrentar a crise econômica?
g) São cada vez mais freqüentes as denúncias de abuso de autoridade contra a polícia.
h) Industriais e industriários não se entenderam sobre salários e condições de trabalho.

2. Reescreva cada uma das orações abaixo de acordo com o modelo proposto.

Alguém precisa de ajuda. Precisa-se de ajuda.
a) Alguém acredita em dias mais felizes.
b) Alguém crê em tempos menos bicudos.
c) Alguém necessita de auxílio.
d) Alguém apelou para os mais poderosos.
e) Alguém assistiu a filmes de terror.
f) Alguém aspira ao bem-estar social.
g) Alguém obedece aos impulsos mais nobres.
h) Alguém tratou de assuntos sérios naquele debate.

3. Complete cada um dos pequenos diálogos seguintes com uma frase em que surja o
sujeito indeterminado, com o verbo na terceira pessoa do plural.

a) - Existe alguma mensagem para mim?
- ( ).
b) - De onde vieram estes pacotes?
- ( ).
c) - Quem trouxe este recado?
- ( ).
d) Onde você achou esse livro?
- ( ).
e) - Como você soube disso?
- ( ).
f) - Essa história é verdadeira?
- ( ).


4. Reescreva cada uma das frases seguintes de acordo com o modelo proposto.
Faz dois anos que não a encontro.
Deve fazer dois anos que não a encontro.

a) Fazia cinco anos que não nos encontrávamos.
b) Faz algumas semanas que não chove nesta cidade.
c) Faz três anos que não a procuro.

5. Reescreva cada uma das frases seguintes de acordo com o modelo proposto.

Há muitos livros sobre o assunto.
Havia muitos livros sobre o assunto.
Houve muitos livros sobre o assunto.
a) Há várias propostas em discussão.
b) Há vários cargos em disputa.
c) Há muitas maneiras de ajudar.
d) Há infindáveis modos de colaborar.
e) Há discussões intermináveis.

6. Reescreva cada uma das frases seguintes de acordo com o modelo proposto.

Deve haver várias razões para o cancelamento.
Deve ter havido várias razões para o cancelamento.
Pode ter havido várias razões para o cancelamento.
a) Deve haver provas mais contundentes contra ele.
b) Deve haver graves conseqüências.
c) Deve haver questões mais sérias.
d) Deve haver situações menos preocupantes.
e) Deve haver leis mais duras.

7. Monte orações a partir dos elementos oferecidos em cada um dos itens seguintes.

Faça as necessárias relações de concordância verbal em cada caso.
a) Bater /os sinos da igreja /de trinta em trinta minutos.
b) Surgir / várias idéias revolucionárias / durante a noite.
c) Faltar / vários alunos / na semana passada.
d) Ocorrer / faltas violentas / durante o jogo.
e) Desabar / dois prédios / no ano passado.

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